E os moribundos recuperam as forças como que por magia, eles olham para o horizonte apostando no novo dia. As promessas saem sem que se perceba e jamais serão cumpridas – já vi isso antes – o ano que se faz novo trás cargas ainda tão primitivas.
Não importa o numero de ciclos realizados pelo globo, tudo será igual se não houver a menos um pensamento novo. As ações se repetem igual e incessantemente.
Os embriagados do ano velhos serão às noticias do ano novo e, isso se repete a cada ano adormecido, as esperanças se renovam, mas não completamente eles esperam que velhos atos gerem resultados diferentes.
E embriagados pelo álcool ou apenas pela euforia, eles perdem a razão, expondo então, a hipocrisia que outrora ocultada se mostrava, porém tímida.
São os mesmos primatas em atitudes e ideias.
Ao som de fogos de artifício, eles passam a noite em vigília aguardando para celebrar, é apenas mais um réveillon, afinal, já não creio que irão de fato despertar.
sábado, 31 de dezembro de 2011
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
O Erro
A morte por fim lhes trará a paz, harmonia, tolerância e tudo aquilo que eles foram incapazes de encontrar em vida, bastando apenas que sejam hipócritas ao longo dos anos estipulados por seus telômeros ou permitidos pelo acaso.
Eles aguardam o paraíso e, apenas aguardam para isso, não há qualquer ação sincera, eles esperam sempre um troco, o céu póstumo é fruto evidente do: “tudo é pouco”.
Eles querem, eles exigem mais, a bondade pelo bem ao próximo não lhes é o suficiente.
E muito bem alimentados de hipocrisia, eles seguem seu dia a dia apontando um dedo, esquecendo dos outros três. Nada pode ser relevado, perdoado ou tolerado e nem tão pouco compreendido, mas nas sagradas orações isso parece transbordar.
Eles pedem pra um deus um mundo com mais amor, eles pedem pra um deus harmonia e tolerância, pois estão cegos demais pela própria ignorância para compreenderem que a falta disso tudo vem das próprias atitudes.
Eles aguardam o paraíso e, apenas aguardam para isso, não há qualquer ação sincera, eles esperam sempre um troco, o céu póstumo é fruto evidente do: “tudo é pouco”.
Eles querem, eles exigem mais, a bondade pelo bem ao próximo não lhes é o suficiente.
E muito bem alimentados de hipocrisia, eles seguem seu dia a dia apontando um dedo, esquecendo dos outros três. Nada pode ser relevado, perdoado ou tolerado e nem tão pouco compreendido, mas nas sagradas orações isso parece transbordar.
Eles pedem pra um deus um mundo com mais amor, eles pedem pra um deus harmonia e tolerância, pois estão cegos demais pela própria ignorância para compreenderem que a falta disso tudo vem das próprias atitudes.
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Todos Os "Preços"
Enquanto o corpo que tomo emprestado mecanicamente repetia os movimentos exigidos para a labuta, o eu em essência pairava por toda a criatura que ali permanecia, buscando em suas memórias as razões que lhes levam àquela rotina.
Sonhos, desejos, obrigações ou apenas a mecânica inquieta desses mamíferos avançados?
O que de fato os leva para momentos distantes de seus reais anseios, apreços e tudo o que lhes realmente propicia algum prazer? Foi-me possível ver, alguns possuem planos, outros, obrigações, mas a maior parte, apenas responde a espasmos resultantes do processo evolutivo.
O sentido da vida para o grupo dos planos, parte de uma “ordem maior” – a vida deve ser mais do que simples espasmos, deve haver sempre algo para se conquistar. Embora isso seja inerente ao ser humano, no grupo dos “planejadores” esse principio é mais intenso.
O sentido da vida para o grupo das obrigações nasce com elas – os afazeres, eis a locomotiva que leva todas as ações desse grupo a diante, quase sempre insatisfeitos, mas amarrados por seus afazeres. As obrigações aparecem em todos os grupos, mas nesse, ela é a única razão das ações.
No terceiro grupo, o sentido da vida é apenas a vida, um processo de equívocos desmedidos e eventos aleatórios encaixando em suas histórias amores e dissabores sem qualquer ideal para o futuro incerto.
Não consigo, porém, enxergar o erro em nenhuma das citações acima.
Cada grupo segue como melhor lhe cabe, ou como se sentiu acomodado, poucos ousam romper limites ou regras tão latentes. Não há razões pra condená-los ou subjugá-los.
E ainda dentro de suas memórias me eram visíveis seus apreços, as lágrimas emergiram, mas logo se contiveram, afinal, aqueles sonhos não eram meus. Aqueles desejos, aquele vazio, aquela busca, nada era verdadeiramente parte de mim, eram apenas fragmentos de memórias alheias dissipadas no ar que pude captar pelo breve instante em que me vi por essência.
Voltando a mim, passei com os olhos mecânicos por todos a minha volta e podia notar o valor real de suas horas, os humanos costumam ver apenas um preço, contudo vejo algo muito maior.
Os humanos não se vendem por preço algum, mas se vendem sem notar por seus sonhos, deveres, anseios, e muitos outros e é dessa forma que se pode alcançar todos os “preços”.
Sonhos, desejos, obrigações ou apenas a mecânica inquieta desses mamíferos avançados?
O que de fato os leva para momentos distantes de seus reais anseios, apreços e tudo o que lhes realmente propicia algum prazer? Foi-me possível ver, alguns possuem planos, outros, obrigações, mas a maior parte, apenas responde a espasmos resultantes do processo evolutivo.
O sentido da vida para o grupo dos planos, parte de uma “ordem maior” – a vida deve ser mais do que simples espasmos, deve haver sempre algo para se conquistar. Embora isso seja inerente ao ser humano, no grupo dos “planejadores” esse principio é mais intenso.
O sentido da vida para o grupo das obrigações nasce com elas – os afazeres, eis a locomotiva que leva todas as ações desse grupo a diante, quase sempre insatisfeitos, mas amarrados por seus afazeres. As obrigações aparecem em todos os grupos, mas nesse, ela é a única razão das ações.
No terceiro grupo, o sentido da vida é apenas a vida, um processo de equívocos desmedidos e eventos aleatórios encaixando em suas histórias amores e dissabores sem qualquer ideal para o futuro incerto.
Não consigo, porém, enxergar o erro em nenhuma das citações acima.
Cada grupo segue como melhor lhe cabe, ou como se sentiu acomodado, poucos ousam romper limites ou regras tão latentes. Não há razões pra condená-los ou subjugá-los.
E ainda dentro de suas memórias me eram visíveis seus apreços, as lágrimas emergiram, mas logo se contiveram, afinal, aqueles sonhos não eram meus. Aqueles desejos, aquele vazio, aquela busca, nada era verdadeiramente parte de mim, eram apenas fragmentos de memórias alheias dissipadas no ar que pude captar pelo breve instante em que me vi por essência.
Voltando a mim, passei com os olhos mecânicos por todos a minha volta e podia notar o valor real de suas horas, os humanos costumam ver apenas um preço, contudo vejo algo muito maior.
Os humanos não se vendem por preço algum, mas se vendem sem notar por seus sonhos, deveres, anseios, e muitos outros e é dessa forma que se pode alcançar todos os “preços”.
domingo, 18 de dezembro de 2011
Humanguera – Uma Flor De Lótus
A cobiça, raiva e ignorância, eis as três forças que movem esse mundo, um mundo, onde primatas “desenvolvidos” se colocaram no topo. Embora praticamente todos portem alguma fé, poucos possuem o que eles chamam de “alma” ou, como prefiro “essência”.
Eles corrompem porque amam.
Toda a lama, que eles chamam de sociedade é visivelmente podre e imunda, são criaturas egoístas no máximo nível, intolerantes e altamente destrutivos e, mesmo para mim, torna-se demasiadamente difícil acreditar num horizonte razoável para esses mamíferos.
No entanto, o meu profundo apreço e curiosidade para com esses hominídeos, me mantêm atento a qualquer “esboço de alma” e, com muito custo é possível notar um “raio de luz” legitimo nessa espécie, como que um “próximo passo evolutivo” na mente desses primatas.
E como uma lótus, eles emergem de toda a lama, apontando para um futuro de caridade, tolerância e compreensão.
São naturalmente mais reflexivos e avançados para a idade biológica, atentos ao comportamento a sua volta e donos de grande empatia, sofrem mais que os humanos e superam muito mais também.
Ainda são meros humanos, porém estão um passo à frente, são menos superficiais, menos brutos, menos cegos, são mais do que se pode ver ou supor, são poucos, mas profundos, são a sombra de uma nova era, são o que costumo denominar de “humanguera”.
Eles corrompem porque amam.
Toda a lama, que eles chamam de sociedade é visivelmente podre e imunda, são criaturas egoístas no máximo nível, intolerantes e altamente destrutivos e, mesmo para mim, torna-se demasiadamente difícil acreditar num horizonte razoável para esses mamíferos.
No entanto, o meu profundo apreço e curiosidade para com esses hominídeos, me mantêm atento a qualquer “esboço de alma” e, com muito custo é possível notar um “raio de luz” legitimo nessa espécie, como que um “próximo passo evolutivo” na mente desses primatas.
E como uma lótus, eles emergem de toda a lama, apontando para um futuro de caridade, tolerância e compreensão.
São naturalmente mais reflexivos e avançados para a idade biológica, atentos ao comportamento a sua volta e donos de grande empatia, sofrem mais que os humanos e superam muito mais também.
Ainda são meros humanos, porém estão um passo à frente, são menos superficiais, menos brutos, menos cegos, são mais do que se pode ver ou supor, são poucos, mas profundos, são a sombra de uma nova era, são o que costumo denominar de “humanguera”.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Homo Sapiens, Eis A Condição
Amor, uma palavra simples, mas carregada de muitos sentidos aos humanos, ora justifica um apreço incondicional, ora um ciúme doentio e às vezes, homicida.
Posso relatar numerosos casos de homens queimando e matando suas mulheres e/ou filhos que tiveram com as mesmas, pelo simples fato de não aceitarem o fim de um relacionamento.
É possível ver não só ai, a fragilidade contida na instituição do casamento, não importa os juramentos feitos ou o “poder” que o orador supõe ter, qualquer um pode narrar sem esforço mais de três casos de traição dentro dos laços “sagrados” do matrimonio.
Violência, promiscuidade, vícios entre outros atos primitivos não são exclusividade de uma “orientação” são apenas efeitos dessa condição primitiva, frágil e tola chamada homo sapiens. Dito isso, sei que fica clara aos mais atentos a ideia central dessa reflexão, mas vou deixar mais pronunciada a intenção.
Faz pouco tempo que ajudei a imprimir, recortar, dobrar, grampear e produzir uma revista, voltada obviamente aos seguidores da superstição cristã, o titulo: “Catecismo Contra O Homossexualismo, por que temos que defender a família”.
Li com atenção até onde me foi possível, afinal é doentio, agressivo, repulsivo e de profunda ignorância e nem podia ser diferente, afinal, são só humanos falando de outros humanos, mas fica claro que homem “santo” que tecera os textos não enxergara isso.
Os textos enaltecem o relacionamento heterossexual, alegando que somente nele é possível a felicidade e algum amor – já que para eles o amor só pode ser experimentado por anjos e pelo próprio Deus. Primatas!
Nas descrições que abrem essa reflexão deixo claro que, a fragilidade e a instabilidade existem também nos relacionamentos defendidos por eles, pois a fragilidade e a instabilidade fazem parte dessa condição primitiva.
A tolerância e o respeito podem existir em qualquer relacionamento, assim como seus inversos.
Nos textos, eles falam ainda de neurose, doença psíquica e sustentam uma ideia de “cura”, mas apenas para relembrar de algo que já escrevi há muito tempo aqui: “O índice de suicídio elevado entre os homossexuais – fato que eles também descrevem nos textos – deixa claro não tratar-se de uma condição mutável, do inverso eles - os amantes de seus iguais – optariam por viver, pois no final ninguém quer morrer.”
Sendo os humanos tão primitivos, não duvido que tal publicação – a revista supersticiosa – incite o ódio e justifique as ações odiosas contra uma minoria e nem seria a primeira vez na história que textos “sagrados” levam a imposição do “certo”, ao derramamento de sangue e a opressão de seus iguais na condição que lhes cabe do processo evolutivo.
O lado que me encontro é o lado da razão, da consciência e da compreensão.
Posso relatar numerosos casos de homens queimando e matando suas mulheres e/ou filhos que tiveram com as mesmas, pelo simples fato de não aceitarem o fim de um relacionamento.
É possível ver não só ai, a fragilidade contida na instituição do casamento, não importa os juramentos feitos ou o “poder” que o orador supõe ter, qualquer um pode narrar sem esforço mais de três casos de traição dentro dos laços “sagrados” do matrimonio.
Violência, promiscuidade, vícios entre outros atos primitivos não são exclusividade de uma “orientação” são apenas efeitos dessa condição primitiva, frágil e tola chamada homo sapiens. Dito isso, sei que fica clara aos mais atentos a ideia central dessa reflexão, mas vou deixar mais pronunciada a intenção.
Faz pouco tempo que ajudei a imprimir, recortar, dobrar, grampear e produzir uma revista, voltada obviamente aos seguidores da superstição cristã, o titulo: “Catecismo Contra O Homossexualismo, por que temos que defender a família”.
Li com atenção até onde me foi possível, afinal é doentio, agressivo, repulsivo e de profunda ignorância e nem podia ser diferente, afinal, são só humanos falando de outros humanos, mas fica claro que homem “santo” que tecera os textos não enxergara isso.
Os textos enaltecem o relacionamento heterossexual, alegando que somente nele é possível a felicidade e algum amor – já que para eles o amor só pode ser experimentado por anjos e pelo próprio Deus. Primatas!
Nas descrições que abrem essa reflexão deixo claro que, a fragilidade e a instabilidade existem também nos relacionamentos defendidos por eles, pois a fragilidade e a instabilidade fazem parte dessa condição primitiva.
A tolerância e o respeito podem existir em qualquer relacionamento, assim como seus inversos.
Nos textos, eles falam ainda de neurose, doença psíquica e sustentam uma ideia de “cura”, mas apenas para relembrar de algo que já escrevi há muito tempo aqui: “O índice de suicídio elevado entre os homossexuais – fato que eles também descrevem nos textos – deixa claro não tratar-se de uma condição mutável, do inverso eles - os amantes de seus iguais – optariam por viver, pois no final ninguém quer morrer.”
Sendo os humanos tão primitivos, não duvido que tal publicação – a revista supersticiosa – incite o ódio e justifique as ações odiosas contra uma minoria e nem seria a primeira vez na história que textos “sagrados” levam a imposição do “certo”, ao derramamento de sangue e a opressão de seus iguais na condição que lhes cabe do processo evolutivo.
O lado que me encontro é o lado da razão, da consciência e da compreensão.
sábado, 26 de novembro de 2011
Dukkha - Para Todos, O Sofrimento
Os olhos brilhavam, o som era alegre e os corpos moviam-se no ritmo daquela alegria, os sorrisos saiam das profundezas dos seres que tomavam a festa. A felicidade estava realmente presente e, ninguém, ninguém podia dizer o inverso.
Não havia riqueza, ao menos não, a riqueza palpável, mas uma riqueza interna que, ali, naquele instante se podia provar.
Era apenas uma festa, uma celebração que simbolizava a passagem de mais um ciclo na vida de um dos seres.
Era real!
Os olhos choravam, o som era fúnebre e o corpo imóvel não exibia qualquer expressão para aqueles que o velava, era o fim de ideias profundas de um ser que já vivenciou muitos prazeres. A tristeza estava realmente presente e ninguém conseguiria dizer o oposto.
Havia muita riqueza palpável, mas era notória a ausência da riqueza da alma naqueles seres, ali presentes.
Era apenas mais um funeral, uma cerimônia que simbolizava a passagem final na vida de um dos seres.
E era real!
Os humanos aprenderam rápido o preço de seus desejos, mas parecem ter esquecido o valor da essência, aquilo que chamam de alma.
Os desejos por si só, trazem consigo os sofrimentos não importando o tamanho de sua nobreza. O desejo de viver trás a angustia da morte, o desejo do obter trás o receio da perda, o desejo da vitória trás a sombra da derrota e, em cada gana um pedaço de seu inverso.
Não há qualquer pessimismo nessa observação, é apenas um fato. Os humanos anseiam por prazer o tempo todo, mas são os infortúnios que os movem e, em ultima instancia o sofrimento prevalece – ninguém quer deixar a existência.
É necessário que se reconheça e que se aprenda a conviver com ele – o sofrimento.
Não havia riqueza, ao menos não, a riqueza palpável, mas uma riqueza interna que, ali, naquele instante se podia provar.
Era apenas uma festa, uma celebração que simbolizava a passagem de mais um ciclo na vida de um dos seres.
Era real!
Os olhos choravam, o som era fúnebre e o corpo imóvel não exibia qualquer expressão para aqueles que o velava, era o fim de ideias profundas de um ser que já vivenciou muitos prazeres. A tristeza estava realmente presente e ninguém conseguiria dizer o oposto.
Havia muita riqueza palpável, mas era notória a ausência da riqueza da alma naqueles seres, ali presentes.
Era apenas mais um funeral, uma cerimônia que simbolizava a passagem final na vida de um dos seres.
E era real!
Os humanos aprenderam rápido o preço de seus desejos, mas parecem ter esquecido o valor da essência, aquilo que chamam de alma.
Os desejos por si só, trazem consigo os sofrimentos não importando o tamanho de sua nobreza. O desejo de viver trás a angustia da morte, o desejo do obter trás o receio da perda, o desejo da vitória trás a sombra da derrota e, em cada gana um pedaço de seu inverso.
Não há qualquer pessimismo nessa observação, é apenas um fato. Os humanos anseiam por prazer o tempo todo, mas são os infortúnios que os movem e, em ultima instancia o sofrimento prevalece – ninguém quer deixar a existência.
É necessário que se reconheça e que se aprenda a conviver com ele – o sofrimento.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
O Mundo Das Lamentações – Ações e Frutos
A instabilidade e a finitude são as únicas certezas a serem levadas em consideração na experiência humana, ignorar ou negar esses fatos é enganar-se e ninguém além de si mesmo, sentirá o pesar dessas projeções fantasiosas a fim de camuflar o que é visto.
Contudo, são raros aqueles que compreendem a essência da verdade, a maior parte das pessoas prefere passar a vida se lamentado ou remoendo-se com memórias dos dias “ruins” – dito entre aspas, pois em minha compreensão não há dias ruins e sim dias de não compreensão, onde as projeções não encobrem suficientemente a verdade e nasce assim um “sofrimento”.
E as lamentações ecoam por todos os cantos, em sussurros de amigos, em gritos dementes, num silencio absoluto ou em notas harmônicas.
Os humanos sofrem, porém sentem a alegria e tantas outras boas emoções e sensações que simplesmente se perdem na confusão de seus sentidos, eles se atém mais aquilo que lhes dói ao que lhes dá algum prazer e a razão é simples:
Orgulho, a “tatuagem” intrínseca na alma desses primatas, onde qualquer contrariedade lhes dói profundamente e sua dor é sempre a maior, nada pode ser relevado ou enxergado por outro ângulo, nada possuí dois pólos, tudo deve ser como esperam e quando esperam.
Eles ainda comparam ações com frutos, acreditando de forma cega na previsibilidade do retorno num mundo instável em todos os âmbitos e quando esse – o retorno – não é o esperado eles sentem-se injustiçados por um mundo que deixa clara a sua instabilidade, surgem o desespero, a aflição e a dor do ego.
Os humanos ainda possuem pensamentos escuros acerca do mundo e de si mesmo, o mundo é aquilo que é e não o que se deseja que ele seja, mas uma visão mais iluminada transformará significativamente as experiências do cotidiano.
Contudo, são raros aqueles que compreendem a essência da verdade, a maior parte das pessoas prefere passar a vida se lamentado ou remoendo-se com memórias dos dias “ruins” – dito entre aspas, pois em minha compreensão não há dias ruins e sim dias de não compreensão, onde as projeções não encobrem suficientemente a verdade e nasce assim um “sofrimento”.
E as lamentações ecoam por todos os cantos, em sussurros de amigos, em gritos dementes, num silencio absoluto ou em notas harmônicas.
Os humanos sofrem, porém sentem a alegria e tantas outras boas emoções e sensações que simplesmente se perdem na confusão de seus sentidos, eles se atém mais aquilo que lhes dói ao que lhes dá algum prazer e a razão é simples:
Orgulho, a “tatuagem” intrínseca na alma desses primatas, onde qualquer contrariedade lhes dói profundamente e sua dor é sempre a maior, nada pode ser relevado ou enxergado por outro ângulo, nada possuí dois pólos, tudo deve ser como esperam e quando esperam.
Eles ainda comparam ações com frutos, acreditando de forma cega na previsibilidade do retorno num mundo instável em todos os âmbitos e quando esse – o retorno – não é o esperado eles sentem-se injustiçados por um mundo que deixa clara a sua instabilidade, surgem o desespero, a aflição e a dor do ego.
Os humanos ainda possuem pensamentos escuros acerca do mundo e de si mesmo, o mundo é aquilo que é e não o que se deseja que ele seja, mas uma visão mais iluminada transformará significativamente as experiências do cotidiano.
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
O Futuro
A medicina busca meios de prolongar a vida e atenuar os efeitos do envelhecimento e acabam de dar um grande passo nesse sentido, o otimismo toma conta da comunidade científica e dá esperança àqueles que sofrem com doenças oriundas do avanço da idade. Porém, não é esse o futuro que vejo, ao menos não com o mundo da forma que se apresenta de ante dos meus olhos.
Durante algum tempo optei por não mais ter contato com veículos que me trouxessem informações “nauseantes” não se faz necessário esclarecer o absoluto fracasso da tentativa, afinal, teria de me recolher do mundo e mesmo para mim seria impossível, ao menos em minha atual condição.
A ciência se ilumina a cada dia, novas curas, novas possibilidade, avanços significativos rumo a um futuro promissor e saudável aos humanos, no entanto, a cobiça, o egoísmo, o desejo sanguessuga por mais e mais não lhes dará muito tempo – às vezes é um desejo particular, às vezes efeito de simples observação comportamental desses primatas.
Jornais impressos, televisionados ou mesmo oriundos dos “chiados” de um velho rádio, destroem minha mente e minha capacidade – ainda que limitada – de manter alguma esperança de enxergar um bom futuro para essa espécie.
Minhas “apostas” continuam a ser nos jovens e na educação, não apenas a educação didática, mas àquela que exprime o amor ao próximo, a tolerância e mais do que simples tolerância, o respeito e a compreensão real sobre o valor do outro.
Com frequencia sinto uma espécie de incredulidade quanto tais aplicações, afinal, de pai para filho a intolerância é passada em palavras ou gestos de profundo preconceito e ignorância, a educação do respeito ao próximo não possuí estímulo algum e as crianças logo viram monstros incontroláveis, alimentados pelo fetichismo, o desejo de obter “quinquilharias” brilhantes e máquinas do “plim”.
Não houve espécie mais deplorável que essa que ora “domina” o planeta, guerras, fome – em sua maioria por razões políticas –, paranóias, emboscadas e uma infinidade de outras pragas acabarão por destruí-los, sem grandes cataclismos, apenas o homem em seu egoísmo.
Durante algum tempo optei por não mais ter contato com veículos que me trouxessem informações “nauseantes” não se faz necessário esclarecer o absoluto fracasso da tentativa, afinal, teria de me recolher do mundo e mesmo para mim seria impossível, ao menos em minha atual condição.
A ciência se ilumina a cada dia, novas curas, novas possibilidade, avanços significativos rumo a um futuro promissor e saudável aos humanos, no entanto, a cobiça, o egoísmo, o desejo sanguessuga por mais e mais não lhes dará muito tempo – às vezes é um desejo particular, às vezes efeito de simples observação comportamental desses primatas.
Jornais impressos, televisionados ou mesmo oriundos dos “chiados” de um velho rádio, destroem minha mente e minha capacidade – ainda que limitada – de manter alguma esperança de enxergar um bom futuro para essa espécie.
Minhas “apostas” continuam a ser nos jovens e na educação, não apenas a educação didática, mas àquela que exprime o amor ao próximo, a tolerância e mais do que simples tolerância, o respeito e a compreensão real sobre o valor do outro.
Com frequencia sinto uma espécie de incredulidade quanto tais aplicações, afinal, de pai para filho a intolerância é passada em palavras ou gestos de profundo preconceito e ignorância, a educação do respeito ao próximo não possuí estímulo algum e as crianças logo viram monstros incontroláveis, alimentados pelo fetichismo, o desejo de obter “quinquilharias” brilhantes e máquinas do “plim”.
Não houve espécie mais deplorável que essa que ora “domina” o planeta, guerras, fome – em sua maioria por razões políticas –, paranóias, emboscadas e uma infinidade de outras pragas acabarão por destruí-los, sem grandes cataclismos, apenas o homem em seu egoísmo.
sábado, 12 de novembro de 2011
Entre a Pena e a Bondade
Respirando com mais calma em meus momentos de meditação, deparei-me com cenas cotidianas, onde os humanos oferecem auxílio num gesto aparentemente nobre e recheado de boa-vontade. É um belo gesto e digno de profunda contemplação, como quando os humanos vêem outros animais “avessos” – gato e rato – interagindo entre si como iguais.
E em algum dos momentos recordei-me de uma cena que, mostrou-me outro ponto não tão belo, a pena; quando um humano enxergando alguma “limitação” no outro o olha como um incapaz e então, lhe oferece maior apoio ou auxílio contínuo.
Um ato de pura nobreza?
Felicita-me dizer que em sua maioria o é, mas pura pena em outra parte. O excesso de “zelo” pelo frágil apenas acentua sua fragilidade é como dizer de forma velada e em excesso: “Deixe-me fazer, pois sabes que não o pode.”
A linha entre a bondade e a pena é demasiadamente tênue.
É necessária profunda reflexão para notar quando se esta a ser piedoso ou apenas bondoso é comum ouvir – ao menos nos ambientes aos quais o cotidiano me empurra – frases como: “Coitado! Ele não consegue!”, “Nossa! Dá uma dó né?” ou, uma revés “São todos muito bons, adoro todos eles!” – como meio de expulsar de si a visão clara da limitação existente no humano a frente, invertendo os fatos para não culpar-se do que verdadeiramente sente.
A hipocrisia é desnecessária em qualquer situação, cegar-se aos fatos é a verdadeira limitação desses hominídeos e essa sim carece de um zelo excessivo para que seja tratada.
A bondade e seu oposto são inerentes a qualquer humano, tenha ele limitações físicas ou não, e as limitações físicas nem sempre são tão grandes quanto o é para aqueles que as vê, pois as maiores limitações são as psíquicas, essas sim capazes de forjar a poderosa “gleipnir”.
E em algum dos momentos recordei-me de uma cena que, mostrou-me outro ponto não tão belo, a pena; quando um humano enxergando alguma “limitação” no outro o olha como um incapaz e então, lhe oferece maior apoio ou auxílio contínuo.
Um ato de pura nobreza?
Felicita-me dizer que em sua maioria o é, mas pura pena em outra parte. O excesso de “zelo” pelo frágil apenas acentua sua fragilidade é como dizer de forma velada e em excesso: “Deixe-me fazer, pois sabes que não o pode.”
A linha entre a bondade e a pena é demasiadamente tênue.
É necessária profunda reflexão para notar quando se esta a ser piedoso ou apenas bondoso é comum ouvir – ao menos nos ambientes aos quais o cotidiano me empurra – frases como: “Coitado! Ele não consegue!”, “Nossa! Dá uma dó né?” ou, uma revés “São todos muito bons, adoro todos eles!” – como meio de expulsar de si a visão clara da limitação existente no humano a frente, invertendo os fatos para não culpar-se do que verdadeiramente sente.
A hipocrisia é desnecessária em qualquer situação, cegar-se aos fatos é a verdadeira limitação desses hominídeos e essa sim carece de um zelo excessivo para que seja tratada.
A bondade e seu oposto são inerentes a qualquer humano, tenha ele limitações físicas ou não, e as limitações físicas nem sempre são tão grandes quanto o é para aqueles que as vê, pois as maiores limitações são as psíquicas, essas sim capazes de forjar a poderosa “gleipnir”.
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Contato - Mais De Mim
Faces escoradas pelos vidros sujos de rancor, dor e cansaço e às vezes lavados com suor e lágrimas, eles tentam recuperar ali alguma energia para manterem-se atrás de seus anseios, o motivo que os move.
Todos comprimidos, dividindo um espaço pouco numa mistura quase homogenia de distintas raças e ideias, mas isolados e demasiadamente distantes uns dos outros na mais profunda solidão dos pensamentos paralelos e alheios aos “solavancos” mecânicos do transporte coletivo.
Eles ainda sonham, mas um sonho só, um sonho só de cada um.
O egoísmo os motiva, a felicidade individual parece real e possível para eles, e volto às origens de minha queda ao sentir uma quase “inveja” de seus traços e metas, talvez, se eu os tocasse poderia sentir o que sentem e sonhar como sonham sem precisar despertá-los ou acidentalmente feri-los, pois sei que há alguma frieza em minhas mãos e há algumas lâminas em minhas palavras.
Sempre os observei de “longe” ainda que a queda me tenha aproximado deles, tentei aprender – como eles – por imitação, o êxito de meu aprendizado é inexistente, acreditei quando me disseram que logo eu não mais me importaria, acreditei quando me disseram que meu egoísmo logo surgiria e me traria alguma paz, acreditei também quando me disseram que lágrimas alheias não mais me tocariam, mas ainda me importo, ainda me dôo, ainda me tocam.
Busco no contato mais próximo que pude obter a compreensão do que nem mesmo sei.
Todos comprimidos, dividindo um espaço pouco numa mistura quase homogenia de distintas raças e ideias, mas isolados e demasiadamente distantes uns dos outros na mais profunda solidão dos pensamentos paralelos e alheios aos “solavancos” mecânicos do transporte coletivo.
Eles ainda sonham, mas um sonho só, um sonho só de cada um.
O egoísmo os motiva, a felicidade individual parece real e possível para eles, e volto às origens de minha queda ao sentir uma quase “inveja” de seus traços e metas, talvez, se eu os tocasse poderia sentir o que sentem e sonhar como sonham sem precisar despertá-los ou acidentalmente feri-los, pois sei que há alguma frieza em minhas mãos e há algumas lâminas em minhas palavras.
Sempre os observei de “longe” ainda que a queda me tenha aproximado deles, tentei aprender – como eles – por imitação, o êxito de meu aprendizado é inexistente, acreditei quando me disseram que logo eu não mais me importaria, acreditei quando me disseram que meu egoísmo logo surgiria e me traria alguma paz, acreditei também quando me disseram que lágrimas alheias não mais me tocariam, mas ainda me importo, ainda me dôo, ainda me tocam.
Busco no contato mais próximo que pude obter a compreensão do que nem mesmo sei.
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Cresce, Cresce e Cresce – A Decadência Humana
Recentemente li três matérias muito interessantes e, tão próximas entre si que, resolvi juntar suas informações na mesma reflexão.
O crescimento no numero de evangélicos neopentecostais do Brasil é evidente, incontestável e constante, há quem preveja um aumento tão significativo nesse numero que, levará 50% da população deste país já mencionado a tornar-se evangélica até 2020.
A comunidade evangélica comemora e, em seus “sítios” é possível ver tal orgulho, afinal, a missão dos neopentecostais é o proselitismo.
Os neopentecostais seguem a doutrina da prosperidade: sucesso, bens matérias e contínua prosperidade são sinais de um verdadeiro fiel e servo de Deus, fracasso e pobreza são indícios de seu revés e maldições segundo a doutrina.
Seguindo o mesmo ritmo de crescimento está a “loucura”, estima-se que até 2020 a depressão será a segunda doença mais danosa para a saúde humana levando até mesmo a morte, perdendo somente para doenças do coração.
Um dos motivos para o crescimento da “loucura” - ainda segundo uma das matérias – é o mais interessante se levarmos em conta o atual crescimento evangélico: a falta de ESPIRITUALIDADE – observando a doutrina do segmento crescente isso não é de surpreender.
Os neopentecostais têm a espiritualidade – em seu amplo sentido –, como algo secundário: “Esteja bem materialmente e sua felicidade virá.” É uma visão abominável – ao menos para mim –, afinal, basta observar um pouco para notarmos a competitividade feroz criada com base nisso e o total apreço pelo consumo supérfluo e exacerbado de uma sociedade intelectualmente – espiritualmente – atrasada.
Ela – sociedade – quer carro do ano, TV de ultima geração, talheres de prata e uma infinidade de itens de alto preço, mas de “baixíssimo” valor. Os humanos esquecem a essência de si, cobiçam, atribuem e transferem valores inexistentes, o resultado é o que assistimos impotentes: humanos escravizados pelo egoísmo.
O ultimo crescimento é o mais aterrador: cresce – nesse país tão misto – a intolerância religiosa. Praticantes de religiões afro-brasileiras são vitimas de preconceito por parte dos crescentes evangélicos, as agressões não se limitam a nível verbal.
Não é necessário ir muito longe para lembrar-se de casos, pois ainda que a matérias seja recente a intolerância já tem algum tempo: terreiros são destruídos por jovens evangélicos, imagens são destruídas, agressões indiretas são vistas rotineiramente em programas evangélicos e, recentemente uma criança de 3 anos fora agredida por uma senhora evangélica no Maranhão em Outubro desse ano.
As agressões – verbais e/ou físicas – são frutos do proselitismo, afinal, existe uma espécie de “meta” para bater entre os neopentecostais e aparentemente, como em uma loja vale de tudo para se obter novos clientes.
O numero de evangélicos cresce junto à loucura e à agressividade de um povo misto, cego para suas igualdades, cego também para a sua condição de animal aprendiz e, intolerantes para as suas insignificantes diferenças.
O crescimento no numero de evangélicos neopentecostais do Brasil é evidente, incontestável e constante, há quem preveja um aumento tão significativo nesse numero que, levará 50% da população deste país já mencionado a tornar-se evangélica até 2020.
A comunidade evangélica comemora e, em seus “sítios” é possível ver tal orgulho, afinal, a missão dos neopentecostais é o proselitismo.
Os neopentecostais seguem a doutrina da prosperidade: sucesso, bens matérias e contínua prosperidade são sinais de um verdadeiro fiel e servo de Deus, fracasso e pobreza são indícios de seu revés e maldições segundo a doutrina.
Seguindo o mesmo ritmo de crescimento está a “loucura”, estima-se que até 2020 a depressão será a segunda doença mais danosa para a saúde humana levando até mesmo a morte, perdendo somente para doenças do coração.
Um dos motivos para o crescimento da “loucura” - ainda segundo uma das matérias – é o mais interessante se levarmos em conta o atual crescimento evangélico: a falta de ESPIRITUALIDADE – observando a doutrina do segmento crescente isso não é de surpreender.
Os neopentecostais têm a espiritualidade – em seu amplo sentido –, como algo secundário: “Esteja bem materialmente e sua felicidade virá.” É uma visão abominável – ao menos para mim –, afinal, basta observar um pouco para notarmos a competitividade feroz criada com base nisso e o total apreço pelo consumo supérfluo e exacerbado de uma sociedade intelectualmente – espiritualmente – atrasada.
Ela – sociedade – quer carro do ano, TV de ultima geração, talheres de prata e uma infinidade de itens de alto preço, mas de “baixíssimo” valor. Os humanos esquecem a essência de si, cobiçam, atribuem e transferem valores inexistentes, o resultado é o que assistimos impotentes: humanos escravizados pelo egoísmo.
O ultimo crescimento é o mais aterrador: cresce – nesse país tão misto – a intolerância religiosa. Praticantes de religiões afro-brasileiras são vitimas de preconceito por parte dos crescentes evangélicos, as agressões não se limitam a nível verbal.
Não é necessário ir muito longe para lembrar-se de casos, pois ainda que a matérias seja recente a intolerância já tem algum tempo: terreiros são destruídos por jovens evangélicos, imagens são destruídas, agressões indiretas são vistas rotineiramente em programas evangélicos e, recentemente uma criança de 3 anos fora agredida por uma senhora evangélica no Maranhão em Outubro desse ano.
As agressões – verbais e/ou físicas – são frutos do proselitismo, afinal, existe uma espécie de “meta” para bater entre os neopentecostais e aparentemente, como em uma loja vale de tudo para se obter novos clientes.
O numero de evangélicos cresce junto à loucura e à agressividade de um povo misto, cego para suas igualdades, cego também para a sua condição de animal aprendiz e, intolerantes para as suas insignificantes diferenças.
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Todos Mortos, Deitados Ou Não
Surpreendi-me recentemente com uma foto: Três jovens baleados, dois mortos e um apenas com os braços feridos, um rapaz portando a arma que disparara as balas e uma grande multidão entrono dos caídos.
Segundo a descrição, tratava-se da tentativa frustrada de um assalto, os ladrões tentaram roubar um policial civil, dois acabaram mortos e o terceiro com os braços feridos.
Particularmente a morte de pessoas que roubam e quiçá até matam para roubar, não é algo que me entristeça, ao menos não profundamente, mas os comentários sobre a imagem e mesmo os olhares dos “vivos” que rodeavam os corpos na fotografia o que me causara alguma dor.
Olhando para os corpos e para a “platéia” a volta não conseguia enxergar grande diferença, todos sem exceção me pareciam mortos, afinal, havia uma indiferença quase que absoluta para com a vida em si nos olhares e, alguns comentários reforçavam o que eu via: “É assim que devem ser tratados esses tipos!” ou, “Quem defende é por que não passou por isso!” entre outros.
Não consigo ver a morte – ao menos a que os jovens encontram – como punição, mas mais dolorosa e sofrida é a morte pela qual passaram os comentaristas e espectadores do ocorrido, afinal, morreram por dentro a ponto de não mais enxergarem nem mesmo a sombra daquilo que podiam ser.
Não acho que esses mortos que andam apressados nas calçadas e avenidas das grandes cidades, tenham notado seu avançado estado de decomposição, mas sei que logo acordarão para a sua real condição e vão perceber que quando mais precisavam estar e sentirem-se vivos, já estavam todos mortos.
Segundo a descrição, tratava-se da tentativa frustrada de um assalto, os ladrões tentaram roubar um policial civil, dois acabaram mortos e o terceiro com os braços feridos.
Particularmente a morte de pessoas que roubam e quiçá até matam para roubar, não é algo que me entristeça, ao menos não profundamente, mas os comentários sobre a imagem e mesmo os olhares dos “vivos” que rodeavam os corpos na fotografia o que me causara alguma dor.
Olhando para os corpos e para a “platéia” a volta não conseguia enxergar grande diferença, todos sem exceção me pareciam mortos, afinal, havia uma indiferença quase que absoluta para com a vida em si nos olhares e, alguns comentários reforçavam o que eu via: “É assim que devem ser tratados esses tipos!” ou, “Quem defende é por que não passou por isso!” entre outros.
Não consigo ver a morte – ao menos a que os jovens encontram – como punição, mas mais dolorosa e sofrida é a morte pela qual passaram os comentaristas e espectadores do ocorrido, afinal, morreram por dentro a ponto de não mais enxergarem nem mesmo a sombra daquilo que podiam ser.
Não acho que esses mortos que andam apressados nas calçadas e avenidas das grandes cidades, tenham notado seu avançado estado de decomposição, mas sei que logo acordarão para a sua real condição e vão perceber que quando mais precisavam estar e sentirem-se vivos, já estavam todos mortos.
sábado, 29 de outubro de 2011
De Um Homem A Um Porco. Quem É Um E Quem É O Outro? – “Eu Mato Ele!”
“Humanos podres, tolos e miseráveis ao ponto de não compreenderem valor algum, são na realidade os causadores da miséria do mundo, não porque que o mundo assim o é, mas porque seus olhos estão cheios dela e nada mais enxergam, além daquilo que carregam com orgulho dentro de si.”
Abraçando a inocência que ainda há entre eles, para mantê-la calma em meio aos porcos, pude ouvir esses hominídeos grunhindo uns para os outros e, entre um grunhido e outro era possível identificar um: “Eu mato ele!” – num tom sem qualquer irreverência, mas carregado de um rancor homicida.
Intolerância, egoísmo e uma infinidade de outros “motivos” para a alimentação de suas feras internas, mas já nem tão ocultas.
Cegos para as árvores que desabrocham as mais belas flores, para o verde raro e quase incomum das grandes metrópoles, para o azul do céu e o brilho em processo de extinção do sol, eles se limitam a enxergar suas desprezíveis diferenças e eliminá-las com o poder que eles mesmos se deram.
O valor da vida já não exite mais para eles, uma morte mais, uma morte menos não lhes toma mais que meio minuto de reflexão em meio às drogas hedônicas, e isso, quase me faz derramar dos olhos desse corpo que tomo por empréstimo, a purificadora água com sal.
Já com os braços menos apertados entrono da inocência, olhei firmemente em seus olhos e lhe pedi: “Prometa-me que não fará parte disso e, que será mais tolerante e flexível quanto a esse autodestrutivo comportamento que esses humanos carregam. Prometa-me.”
Com o olhar de quem compreendera meus apelos, mas com um vocabulário ainda limitado para responder-me, a inocência simplesmente encostou a cabeça em meio peito no que se traduziu em um: “Eu Prometo!”
Acreditar? Não sei se um dia conseguirei.
Abraçando a inocência que ainda há entre eles, para mantê-la calma em meio aos porcos, pude ouvir esses hominídeos grunhindo uns para os outros e, entre um grunhido e outro era possível identificar um: “Eu mato ele!” – num tom sem qualquer irreverência, mas carregado de um rancor homicida.
Intolerância, egoísmo e uma infinidade de outros “motivos” para a alimentação de suas feras internas, mas já nem tão ocultas.
Cegos para as árvores que desabrocham as mais belas flores, para o verde raro e quase incomum das grandes metrópoles, para o azul do céu e o brilho em processo de extinção do sol, eles se limitam a enxergar suas desprezíveis diferenças e eliminá-las com o poder que eles mesmos se deram.
O valor da vida já não exite mais para eles, uma morte mais, uma morte menos não lhes toma mais que meio minuto de reflexão em meio às drogas hedônicas, e isso, quase me faz derramar dos olhos desse corpo que tomo por empréstimo, a purificadora água com sal.
Já com os braços menos apertados entrono da inocência, olhei firmemente em seus olhos e lhe pedi: “Prometa-me que não fará parte disso e, que será mais tolerante e flexível quanto a esse autodestrutivo comportamento que esses humanos carregam. Prometa-me.”
Com o olhar de quem compreendera meus apelos, mas com um vocabulário ainda limitado para responder-me, a inocência simplesmente encostou a cabeça em meio peito no que se traduziu em um: “Eu Prometo!”
Acreditar? Não sei se um dia conseguirei.
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Crescimento, A Desumanização
O que acontece na transição, infância - maturidade?
Os brinquedos são descartados, os valores são modificados ou simplesmente perdidos. A bondade e a tolice transformam-se em sinônimos oferecendo o direito à humilhação e a subjugação do alto-intitulado “Alfa” a menos que a mesma – a bondade – venha com holofotes midiáticos.
Eles crescem e, indo de encontro ao senso comum, não é a perversidade e sim qualquer indicio de bondade e ternura que se perdem no caminho. Talvez, seja apenas a lei da sobrevivência, o mais forte sobre o mais fraco, talvez seja a maldade intrínseca em todos eles que simplesmente explode quando começam a amadurecer.
Será mesmo amadurecer?
Todas as noticias publicadas dia após dia parecem apontar o inverso, não que aja um retrocesso, mas um esfriamento absoluto daquilo que outrora era um ser que aos prantos apontava para uma ave ou, formiga morta.
Hoje, vemos pedófilos, assassinos, loucos, um trânsito caótico e homicida, uma competição desmedida para se exibir uma superioridade inexistente por um feito puramente egocêntrico e aquelas crianças não mais choram, se calam temporariamente e retomam os seus afazeres.
Os brinquedos são descartados, os valores são modificados ou simplesmente perdidos. A bondade e a tolice transformam-se em sinônimos oferecendo o direito à humilhação e a subjugação do alto-intitulado “Alfa” a menos que a mesma – a bondade – venha com holofotes midiáticos.
Eles crescem e, indo de encontro ao senso comum, não é a perversidade e sim qualquer indicio de bondade e ternura que se perdem no caminho. Talvez, seja apenas a lei da sobrevivência, o mais forte sobre o mais fraco, talvez seja a maldade intrínseca em todos eles que simplesmente explode quando começam a amadurecer.
Será mesmo amadurecer?
Todas as noticias publicadas dia após dia parecem apontar o inverso, não que aja um retrocesso, mas um esfriamento absoluto daquilo que outrora era um ser que aos prantos apontava para uma ave ou, formiga morta.
Hoje, vemos pedófilos, assassinos, loucos, um trânsito caótico e homicida, uma competição desmedida para se exibir uma superioridade inexistente por um feito puramente egocêntrico e aquelas crianças não mais choram, se calam temporariamente e retomam os seus afazeres.
sábado, 24 de setembro de 2011
Rebelião, Um Passo À Ressurreição
Não mantenha a calma, apenas deixe a cabeça no lugar. Pare e reflita tudo o que tiver que refletir, arremesse todos os móveis que quiser arremessar, odeie sua condição esse é o principio para mudar – se é que quer mudar – não engula mais o velho papo: “Acostume-se, pois a vida é mesmo assim”.
Você está onde queria?
A vida lhe é justa?
Seus esforços lhe são validos?
Toda sua realidade veio de imaginações, ideias incomuns de pessoas comuns que não se conformavam com o que o mundo supostamente tinha a lhes oferecer.
A solidão lhe dá o privilégio da reflexão, a reflexão lhe impulsiona a inconformismo, que por sua vez lhe leva a rebelião, e sendo ou não expulso de seu paraíso eis o grande e árduo passo para a sua ressurreição.
A inventividade humana é admirável e sem ela vocês nada são, mas toda essa inventividade também não é nada sem alguma dose de rebelião.
“Atormentem-se, pois no tormento há solução.”
Você está onde queria?
A vida lhe é justa?
Seus esforços lhe são validos?
Toda sua realidade veio de imaginações, ideias incomuns de pessoas comuns que não se conformavam com o que o mundo supostamente tinha a lhes oferecer.
A solidão lhe dá o privilégio da reflexão, a reflexão lhe impulsiona a inconformismo, que por sua vez lhe leva a rebelião, e sendo ou não expulso de seu paraíso eis o grande e árduo passo para a sua ressurreição.
A inventividade humana é admirável e sem ela vocês nada são, mas toda essa inventividade também não é nada sem alguma dose de rebelião.
“Atormentem-se, pois no tormento há solução.”
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Nada Além - Eu Quero Acreditar
Não há muito tempo, tive contato com uma canção – nada de novo, já que sou grande fã das distrações auditivas – contudo havia algo diferente nesse meu contato, uma admiração e desejo avassalador de sentir o que a letra passara.
E passava uma crença absurda na espécie humana, uma crença aparentemente inabalável quanto à bondade contida nos humanos por trás de roupas rotas, faces sérias ou roupas de marca.
Já não me lembro quando foi que algo me contagiou assim, contudo, apenas quero, mas não partilho desse otimismo. Nem sempre são palavras quentes rente a boca, nem sempre são muito além do que parecem ser.
A letra, a melodia é para mim, uma canção completa e um prato cheio para alguém disposto a refletir sobre o que a letra propõe de forma simples e clara, foi bom sentir algo, porém compreendo que essa minha tentativa de otimismo não dure, mas fica registrado que ainda tento acreditar.
Para aqueles que se dispor de tempo e alguma curiosidade, a canção é da “Los Porongas” e chama-se “Nada Além.”
Eis o Link:
"Nada Além"
E passava uma crença absurda na espécie humana, uma crença aparentemente inabalável quanto à bondade contida nos humanos por trás de roupas rotas, faces sérias ou roupas de marca.
Já não me lembro quando foi que algo me contagiou assim, contudo, apenas quero, mas não partilho desse otimismo. Nem sempre são palavras quentes rente a boca, nem sempre são muito além do que parecem ser.
A letra, a melodia é para mim, uma canção completa e um prato cheio para alguém disposto a refletir sobre o que a letra propõe de forma simples e clara, foi bom sentir algo, porém compreendo que essa minha tentativa de otimismo não dure, mas fica registrado que ainda tento acreditar.
Para aqueles que se dispor de tempo e alguma curiosidade, a canção é da “Los Porongas” e chama-se “Nada Além.”
Eis o Link:
"Nada Além"
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
“Estude, estude, estude” – Impossível Ignorar
“A estudante Bianca Ribeiro Consoli, de 19 anos, foi encontrada morta na casa onde morava na noite da última terça-feira (13) no Parque São Rafael, na zona leste de São Paulo. No local do crime, a vítima morava com os pais.
A Polícia Militar foi até o local por conta de um chamado de tentativa de suicídio. Na casa, porém, a menina estava com sinais de esganadura no pescoço e com um plástico amarrado na boca.
O caso foi registrado no 55º Distrito Policial.”
Visto de fora, apenas outra de tantas vidas que já foram arrancadas de seus corpos, uma bela jovem como muitas outras nos noticiários, um grande sonho como tantos outros que também encontraram seu réquiem.
Até quando?
Não consigo simplesmente ignorar as mortes que vejo diariamente, pois não as vejo apenas de fora, mas as vejo pelo mecanismo complexo da rara vida que simplesmente não possui mais valor algum – se é que teve algum um dia.
Se eu postasse todas as minhas reflexões sobre essas mortes que acompanho, meu blog não teria outra temática, apenas escolhi esse e algum tempo depois do ocorrido porque simplesmente não consigo esquecer a atitude guerreira dessa jovem ao longo de sua jovem vida.
Visto de dentro, ela tinha planos, sonhos e uma força de vontade que por si só desconsideraria qualquer hipótese de suicídio, ela tinha milhões de motivos para correr e não desistiria de tudo sem lutar.
Não há punição justa o bastante para alguém que ceifa uma vida, não há motivos que justifique tal ação é simplesmente deplorável ver dia após dia a vida valendo nada, inveja, egoísmo, impulso, monstros internos libertos por ignorância nos mais variados sentidos.
Compreendam o valor de suas vidas e da vida dos outros, compreendam que suas dores não são únicas, compreendam a raridade da existência e o valor da luta justa por aquilo que se almeja e para a compreensão: “Estude, estude, estude.”
A Polícia Militar foi até o local por conta de um chamado de tentativa de suicídio. Na casa, porém, a menina estava com sinais de esganadura no pescoço e com um plástico amarrado na boca.
O caso foi registrado no 55º Distrito Policial.”
Visto de fora, apenas outra de tantas vidas que já foram arrancadas de seus corpos, uma bela jovem como muitas outras nos noticiários, um grande sonho como tantos outros que também encontraram seu réquiem.
Até quando?
Não consigo simplesmente ignorar as mortes que vejo diariamente, pois não as vejo apenas de fora, mas as vejo pelo mecanismo complexo da rara vida que simplesmente não possui mais valor algum – se é que teve algum um dia.
Se eu postasse todas as minhas reflexões sobre essas mortes que acompanho, meu blog não teria outra temática, apenas escolhi esse e algum tempo depois do ocorrido porque simplesmente não consigo esquecer a atitude guerreira dessa jovem ao longo de sua jovem vida.
Visto de dentro, ela tinha planos, sonhos e uma força de vontade que por si só desconsideraria qualquer hipótese de suicídio, ela tinha milhões de motivos para correr e não desistiria de tudo sem lutar.
Não há punição justa o bastante para alguém que ceifa uma vida, não há motivos que justifique tal ação é simplesmente deplorável ver dia após dia a vida valendo nada, inveja, egoísmo, impulso, monstros internos libertos por ignorância nos mais variados sentidos.
Compreendam o valor de suas vidas e da vida dos outros, compreendam que suas dores não são únicas, compreendam a raridade da existência e o valor da luta justa por aquilo que se almeja e para a compreensão: “Estude, estude, estude.”
terça-feira, 20 de setembro de 2011
[A]Lógica
No mais profundo da razão uma sensação estranha parece surgir, não posso defini-la com a devida e querida precisão, apenas posso dizer que a sinto de algum modo, a percebo de alguma forma e me perturba indescritivelmente.
Falaram-me de sonhos e já nem me lembro o que é isso, alguns dizem ser aquilo que move suas ações, outros que simplesmente movem toda a sua vida e lá vão eles – os hominídeos – em manadas ou isolados por seu egoísmo com relação ao egoísmo dos outros.
“Como são simplórios esse hominídeos. E como gostaria de sê-lo também.”
Eles correm, ainda que dentro de uma “roda de ratos”, eles simplesmente correm, ora para alimentar outras bocas, ou apenas para concluir pequenos objetivos, para eles toda a sua pressa se justifica nisso.
Apenas não encontrei aspirações pelas quais correr, então, apenas observo o corre e correr desses ora admiráveis, ora desprezíveis animais, com alguma angustia de não encontrar a mesma razão para partilhar de toda essa corrida.
“Quando todas as ações carecem de uma razão para ser, noto o eterno vazio por trás da lógica.”
Falaram-me de sonhos e já nem me lembro o que é isso, alguns dizem ser aquilo que move suas ações, outros que simplesmente movem toda a sua vida e lá vão eles – os hominídeos – em manadas ou isolados por seu egoísmo com relação ao egoísmo dos outros.
“Como são simplórios esse hominídeos. E como gostaria de sê-lo também.”
Eles correm, ainda que dentro de uma “roda de ratos”, eles simplesmente correm, ora para alimentar outras bocas, ou apenas para concluir pequenos objetivos, para eles toda a sua pressa se justifica nisso.
Apenas não encontrei aspirações pelas quais correr, então, apenas observo o corre e correr desses ora admiráveis, ora desprezíveis animais, com alguma angustia de não encontrar a mesma razão para partilhar de toda essa corrida.
“Quando todas as ações carecem de uma razão para ser, noto o eterno vazio por trás da lógica.”
sábado, 27 de agosto de 2011
Solidão - A Alma Impar
Os últimos acontecimentos têm me oferecido maior período de tempo com minha amada, a solidão.
Lembro-me que desde muito novo possuo uma habilidade natural de me transportar para dimensões que me libertam de todo o desconforto ou angustia, uma habilidade de ficar só, ainda que em meio à multidão.
Nunca compreendi o pavor desses hominídeos – ao menos de grande parte deles – quanto ao ato de ficarem sozinhos. Eles criaram a ideia fixa de que sua felicidade pessoal gira ao redor de outros.
Algumas mitologias como a da alma gêmea, sustentam a ideia de que eles não podem viver felizes sozinhos, alegando que todas as almas foram divididas ao meio e condenadas à busca eterna pela sua outra metade.
Considerei por algum tempo a “necessidade” de ter alguém comigo, afinal todos a minha volta me diziam isso enquanto eu crescia.
Arrisquei-me por vinte e sete vezes, em tentativas frustradas de encontrar o afeto que segundo os humanos me daria sentido de existir e falhei, falhei miseravelmente em todas elas.
Em meio a desaprovação imposta por uma sociedade que não compreendia a minha real natureza não-humana, e que já considerava minha companheira, solidão como uma grave patologia acabei por encontrar algo realmente precioso, a amizade.
Sempre tive poucos amigos e só os procuro quando esses precisam de mim, não costumo estar por perto quando eles estão festejando, mas os guio até que possam festejar e isso sim me proporciona algum sentido.
E quando todos festejam simplesmente me recolho no mais profundo silêncio do meu quarto ou nas sombras das avenidas das cidades, mas sempre bem acompanhado por minha solidão.
Sigo sempre buscando descobrir novos meios de me sentir realizado, sem que ao final disso tenha que agradecer a alguém.
Poucos realmente conseguem saborear a solidão, a maior parte perde a sanidade em uns poucos dias, e aqueles que se mantêm sãos enxergam por fim o valor de ser a alma impar, sem amaldiçoar ou exaltar algo além de si mesmo.
Lembro-me que desde muito novo possuo uma habilidade natural de me transportar para dimensões que me libertam de todo o desconforto ou angustia, uma habilidade de ficar só, ainda que em meio à multidão.
Nunca compreendi o pavor desses hominídeos – ao menos de grande parte deles – quanto ao ato de ficarem sozinhos. Eles criaram a ideia fixa de que sua felicidade pessoal gira ao redor de outros.
Algumas mitologias como a da alma gêmea, sustentam a ideia de que eles não podem viver felizes sozinhos, alegando que todas as almas foram divididas ao meio e condenadas à busca eterna pela sua outra metade.
Considerei por algum tempo a “necessidade” de ter alguém comigo, afinal todos a minha volta me diziam isso enquanto eu crescia.
Arrisquei-me por vinte e sete vezes, em tentativas frustradas de encontrar o afeto que segundo os humanos me daria sentido de existir e falhei, falhei miseravelmente em todas elas.
Em meio a desaprovação imposta por uma sociedade que não compreendia a minha real natureza não-humana, e que já considerava minha companheira, solidão como uma grave patologia acabei por encontrar algo realmente precioso, a amizade.
Sempre tive poucos amigos e só os procuro quando esses precisam de mim, não costumo estar por perto quando eles estão festejando, mas os guio até que possam festejar e isso sim me proporciona algum sentido.
E quando todos festejam simplesmente me recolho no mais profundo silêncio do meu quarto ou nas sombras das avenidas das cidades, mas sempre bem acompanhado por minha solidão.
Sigo sempre buscando descobrir novos meios de me sentir realizado, sem que ao final disso tenha que agradecer a alguém.
Poucos realmente conseguem saborear a solidão, a maior parte perde a sanidade em uns poucos dias, e aqueles que se mantêm sãos enxergam por fim o valor de ser a alma impar, sem amaldiçoar ou exaltar algo além de si mesmo.
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
[In]Finitude
É isso, sanei todas as excitações manifestas no corpo em que me abrigo.
Agarrei com força desmedida tudo aquilo que esse mundo me ofereceu, desfrutei das tecnologias, saboreei tudo o que me pareceu agradável ao paladar, admirei todas as formas de beleza, me deixei guiar por todas as ondas traduzidas pelo olfato, deliciei-me com as vibrações passeando por meus canais auditivos, retorci esse corpo de todas as formas anatomicamente possíveis em centenas de explosões do prazer.
E é só isso?
Repetições intermináveis, o apego por tudo aquilo que é efêmero ou transitório, eis a graça contida na vida vivida por de trás dos olhos humanos, cada qual a sua maneira, traduzindo ondas como lhe cabe ou como seus cérebros permitirem, mas é apenas isso e, nada mais...
Risos, prantos, dores, prazeres, pesares, gozos e outra vez risos, prantos, dores... É um emaranhado circular de situações e emoções instáveis que se somam, multiplicam-se, dividem-se ou subtraem-se e dá aos mortais a harmonia caótica desse mundo.
Eles sofreram, sofrem e sofrerão continua e indeterminadamente por toda a existência, eis o caminho irreversível da evolução, talvez, um dia eles se tornem criaturas melhores, mas não estáveis, afinal, nem mesmo o universo o é.
Agarrei com força desmedida tudo aquilo que esse mundo me ofereceu, desfrutei das tecnologias, saboreei tudo o que me pareceu agradável ao paladar, admirei todas as formas de beleza, me deixei guiar por todas as ondas traduzidas pelo olfato, deliciei-me com as vibrações passeando por meus canais auditivos, retorci esse corpo de todas as formas anatomicamente possíveis em centenas de explosões do prazer.
E é só isso?
Repetições intermináveis, o apego por tudo aquilo que é efêmero ou transitório, eis a graça contida na vida vivida por de trás dos olhos humanos, cada qual a sua maneira, traduzindo ondas como lhe cabe ou como seus cérebros permitirem, mas é apenas isso e, nada mais...
Risos, prantos, dores, prazeres, pesares, gozos e outra vez risos, prantos, dores... É um emaranhado circular de situações e emoções instáveis que se somam, multiplicam-se, dividem-se ou subtraem-se e dá aos mortais a harmonia caótica desse mundo.
Eles sofreram, sofrem e sofrerão continua e indeterminadamente por toda a existência, eis o caminho irreversível da evolução, talvez, um dia eles se tornem criaturas melhores, mas não estáveis, afinal, nem mesmo o universo o é.
sábado, 30 de julho de 2011
A Beira Da Loucura
A psiquiatria não pode me ajudar, tudo o que me propôs foi dopar-me, numa constante prostração da mente e do corpo com drogas legais como a amitriptilina, uma vez que fora constatado – em 30 minutos de conversa – que minhas crises derivavam de estresse e ansiedade.
O som alegre, vulgar e burro desses miseráveis humanos alimenta uma chama destrutiva e autodestrutiva dentro desse corpo que habito e percebo então, o aumento na frequência de minhas crises de paralisia noturna.
Pedia apenas uma razão para eu compreender todos os sorrisos e consiga por fim digerir essa sensação inexplicável e inexpressível que me traz algum tormento e a resposta fora calar minha mente e danificar meu corpo com medicações psicoativas.
É só isso? Inútil e inadmissível para mim.
Seja por conselhos de variáveis psicólogos, seja por drogas alteradoras de humor, não há de minha parte intenção de “mutar” aquilo que sou, com conformismo e comodismo, pois sinto prazer em sofrer pelas razões que sofro, em odiar aquilo que odeio enfim tenho extremo orgulho de meus defeitos e minhas qualidades, afinal isso me torna distante dessa indiferença toda contida no egoísmo desses tolos.
Minhas perturbações noturnas continuam e continuarão enquanto eu me importar mais com esses miseráveis do que comigo, enquanto o correr das horas tiver alguma relevância para mim, enquanto o imaginário desses hominídeos impedir o progresso com superstições, enquanto a violência for o único ato, enquanto eu me importar – e espero sempre dizer que me importo – essas perturbações existiram em mim, levando-me às vezes a beira da loucura.
O som alegre, vulgar e burro desses miseráveis humanos alimenta uma chama destrutiva e autodestrutiva dentro desse corpo que habito e percebo então, o aumento na frequência de minhas crises de paralisia noturna.
Pedia apenas uma razão para eu compreender todos os sorrisos e consiga por fim digerir essa sensação inexplicável e inexpressível que me traz algum tormento e a resposta fora calar minha mente e danificar meu corpo com medicações psicoativas.
É só isso? Inútil e inadmissível para mim.
Seja por conselhos de variáveis psicólogos, seja por drogas alteradoras de humor, não há de minha parte intenção de “mutar” aquilo que sou, com conformismo e comodismo, pois sinto prazer em sofrer pelas razões que sofro, em odiar aquilo que odeio enfim tenho extremo orgulho de meus defeitos e minhas qualidades, afinal isso me torna distante dessa indiferença toda contida no egoísmo desses tolos.
Minhas perturbações noturnas continuam e continuarão enquanto eu me importar mais com esses miseráveis do que comigo, enquanto o correr das horas tiver alguma relevância para mim, enquanto o imaginário desses hominídeos impedir o progresso com superstições, enquanto a violência for o único ato, enquanto eu me importar – e espero sempre dizer que me importo – essas perturbações existiram em mim, levando-me às vezes a beira da loucura.
domingo, 24 de julho de 2011
Crias Da Omissão
Não fora a arma apontada para meu revés e eu, nem mesmo os itens furtados – carro, celulares, documentos e afins – ou os impropérios utilizados por aquele misero humano, mas a ausência de luz – compreensão – nos olhos daquele que poderia ter dado cabo de minha conexão com esse corpo e com a vida de meu revés.
Faltava-lhe algo e essa falta estava clara na escuridão de seu olhar. O que os leva a um ato tão irrefletido?
Será que há alguma razão por trás de todos esses atos? Não acredito no mal puro em nem uma das espécies animais existentes, tão pouco entre essa espécie – a humana – que se orgulha da capacidade extraordinária de raciocínio.
Todos eles possuem sua própria história e circunstancias vividas, que lhes oferecem os mais surtidos caminhos. Talvez esse miserável não tenha tido bons frutos e nem feito boas escolhas e então sua única alternativa tenha sido aquela que se apresentou para nós.
Se tudo tivesse acabado ali para meu revés ou para minha conexão, ele seria mais um monstro aos olhos da sociedade e até mesmo aos olhos desse corpo que tomo emprestado, contudo seria apenas mais uma cria dessa sociedade decadente.
Cria de um sistema penitenciário falido, que no lugar de punir e reeducar fortalece a cólera interna desses que se sentem desfavorecidos, cria de policiais corruptos que são crias de uma má remuneração criada pelo amor ao poder que por fim é estimulado por uma cultura consumista e fetichista.
A educação fora abandonada e os humanos se formam com seus instintos primários, onde o mais forte devora o mais fraco, onde uma vida vale o que se pode pagar, uns são libertos do homicídio pagando trezentos mil, outros com menos e quem não pode pagar é punido por furtar uma margarina.
Mas a alegria continua entre um mendigo queimado e outro seja no mundial, seja no carnaval os humanos ainda dançam e cantam numa omissão e conformismo incompreensíveis mesmo para mim.
Os humanos amam e porque amam são corruptíveis.
Faltava-lhe algo e essa falta estava clara na escuridão de seu olhar. O que os leva a um ato tão irrefletido?
Será que há alguma razão por trás de todos esses atos? Não acredito no mal puro em nem uma das espécies animais existentes, tão pouco entre essa espécie – a humana – que se orgulha da capacidade extraordinária de raciocínio.
Todos eles possuem sua própria história e circunstancias vividas, que lhes oferecem os mais surtidos caminhos. Talvez esse miserável não tenha tido bons frutos e nem feito boas escolhas e então sua única alternativa tenha sido aquela que se apresentou para nós.
Se tudo tivesse acabado ali para meu revés ou para minha conexão, ele seria mais um monstro aos olhos da sociedade e até mesmo aos olhos desse corpo que tomo emprestado, contudo seria apenas mais uma cria dessa sociedade decadente.
Cria de um sistema penitenciário falido, que no lugar de punir e reeducar fortalece a cólera interna desses que se sentem desfavorecidos, cria de policiais corruptos que são crias de uma má remuneração criada pelo amor ao poder que por fim é estimulado por uma cultura consumista e fetichista.
A educação fora abandonada e os humanos se formam com seus instintos primários, onde o mais forte devora o mais fraco, onde uma vida vale o que se pode pagar, uns são libertos do homicídio pagando trezentos mil, outros com menos e quem não pode pagar é punido por furtar uma margarina.
Mas a alegria continua entre um mendigo queimado e outro seja no mundial, seja no carnaval os humanos ainda dançam e cantam numa omissão e conformismo incompreensíveis mesmo para mim.
Os humanos amam e porque amam são corruptíveis.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
A Felicidade É Dos Ignorantes
Olhos – Eu devia tê-los fechado quando noteis que estavam ligeiramente abertos, talvez assim eu caminhasse igual a eles. Não condeno a razão de seus sorrisos na verdade até os invejo, gostaria apenas de saber como é, contudo não sei ignorar como eles sabem.
Eles ignoram com assombrosa maestria a violência gratuita aplicada por todos os cantos, ignoram as emoções alheias expressando todo seu preconceito, ignoram os mortos que não se justificam por nenhuma razão, ignoram e sorriem com uma felicidade demente.
Por que despertei? Talvez para ser unicamente o bode expiatório e receber a culpa por todos os atos atrozes desses hominídeos.
Se eu tivesse parado nos primeiros livros, se eu não tivesse me questionado tanto sobre aquilo que me cerca, se eu não os observasse com sincera semelhança, talvez assim eu compreendesse a anedota da vida humana, talvez assim eu partilhasse dos sorrisos.
Contudo, finalmente compreendi que a felicidade é dos ignorantes e que não sei ignorar.
Eles ignoram com assombrosa maestria a violência gratuita aplicada por todos os cantos, ignoram as emoções alheias expressando todo seu preconceito, ignoram os mortos que não se justificam por nenhuma razão, ignoram e sorriem com uma felicidade demente.
Por que despertei? Talvez para ser unicamente o bode expiatório e receber a culpa por todos os atos atrozes desses hominídeos.
Se eu tivesse parado nos primeiros livros, se eu não tivesse me questionado tanto sobre aquilo que me cerca, se eu não os observasse com sincera semelhança, talvez assim eu compreendesse a anedota da vida humana, talvez assim eu partilhasse dos sorrisos.
Contudo, finalmente compreendi que a felicidade é dos ignorantes e que não sei ignorar.
domingo, 10 de julho de 2011
Entre Drogas e Religião, a Salvação
Brasil, o país sul-americano campeão no consumo de maconha e cocaína é agora também, o país mundial da bíblia.
Não há paradoxo algum na frase que criei para iniciar esta reflexão, afinal, tanto as drogas como as religiões oferecem aos humanos um conforto similar e os humanos as procuram em situações parecidas.
O cotidiano do mundo “real” é desagradável e cru para a maior parte desses hominídeos desde o estresse do trabalho até o festival do sangue nos noticiários, outros sofrem ainda com o desemprego, contas a pagar, enfim, todos possuem a sua própria triste história, mas todos partilham de uma mesma ansiedade diante da certeza da morte.
Alguns em maior outros em menor grau, mas todos são afetados de alguma forma, e a saída é a desconexão com o mundo real.
Todos procuram um mecanismo de escape, uns mais outros menos nocivos, porém com o único propósito de experimentarem outra realidade diante da crueldade da vida e os campeões: Drogas e Religiões.
Um mundo alternativo é criado na mente, uma sensação de paz e alegria intensa, o mundo parece mais colorido, os sentidos e sentimentos são aguçados e finalmente está selada a conexão com outro mundo através da química da droga escolhida ou através da indução da religião de preferência.
Alucinações visuais e/ou auditivas são comuns e semelhantes nas narrativas entre aqueles que sofrem o efeito temporário das drogas e aqueles que gozam do beneficio “divino”.
Eles parecem distintos e distantes, mas legal ou ilegalmente eles caminham na mesma estrada, procurando formas para aliviarem seus pesares, e também o seu anseio ou pavor diante da certeza do esquecimento eterno que é a morte.
Não há paradoxo algum na frase que criei para iniciar esta reflexão, afinal, tanto as drogas como as religiões oferecem aos humanos um conforto similar e os humanos as procuram em situações parecidas.
O cotidiano do mundo “real” é desagradável e cru para a maior parte desses hominídeos desde o estresse do trabalho até o festival do sangue nos noticiários, outros sofrem ainda com o desemprego, contas a pagar, enfim, todos possuem a sua própria triste história, mas todos partilham de uma mesma ansiedade diante da certeza da morte.
Alguns em maior outros em menor grau, mas todos são afetados de alguma forma, e a saída é a desconexão com o mundo real.
Todos procuram um mecanismo de escape, uns mais outros menos nocivos, porém com o único propósito de experimentarem outra realidade diante da crueldade da vida e os campeões: Drogas e Religiões.
Um mundo alternativo é criado na mente, uma sensação de paz e alegria intensa, o mundo parece mais colorido, os sentidos e sentimentos são aguçados e finalmente está selada a conexão com outro mundo através da química da droga escolhida ou através da indução da religião de preferência.
Alucinações visuais e/ou auditivas são comuns e semelhantes nas narrativas entre aqueles que sofrem o efeito temporário das drogas e aqueles que gozam do beneficio “divino”.
Eles parecem distintos e distantes, mas legal ou ilegalmente eles caminham na mesma estrada, procurando formas para aliviarem seus pesares, e também o seu anseio ou pavor diante da certeza do esquecimento eterno que é a morte.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Resiliência
“_Você espanta as pessoas com o seu jeito”
A frase é uma velha conhecida minha, aos quatorze anos nessa existência a escutei de um colega de classe e hoje aos vinte e quatro, ela é pronunciada exatamente igual aquela de dez anos atrás, mas agora por um colega de trabalho.
Não sei se espanto as pessoas, sei apenas que me ponho em meu lugar.
Compreendo que para a maior parte dos humanos os bons vão para o céu, uma parte menor diz que nem ao céu e nem ao inferno. Sei que a maior parte foge da chuva e compreendo que poucos corram para senti-la no corpo cansado, para a maior parte das pessoas a solidão machuca, mas agrada uma pequena parte e eu não me encontro em nenhum dos grupos.
Entre a minoria e a maioria estou eu, um ser que se assemelha aos humanos sem sê-lo – ao menos como esperam – sou o solitário entre os solitários.
E minha solidão não é voluntária, apenas não compartilho dos anseios dos grupos que observei, logo, a solidão foi inevitável, contudo ela não me machuca e nem me agrada, apenas me oferece condições favoráveis – o silêncio é a mais nobre.
Não sei se há algum processo revesso – muito provavelmente não – mas estando numa mente e num corpo humano a resiliência é aplicável.
A frase é uma velha conhecida minha, aos quatorze anos nessa existência a escutei de um colega de classe e hoje aos vinte e quatro, ela é pronunciada exatamente igual aquela de dez anos atrás, mas agora por um colega de trabalho.
Não sei se espanto as pessoas, sei apenas que me ponho em meu lugar.
Compreendo que para a maior parte dos humanos os bons vão para o céu, uma parte menor diz que nem ao céu e nem ao inferno. Sei que a maior parte foge da chuva e compreendo que poucos corram para senti-la no corpo cansado, para a maior parte das pessoas a solidão machuca, mas agrada uma pequena parte e eu não me encontro em nenhum dos grupos.
Entre a minoria e a maioria estou eu, um ser que se assemelha aos humanos sem sê-lo – ao menos como esperam – sou o solitário entre os solitários.
E minha solidão não é voluntária, apenas não compartilho dos anseios dos grupos que observei, logo, a solidão foi inevitável, contudo ela não me machuca e nem me agrada, apenas me oferece condições favoráveis – o silêncio é a mais nobre.
Não sei se há algum processo revesso – muito provavelmente não – mas estando numa mente e num corpo humano a resiliência é aplicável.
terça-feira, 14 de junho de 2011
Reconexão Neural
Em um diálogo não muito recente deixei claro minha indignação com médicos que fazem uso dá expressão: “Ele não voltará mais a andar” e outras expressões que eliminam a esperança – única fonte de vida – desses frágeis hominídeos.
Recentemente li uma matéria que favorece minha confiança no futuro cientifico.
A partir da mistura da trombina extraída do veneno da cascavel, com o fibrinogênio do sangue de animais de grande porte, pesquisadores do Cevap, da Unidade Estadual Paulista de Botucatu, desenvolveram uma cola biológica.
Além de substituir a sutura em procedimentos cirúrgicos, auxiliar nos processos de cicatrização, o que mais me chama a atenção é seu futuro promissor na reconexão de neurônios.
É sabido pela classe médica que o desligamento de raízes nervosas ocasionado por acidentes – em geral com motocicletas – leva a morte grande parte dos neurônios, tendo por consequência a perda de funções motoras e de sensibilidade.
Os resultados dos experimentos feitos na parceria entre a Cevap e o Laboratório de Regeneração Nervosa da Unicamp são favoráveis graças à reabsorção da biocola, que se degrada no organismo e permite a recuperação de axônios e do sistema nervoso.
Tendo em vista um futuro iluminado graças aos avanços ininterruptos e constantes da ciência as expressões citadas no inicio dessa reflexão informativa não só tornam-se invalidas como, de profunda ignorância, a expressão mais coerente seria: “A medicina atual não garante que o paciente retome seus movimentos”.
Contudo a medicina do futuro pode garantir isso e muito o mais.
Recentemente li uma matéria que favorece minha confiança no futuro cientifico.
A partir da mistura da trombina extraída do veneno da cascavel, com o fibrinogênio do sangue de animais de grande porte, pesquisadores do Cevap, da Unidade Estadual Paulista de Botucatu, desenvolveram uma cola biológica.
Além de substituir a sutura em procedimentos cirúrgicos, auxiliar nos processos de cicatrização, o que mais me chama a atenção é seu futuro promissor na reconexão de neurônios.
É sabido pela classe médica que o desligamento de raízes nervosas ocasionado por acidentes – em geral com motocicletas – leva a morte grande parte dos neurônios, tendo por consequência a perda de funções motoras e de sensibilidade.
Os resultados dos experimentos feitos na parceria entre a Cevap e o Laboratório de Regeneração Nervosa da Unicamp são favoráveis graças à reabsorção da biocola, que se degrada no organismo e permite a recuperação de axônios e do sistema nervoso.
Tendo em vista um futuro iluminado graças aos avanços ininterruptos e constantes da ciência as expressões citadas no inicio dessa reflexão informativa não só tornam-se invalidas como, de profunda ignorância, a expressão mais coerente seria: “A medicina atual não garante que o paciente retome seus movimentos”.
Contudo a medicina do futuro pode garantir isso e muito o mais.
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Meu Revés
Rodeado por um generoso grupo de amigos, rindo de piadas que não compreendo, entre um gole e outro de sua bebida favorita os abraços dos muitos que lhe querem o bem. Portador de um carisma admirável e uma emotividade muito maior que o próprio corpo, eis o meu revés.
Tudo o que desejei ser sem jamais consegui-lo.
Talvez isso seja a sombra daquilo que os humanos chamam de ciúme, afinal admito minha incapacidade com a relação interpessoal, mal consigo ser presente em meu limitado circulo de amizade, relacionamentos afetivos me são desastrosos e sou ainda pior quando o tema é humor.
Meu modo de agir, pensar e ser parece o oposto daquilo que os humanos dizem ser um bom estilo de vida – a solidão virou doença para esses hominídeos. A existência me parece vaga por muitas vezes, suas imposições cotidianas são falsas interpretações do essencial para uma vida plena.
E o que é essencial para tanto?
Meu revés não busca um propósito, uma razão para ser ou existir, ele está em paz com a ditadura da rotina. Ele possui uma adorável família e extenso circulo de amigos do qual ele cuida com um zelo quase maternal.
Ele sorri mais do que eu, ele sente mais do que eu, chora, ama, odeia e talvez até viva muito mais do que eu.
Tudo o que desejei ser sem jamais consegui-lo.
Talvez isso seja a sombra daquilo que os humanos chamam de ciúme, afinal admito minha incapacidade com a relação interpessoal, mal consigo ser presente em meu limitado circulo de amizade, relacionamentos afetivos me são desastrosos e sou ainda pior quando o tema é humor.
Meu modo de agir, pensar e ser parece o oposto daquilo que os humanos dizem ser um bom estilo de vida – a solidão virou doença para esses hominídeos. A existência me parece vaga por muitas vezes, suas imposições cotidianas são falsas interpretações do essencial para uma vida plena.
E o que é essencial para tanto?
Meu revés não busca um propósito, uma razão para ser ou existir, ele está em paz com a ditadura da rotina. Ele possui uma adorável família e extenso circulo de amigos do qual ele cuida com um zelo quase maternal.
Ele sorri mais do que eu, ele sente mais do que eu, chora, ama, odeia e talvez até viva muito mais do que eu.
terça-feira, 24 de maio de 2011
A Lamentação – O Abrir Dos Olhos
Já quase não enxergo mais as sutis e nem mesmo as pronunciadas singularidades entre os indivíduos da espécie humana. O meu respeito por cada um é o mesmo, um respeito para com a vida da forma mais pura e sólida, seja a vida bem vivida ou não – E mesmo eu, não posso fazer a distinção entre uma forma ou outra de vida.
É irreversível.
Minha tolerância para com seus equívocos, para os mesmos é pura frieza. Contudo, não consigo me deixar sentir qualquer emoção, proveniente dessas ações tão impulsivas, afinal, sei que cada gesto, cada diálogo em cada grupo é resultado de impulsos bioquímicos d’um cérebro particular, egoísta e (aos místicos) escravagista.
Como responsabilizá-los? Religiosos, loucos e suas epilepsias, criminosos, suicidas e seus distúrbios bioquímicos.
Eles não passam de máquinas biológicas, obedecendo cega e involuntariamente as programações de seus circuitos orgânicos.
Eles sempre souberam, e deixam claro em seus: “Eu não tive escolha” – De fato eles nunca tiveram controle algum, de fato suas singularidades são repetições recodificadas de códigos genéticos, são heranças indesejadas, conversões a revelia, vontades a contra gosto e o sofrimento passou a ser inevitável desde que o egoísmo do cérebro criou a ilusão eterna na invencibilidade da alma.
É irreversível.
Minha tolerância para com seus equívocos, para os mesmos é pura frieza. Contudo, não consigo me deixar sentir qualquer emoção, proveniente dessas ações tão impulsivas, afinal, sei que cada gesto, cada diálogo em cada grupo é resultado de impulsos bioquímicos d’um cérebro particular, egoísta e (aos místicos) escravagista.
Como responsabilizá-los? Religiosos, loucos e suas epilepsias, criminosos, suicidas e seus distúrbios bioquímicos.
Eles não passam de máquinas biológicas, obedecendo cega e involuntariamente as programações de seus circuitos orgânicos.
Eles sempre souberam, e deixam claro em seus: “Eu não tive escolha” – De fato eles nunca tiveram controle algum, de fato suas singularidades são repetições recodificadas de códigos genéticos, são heranças indesejadas, conversões a revelia, vontades a contra gosto e o sofrimento passou a ser inevitável desde que o egoísmo do cérebro criou a ilusão eterna na invencibilidade da alma.
sexta-feira, 13 de maio de 2011
“Humanos Apenas Humanos.”
Já perdi o numero de vezes que fiz uso dessa expressão – a que intitula a reflexão – para com tais criaturas, contudo eles não se enxergam assim, há uma preferência clara nas divisões, subdivisões e todas as formas de divisões existentes.
Há algum tempo tentei não deixar meu ateísmo manifestar-se em minhas reflexões acerca do que observo, mas nesse caso não vejo saída.
A CNBB e evidentemente as bancadas Evangélicas são a razão irracional por de trás de toda essa acalorada e atávica briga. Eles lêem um livro envolto de traças e poeira do qual aderem retrógrados pensamentos para guiarem suas vidas, mas não se limitam às próprias vidas, querem impor o mesmo para todos os cidadãos como se fosse uma verdade absoluta e não uma interpretação torpe de mitologias antigas.
Afinal, para quê serve mesmo a religião? Serve única e exclusivamente de anestésico aos que sofrem por crises psíquico-emocionais e deveria limitar-se a essa única função.
O debate sobre a aprovação da união entre humanos e humanos – assim fica mais clara a tolice – ou como eles preferem: “a união entre pessoas do mesmo sexo.” Vai durar o tempo necessário para que essas mentes primitivas evoluam e tomem consciência do atraso.
Eles falam em preservação da família e, mal sabem o quanto seus atos as destroem dentro de cada jovem que sem escolha rumam à ilusão de drogas e/ou ao suicídio.
Digam-me que a família não se destrói com isso?
Se eles enxergassem o que eu enxergo, se eles enxergassem como eu enxergo toda essa discussão jamais teria existido, contudo o anacronismo imposto pelos seguidores de superstição e por aqueles céticos influenciados por essa moral faz do progresso uma hipótese que nunca virá.
E assim mantém-se viva a sociedade com as ideias da idade média.
Há algum tempo tentei não deixar meu ateísmo manifestar-se em minhas reflexões acerca do que observo, mas nesse caso não vejo saída.
A CNBB e evidentemente as bancadas Evangélicas são a razão irracional por de trás de toda essa acalorada e atávica briga. Eles lêem um livro envolto de traças e poeira do qual aderem retrógrados pensamentos para guiarem suas vidas, mas não se limitam às próprias vidas, querem impor o mesmo para todos os cidadãos como se fosse uma verdade absoluta e não uma interpretação torpe de mitologias antigas.
Afinal, para quê serve mesmo a religião? Serve única e exclusivamente de anestésico aos que sofrem por crises psíquico-emocionais e deveria limitar-se a essa única função.
O debate sobre a aprovação da união entre humanos e humanos – assim fica mais clara a tolice – ou como eles preferem: “a união entre pessoas do mesmo sexo.” Vai durar o tempo necessário para que essas mentes primitivas evoluam e tomem consciência do atraso.
Eles falam em preservação da família e, mal sabem o quanto seus atos as destroem dentro de cada jovem que sem escolha rumam à ilusão de drogas e/ou ao suicídio.
Digam-me que a família não se destrói com isso?
Se eles enxergassem o que eu enxergo, se eles enxergassem como eu enxergo toda essa discussão jamais teria existido, contudo o anacronismo imposto pelos seguidores de superstição e por aqueles céticos influenciados por essa moral faz do progresso uma hipótese que nunca virá.
E assim mantém-se viva a sociedade com as ideias da idade média.
terça-feira, 10 de maio de 2011
Insolúveis Na Espécie
“Você acha que ela é uma pessoa legal?” – Veio subitamente a pergunta misturada ao som das maquinas em movimentos frenéticos.
Não pensei muito para responder, mas houve certa dificuldade: “Não consigo diferenciar pessoas legais ou não, boas ou ruins, pois quando as olho, o que vejo é tão uniforme que torna-se insolúvel.” O rapaz que me havia feito a questão calou-se e seguimos a rotina.
Afinal, o que as diferencia?
Talvez em tempos mais remotos eu soubesse responder a tal pergunta com a precisão que ele desejava, mas agora, que diferença há entre um humano e outro?
Seus humores são tão instáveis que não há lógica em fazer a afirmação positiva ou negativa para tal questão, no máximo um: “hoje ela é uma pessoa legal.”
A estabilidade emocional é alheia a vontade do homem o que faz das classificações algo extremamente subjetivo.
Alguém que lhe agrade hoje pode não lhe agradar tanto assim num futuro não tão distante, não por vontade da pessoa em questão, mas pela natureza transitória de suas emoções.
Não há humano bom em período integral ou ruim da mesma forma, do contrário não seriam humanos, todos possuem seus momentos e não há razões para condená-los – ao menos não para um ser como eu – mas entre eles a instabilidade é tamanha que mal conseguem notar o quão são fúteis suas distinções, mesmo aquelas que não se referem ao humor.
Crentes ou céticos, heterossexuais ou homossexuais, fiéis ou traidores no final das contas são apenas insolúveis dentro de uma espécie animal, a espécie humana.
Não pensei muito para responder, mas houve certa dificuldade: “Não consigo diferenciar pessoas legais ou não, boas ou ruins, pois quando as olho, o que vejo é tão uniforme que torna-se insolúvel.” O rapaz que me havia feito a questão calou-se e seguimos a rotina.
Afinal, o que as diferencia?
Talvez em tempos mais remotos eu soubesse responder a tal pergunta com a precisão que ele desejava, mas agora, que diferença há entre um humano e outro?
Seus humores são tão instáveis que não há lógica em fazer a afirmação positiva ou negativa para tal questão, no máximo um: “hoje ela é uma pessoa legal.”
A estabilidade emocional é alheia a vontade do homem o que faz das classificações algo extremamente subjetivo.
Alguém que lhe agrade hoje pode não lhe agradar tanto assim num futuro não tão distante, não por vontade da pessoa em questão, mas pela natureza transitória de suas emoções.
Não há humano bom em período integral ou ruim da mesma forma, do contrário não seriam humanos, todos possuem seus momentos e não há razões para condená-los – ao menos não para um ser como eu – mas entre eles a instabilidade é tamanha que mal conseguem notar o quão são fúteis suas distinções, mesmo aquelas que não se referem ao humor.
Crentes ou céticos, heterossexuais ou homossexuais, fiéis ou traidores no final das contas são apenas insolúveis dentro de uma espécie animal, a espécie humana.
sábado, 7 de maio de 2011
Sob O Silêncio
Poucas são as madrugadas que possuo livre, pois é na virada da noite que engulo a labuta como uma condição de habitar um corpo mortal, mas quando a tenho nas mãos faço o melhor que posso, e o melhor é caminhar por entre ela, na maior parte das vezes como gosto de estar, solitário e oculto.
Antes que as ruas e estradas fiquem livres para o vazio e o silêncio, os humanos as dominam, e percebo que raramente andam a sós.
A solidão me agrada, talvez por nunca haver conhecido a face de seu revés, afinal esse meu comportamento é praticamente inato segundo os biologicamente mais velhos do meu único grupo, o familiar.
Já para os humanos, a solidão se assemelha a alguma dor da qual eles fogem o mais rápido e máximo que podem de todas as formas que lhes é cabível. Eles sofrem na companhia de um relacionamento frustrado, sofrem a perda inevitável de membros de um grupo que ele mesmo criou, eles sofrem sozinhos por razões de grupo.
Eles só não querem passar despercebidos por esse mundo, querem 1 milhão de amigos e não importa se vão sofrer a inevitável perca de alguns integrantes do bando é apenas a obediência de uma necessidade inata, a necessidade de atenção.
Certa vez questionei uma jovem cujo seu jeito comunicativo lhe levou a conhecer um numero realmente elevado de pessoas: _ “O que lhe proporciona possuir tantos conhecidos? Não se torna mais fácil sofrer por uma dor que não é sua devido ao elo?” – Sua resposta veio sem muita reflexão: _ “Faço isso, por que tenho medo de ficar sozinha no futuro. E quanto mais pessoas eu conhecer menor é essa chance.”
Viajando por dentro da madrugada era notório que o medo da solidão não era exclusividade daquela jovem, mas da maioria senão de todos os humanos. Talvez a morte seja menos pavorosa, quando encarada numa companhia que se agrade ou, talvez não seja o medo da morte, mas o medo de não serem notados que os persegue.
Antes que as ruas e estradas fiquem livres para o vazio e o silêncio, os humanos as dominam, e percebo que raramente andam a sós.
A solidão me agrada, talvez por nunca haver conhecido a face de seu revés, afinal esse meu comportamento é praticamente inato segundo os biologicamente mais velhos do meu único grupo, o familiar.
Já para os humanos, a solidão se assemelha a alguma dor da qual eles fogem o mais rápido e máximo que podem de todas as formas que lhes é cabível. Eles sofrem na companhia de um relacionamento frustrado, sofrem a perda inevitável de membros de um grupo que ele mesmo criou, eles sofrem sozinhos por razões de grupo.
Eles só não querem passar despercebidos por esse mundo, querem 1 milhão de amigos e não importa se vão sofrer a inevitável perca de alguns integrantes do bando é apenas a obediência de uma necessidade inata, a necessidade de atenção.
Certa vez questionei uma jovem cujo seu jeito comunicativo lhe levou a conhecer um numero realmente elevado de pessoas: _ “O que lhe proporciona possuir tantos conhecidos? Não se torna mais fácil sofrer por uma dor que não é sua devido ao elo?” – Sua resposta veio sem muita reflexão: _ “Faço isso, por que tenho medo de ficar sozinha no futuro. E quanto mais pessoas eu conhecer menor é essa chance.”
Viajando por dentro da madrugada era notório que o medo da solidão não era exclusividade daquela jovem, mas da maioria senão de todos os humanos. Talvez a morte seja menos pavorosa, quando encarada numa companhia que se agrade ou, talvez não seja o medo da morte, mas o medo de não serem notados que os persegue.
domingo, 24 de abril de 2011
Memórias – Sombras do Passado
Enquanto as águas salgadas eram inevitavelmente tragadas pelo corpo, que hoje assumo, seus pensamentos eram bilhões de vezes mais velozes que o habitual. A tal ideia de que toda a vida lhe vem à mente nos momentos que antecedem a morte não é mera conjectura.
O que realmente me era de valor apresentou-se ali, família, amigos, mas acima estávamos eu e minhas lembranças que afinal, moldaram aquilo que sou hoje.
Fui – a consciência – tragado para o nada absoluto após uma experiência muito particular e confusa.
Poderia ter acabado ali e não faria a menor diferença, não havia dor, fogo, salvação, mentiras, sentimentos nem nada daquilo que simule ou lembre a existência.
Fui acometido por uma serenidade que repouso algum me proporcionara.
A luz se apresentava aos olhos que se abriam vagarosamente e ofuscava um a um dos supostos valores: amor, deus, apegos entre outros – já tratava-se do ‘eu’ que vos escreve – as vozes me remetiam ao conto da babilônia, nada me parecia compreensível.
Fora levado pelas águas um humano malogrado possuidor de uma alma repleta de feridas e saíra de lá o intacto portador da luz.
O que realmente me era de valor apresentou-se ali, família, amigos, mas acima estávamos eu e minhas lembranças que afinal, moldaram aquilo que sou hoje.
Fui – a consciência – tragado para o nada absoluto após uma experiência muito particular e confusa.
Poderia ter acabado ali e não faria a menor diferença, não havia dor, fogo, salvação, mentiras, sentimentos nem nada daquilo que simule ou lembre a existência.
Fui acometido por uma serenidade que repouso algum me proporcionara.
A luz se apresentava aos olhos que se abriam vagarosamente e ofuscava um a um dos supostos valores: amor, deus, apegos entre outros – já tratava-se do ‘eu’ que vos escreve – as vozes me remetiam ao conto da babilônia, nada me parecia compreensível.
Fora levado pelas águas um humano malogrado possuidor de uma alma repleta de feridas e saíra de lá o intacto portador da luz.
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Estertores
Eles não aceitam a natureza em seu irreversível caminho e se abatem por motivos poucos, porém sempre maiores que os dos outros, vêm em si o malogrado e nos outros seus culpados, auto-iludidos arquitetos de seu declínio.
Posso vê-los esmorecidos a amaldiçoar o próprio destino.
Eles cravam as mãos no peito para inutilmente amenizar seu desespero, elaboram mirabolantes conjecturas para justificar as amarguras, provenientes das projeções frustradas que seu orgulho incessantemente tece.
A razão por traz de suas dores e o anseio pela vasca da morte é a compreensão cega que têm da vida.
Eles sonham com amores eternos, com mundo cheio de flores, são egos desesperados pela satisfação dos próprios desejos, contudo são amnésicos à verdade transitória e sofrem a cada mudança indo aos extremos.
O que os leva a crer que a dor que sentem é maior que a de outro, que compartilha das mesmas composições? Só por que é a dor pessoal?
Escravos da própria ilusão de um éden póstumo, onde os sonhos anularão todas as dores, eles buscam no cotidiano ao menos a sombra disso e sofrem por que não a encontram.
Não importa o quanto e o que digam os seguidores de superstições, a felicidade é transitória como tudo o mais na vida desses hominídeos.
A ideia de uma eternidade de glória é apenas uma forma de dizer a si mesmo que sofrer aqui e agora vale à pena, afinal eles não conseguem abandonar o egoísmo e precisam ter seus anseios atendidos seja na vida, seja na morte.
Posso vê-los esmorecidos a amaldiçoar o próprio destino.
Eles cravam as mãos no peito para inutilmente amenizar seu desespero, elaboram mirabolantes conjecturas para justificar as amarguras, provenientes das projeções frustradas que seu orgulho incessantemente tece.
A razão por traz de suas dores e o anseio pela vasca da morte é a compreensão cega que têm da vida.
Eles sonham com amores eternos, com mundo cheio de flores, são egos desesperados pela satisfação dos próprios desejos, contudo são amnésicos à verdade transitória e sofrem a cada mudança indo aos extremos.
O que os leva a crer que a dor que sentem é maior que a de outro, que compartilha das mesmas composições? Só por que é a dor pessoal?
Escravos da própria ilusão de um éden póstumo, onde os sonhos anularão todas as dores, eles buscam no cotidiano ao menos a sombra disso e sofrem por que não a encontram.
Não importa o quanto e o que digam os seguidores de superstições, a felicidade é transitória como tudo o mais na vida desses hominídeos.
A ideia de uma eternidade de glória é apenas uma forma de dizer a si mesmo que sofrer aqui e agora vale à pena, afinal eles não conseguem abandonar o egoísmo e precisam ter seus anseios atendidos seja na vida, seja na morte.
quarta-feira, 6 de abril de 2011
O Servo
Não há evidencias de vida inteligente em outros planetas, a ciência – ainda que limitadas desses hominídeos – tem provado isso a cada expedição frustrada e mesmo assim eles parecem se reduzir a nada: O Valor De Suas Vidas.
Por que me incomodam tanto suas ações brutas e burras, afinal, são eles os prejudicados? Por que ainda me importo quando nenhum deles parece se importar?
Estou entre eles já faz algum tempo, talvez eu tenha desenvolvido algum apego por todos – mesmo por aqueles que, não conheço – afinal, eles são mesmo animais fascinantes.
Isso justificaria meu incomodo crônico?
Eles passam por mim com uma frieza assombrosa, trancafiados em um mundo exclusivo, com problemas e pessoas exclusivas e excluindo todo o resto.
Se eles que pertencem à mesma raça pouco fazem por eles mesmos por que eu devo me ferir tanto assim com problemas que são unicamente deles?
O abrir dos olhos feriu-me com mais gravidade que minha queda.
Quando digo que não consigo amar – de modo romântico – uma única pessoa não é exagero é um fato com o qual procuro me conformar, contudo o efeito colateral disso talvez tenha sido um altruísmo desmedido, porém sem sacrifícios.
Eu lhes sirvo de inimigo quando os vejo acomodados, lhes sirvo de amigo quando estão desconsolados, sirvo de amparo, obstáculo, sou o algoz e a sentinela eu sou apenas o servo eterno dessas criaturas que rumam à decadência.
Por que me incomodam tanto suas ações brutas e burras, afinal, são eles os prejudicados? Por que ainda me importo quando nenhum deles parece se importar?
Estou entre eles já faz algum tempo, talvez eu tenha desenvolvido algum apego por todos – mesmo por aqueles que, não conheço – afinal, eles são mesmo animais fascinantes.
Isso justificaria meu incomodo crônico?
Eles passam por mim com uma frieza assombrosa, trancafiados em um mundo exclusivo, com problemas e pessoas exclusivas e excluindo todo o resto.
Se eles que pertencem à mesma raça pouco fazem por eles mesmos por que eu devo me ferir tanto assim com problemas que são unicamente deles?
O abrir dos olhos feriu-me com mais gravidade que minha queda.
Quando digo que não consigo amar – de modo romântico – uma única pessoa não é exagero é um fato com o qual procuro me conformar, contudo o efeito colateral disso talvez tenha sido um altruísmo desmedido, porém sem sacrifícios.
Eu lhes sirvo de inimigo quando os vejo acomodados, lhes sirvo de amigo quando estão desconsolados, sirvo de amparo, obstáculo, sou o algoz e a sentinela eu sou apenas o servo eterno dessas criaturas que rumam à decadência.
sexta-feira, 18 de março de 2011
Uma Vez Selvagens
Seus caninos alongados eram um registro de sua sede por sangue de carne fresca, e a caçada era a tarefa essencial para a sobrevivência.
Selvagens, inescrupulosos, porém perdoáveis, afinal era assim que se mantinham vivos.
Competições mortais por território, o mais valente é quem procriaria; sexo sem pudor ou consentimento, mas essencial para a perpetuação da espécie.
Selvagens, ignorantes primitivos, porém privilegiados, os queridos da evolução.
Uma luz surge e então, um comportamento novo; ferramentas, armas para a caça e utensílios – rumo a civilização.
Alianças e planos, a ascensão de um rei, construção de impérios, ideias geniais a invenção de Deus, alguém para comandar os indomáveis.
Caninos reduzidos a remoto tempo comprovam a evolução, eles são sociáveis, porém ainda sedentos por sangue de carne fresca. A competição outrora adormecida constantemente estimulada.
A caça ainda essencial, mas sua presa agora são seus iguais. E eles matam para se afirmarem, para eliminar competidores, para passar o tempo ou para testar a eficácia da bala.
Competidores de guerra estimulados por seus esportes brutais o mais valente procria mais; sexo sem pudor e sem consentimento, mas essencial para dar cabo de sua excitação.
Eis o homem na civilização... Uma vez selvagens eternamente selvagens.
Selvagens, inescrupulosos, porém perdoáveis, afinal era assim que se mantinham vivos.
Competições mortais por território, o mais valente é quem procriaria; sexo sem pudor ou consentimento, mas essencial para a perpetuação da espécie.
Selvagens, ignorantes primitivos, porém privilegiados, os queridos da evolução.
Uma luz surge e então, um comportamento novo; ferramentas, armas para a caça e utensílios – rumo a civilização.
Alianças e planos, a ascensão de um rei, construção de impérios, ideias geniais a invenção de Deus, alguém para comandar os indomáveis.
Caninos reduzidos a remoto tempo comprovam a evolução, eles são sociáveis, porém ainda sedentos por sangue de carne fresca. A competição outrora adormecida constantemente estimulada.
A caça ainda essencial, mas sua presa agora são seus iguais. E eles matam para se afirmarem, para eliminar competidores, para passar o tempo ou para testar a eficácia da bala.
Competidores de guerra estimulados por seus esportes brutais o mais valente procria mais; sexo sem pudor e sem consentimento, mas essencial para dar cabo de sua excitação.
Eis o homem na civilização... Uma vez selvagens eternamente selvagens.
quarta-feira, 16 de março de 2011
Competição Proselitista
As estruturas colossais lhes preenchem o cérebro, dando a sensação de estarem de ante de uma força muito maior que a deles mesmos e a contemplação torna-se quase inevitável. E não poderia ser diferente ao observar a vastidão do mundo e do universo.
Eis o nascituro das superstições.
Do alto das escadarias de uma das diversas catedrais espalhadas pelo planeta, posso observá-los em oração. Num silencio profundamente escandaloso, explicito em cada traço de suas expressões faciais é possível traduzi-las em; suplicas; lamentos; desespero; gratidões entre outros milhares de manifestos pessoais.
Logo à frente posso ver outro grupo de supersticiosos abraçados as suas escrituras sagradas. Esses bradam, clamando a atenção do publico que transita sempre atrasado.
Existe uma eterna luta para eleger quem ostenta a verdade e eles – os hominídeos de sucesso – estão condicionados a aceitarem que a verdade se manifesta entre a maioria, talvez seja essa a razão por trás dessa competição proselitista.
Todos querem arrebanhar almas para algum ser sobrenatural salvá-las, uns batem de casa em casa nunca admitindo a verdadeira intenção, outros gritam em alto-falantes no meio de praças publicas, outros pedem para os fieis levarem a família e amigos...
Eles se diferem em suas crenças e em seu comportamento, mas ignoram que todos possuem um sistema de crenças e que isso bastaria para encaixá-los num grupo único, o de supersticiosos.
“Não importa o numero de seguidores de sua crença, pois para algum outro grupo ou para um único ser, assim como para você quanto à fé de outros, sua fé será mera superstição.”
Eis o nascituro das superstições.
Do alto das escadarias de uma das diversas catedrais espalhadas pelo planeta, posso observá-los em oração. Num silencio profundamente escandaloso, explicito em cada traço de suas expressões faciais é possível traduzi-las em; suplicas; lamentos; desespero; gratidões entre outros milhares de manifestos pessoais.
Logo à frente posso ver outro grupo de supersticiosos abraçados as suas escrituras sagradas. Esses bradam, clamando a atenção do publico que transita sempre atrasado.
Existe uma eterna luta para eleger quem ostenta a verdade e eles – os hominídeos de sucesso – estão condicionados a aceitarem que a verdade se manifesta entre a maioria, talvez seja essa a razão por trás dessa competição proselitista.
Todos querem arrebanhar almas para algum ser sobrenatural salvá-las, uns batem de casa em casa nunca admitindo a verdadeira intenção, outros gritam em alto-falantes no meio de praças publicas, outros pedem para os fieis levarem a família e amigos...
Eles se diferem em suas crenças e em seu comportamento, mas ignoram que todos possuem um sistema de crenças e que isso bastaria para encaixá-los num grupo único, o de supersticiosos.
“Não importa o numero de seguidores de sua crença, pois para algum outro grupo ou para um único ser, assim como para você quanto à fé de outros, sua fé será mera superstição.”
domingo, 13 de março de 2011
Fatos E Versões
Sou o sem lado, um ser imparcial que está entre os “bons” e os “maus” – dito entre aspas porque não compreendo tais distinções – sou um observador atento e um excelente ouvinte e percebo que é comum entre esses hominídeos que em seus cérebros hajam vilões e mocinhos.
Todos são os principais de suas próprias histórias e quando as contam, elas alegam um fato que na realidade é existente apenas para quem conta.
Meus experimentos se passam com um grupo relativamente grande e sou uma espécie de mediador. Passo tranquilamente entre todos eles, colhendo informações de suas vivencias pessoais sem jamais passá-las para outrem e assim pude ver que os fatos podem existir, mas o que eles contam são apenas versões desses.
E aparentemente isso faz toda a diferença em seu cotidiano.
Eles possuem uma tendência primaria de se agruparem entre aqueles que apresentam as versões mais similares ou mais convenientes – sendo essa ultima a mais dominante entre esses animais – e assim, acabam por dividirem-se e não raramente confrontarem-se com aqueles que relatam outras versões para a mesma história.
Nenhum dos grupos está errado, eles estão apenas limitados quanto à observação dos fatos e com isso o melhor que conseguem é a versão que apresentam – não há razões para condená-los – contudo eles ignoram as próprias limitações e as limitações alheias e saem pregando suas verdades, gerando discórdia e divisão.
Talvez lhes seja mais interessante uma vida repleta de mocinhos e vilões, ou talvez eles lhes seja impossível visualizar que, mesmo com todas as divisões e subdivisões antropológicas eles são apenas os hominídeos humanos.
Todos são os principais de suas próprias histórias e quando as contam, elas alegam um fato que na realidade é existente apenas para quem conta.
Meus experimentos se passam com um grupo relativamente grande e sou uma espécie de mediador. Passo tranquilamente entre todos eles, colhendo informações de suas vivencias pessoais sem jamais passá-las para outrem e assim pude ver que os fatos podem existir, mas o que eles contam são apenas versões desses.
E aparentemente isso faz toda a diferença em seu cotidiano.
Eles possuem uma tendência primaria de se agruparem entre aqueles que apresentam as versões mais similares ou mais convenientes – sendo essa ultima a mais dominante entre esses animais – e assim, acabam por dividirem-se e não raramente confrontarem-se com aqueles que relatam outras versões para a mesma história.
Nenhum dos grupos está errado, eles estão apenas limitados quanto à observação dos fatos e com isso o melhor que conseguem é a versão que apresentam – não há razões para condená-los – contudo eles ignoram as próprias limitações e as limitações alheias e saem pregando suas verdades, gerando discórdia e divisão.
Talvez lhes seja mais interessante uma vida repleta de mocinhos e vilões, ou talvez eles lhes seja impossível visualizar que, mesmo com todas as divisões e subdivisões antropológicas eles são apenas os hominídeos humanos.
sexta-feira, 4 de março de 2011
Maldição Fisicalista – Eu Quero Acreditar
“_Não quero que meu cérebro associe a tua presença com o meu bem-estar, por isso deixe que eu melhore por mim mesmo.” – Minha resposta a uma “mão” que se estendia num momento em que me senti fraco.
De onde estou posso olhá-los com ampla clareza – símios bem-sucedidos – e é admirável vê-los, cada qual seguindo um rumo com um destino nunca sabido – mesmo por mim – Pouco lhes importa o propósito, eles estão lá e continuam fazendo na pratica aquilo que sei muito bem em teoria.
Eles acreditam.
Diferentemente de mim, eles são verdadeiramente capazes de aceitar como verdade uma ideia sem exigir qualquer evidência. Simplesmente sou incapaz de fazê-lo e se um dia eu o fui verdadeiramente, não me recordo.
Eles rezam sem a certeza de serem ouvidos, simplesmente ignoram o fato de que seus cérebros primitivos são programados para buscar padrões e, que mesmo o que é casual e aleatório acabará por receber algum “sentido” graças a esse sistema “defeituoso” do cérebro.
A luz que se apaga na calçada na qual se anda, a pessoa que não se via a muito encontrada na fila d’um banco e muitas outras casualidades são recebidas como sinais adaptados ao sistema de crença particular do símio em questão.
E eles acreditam, rezam, amam e depois, dormem aparentemente em paz.
Eu sei que a completa escuridão diante dos olhos, provoca uma titânica inquietação nos lobos e a criatividade se amplia em tentativas desordenadas de supor o que pode estar a volta de si, daí surgem o medo a ansiedade e outras sensações comuns entre os símios colocados no escuro.
O corpo que tomo emprestado tem as mesmas sensações, porém elas são anuladas antes de me acometerem de fato.
Encontro explicações satisfatórias para cada sensação que tenta me acometer, a ativação do sistema límbico provocado por uma situação desconhecida e o medo, a secreção da endorfina e outros ao contato visual de alguém agradável e a ideia de paixão, níveis elevados de dopamina e a sensação de receber um “sinal divino”.
Apenas um algo me acometeu: A “maldição” fisicalista, sou incapaz, mas há vezes e apenas às vezes em que como um desses primatas eu quero acreditar.
De onde estou posso olhá-los com ampla clareza – símios bem-sucedidos – e é admirável vê-los, cada qual seguindo um rumo com um destino nunca sabido – mesmo por mim – Pouco lhes importa o propósito, eles estão lá e continuam fazendo na pratica aquilo que sei muito bem em teoria.
Eles acreditam.
Diferentemente de mim, eles são verdadeiramente capazes de aceitar como verdade uma ideia sem exigir qualquer evidência. Simplesmente sou incapaz de fazê-lo e se um dia eu o fui verdadeiramente, não me recordo.
Eles rezam sem a certeza de serem ouvidos, simplesmente ignoram o fato de que seus cérebros primitivos são programados para buscar padrões e, que mesmo o que é casual e aleatório acabará por receber algum “sentido” graças a esse sistema “defeituoso” do cérebro.
A luz que se apaga na calçada na qual se anda, a pessoa que não se via a muito encontrada na fila d’um banco e muitas outras casualidades são recebidas como sinais adaptados ao sistema de crença particular do símio em questão.
E eles acreditam, rezam, amam e depois, dormem aparentemente em paz.
Eu sei que a completa escuridão diante dos olhos, provoca uma titânica inquietação nos lobos e a criatividade se amplia em tentativas desordenadas de supor o que pode estar a volta de si, daí surgem o medo a ansiedade e outras sensações comuns entre os símios colocados no escuro.
O corpo que tomo emprestado tem as mesmas sensações, porém elas são anuladas antes de me acometerem de fato.
Encontro explicações satisfatórias para cada sensação que tenta me acometer, a ativação do sistema límbico provocado por uma situação desconhecida e o medo, a secreção da endorfina e outros ao contato visual de alguém agradável e a ideia de paixão, níveis elevados de dopamina e a sensação de receber um “sinal divino”.
Apenas um algo me acometeu: A “maldição” fisicalista, sou incapaz, mas há vezes e apenas às vezes em que como um desses primatas eu quero acreditar.
Sinais
A evolução lhes foi generosa, concedeu-lhes uma capacidade sem igual de criatividade em todo o reino animal. Há uma liberdade abstrata na mente desses símios humanos, eles encontram imagens em nuvens e rabiscos, harmonia em sons a priori dissonantes e tiram deles uma bela sinfonia, harmonizam cores em obras de arte e criam soluções inusitadas para problemas complexos.
Criaturas fascinantemente criativas.
Como consequência é natural que se observe numerosos e tolos “milagres”, como aparições divinas em vidros manchados, torradas queimadas ou qualquer um no qual o “milagreiro” é um grande conhecido da neurociência: Dopamina.
Associado a numerosos efeitos na vida símia, desde torná-la suportável graças a seus efeitos de prazer e bem-estar até sua influencia na criatividade dos humanos.
Há muitas maneiras de estimular sua produção, pesquisas recentes apontam a musica como grande estimulante, cultos religiosos –isso explica a sensação da “presença de Deus” em orações individuais ou coletivas – um abraço amigo, um telefonema de alguém querido e muitas outras formas.
Existe também a ligação do excesso de sua secreção e a esquizofrenia, uma vez que seu excesso no hipocampo produz as alucinações tão características do “distúrbio”. Novas pesquisas também sugerem algo curioso:
Cérebros criativos e esquizofrênicos trabalham de forma semelhante com relação ao neurotransmissor, ambos secretam em excesso – por não haver uma filtragem por parte do tálamo – e com isso são capazes de encontrar padrões inusitados.
Os “Sinais” que os símios recebem no dia a dia, são resultantes de um cérebro inquieto que busca constantemente dar sentido ao mundo.
Criaturas fascinantemente criativas.
Como consequência é natural que se observe numerosos e tolos “milagres”, como aparições divinas em vidros manchados, torradas queimadas ou qualquer um no qual o “milagreiro” é um grande conhecido da neurociência: Dopamina.
Associado a numerosos efeitos na vida símia, desde torná-la suportável graças a seus efeitos de prazer e bem-estar até sua influencia na criatividade dos humanos.
Há muitas maneiras de estimular sua produção, pesquisas recentes apontam a musica como grande estimulante, cultos religiosos –isso explica a sensação da “presença de Deus” em orações individuais ou coletivas – um abraço amigo, um telefonema de alguém querido e muitas outras formas.
Existe também a ligação do excesso de sua secreção e a esquizofrenia, uma vez que seu excesso no hipocampo produz as alucinações tão características do “distúrbio”. Novas pesquisas também sugerem algo curioso:
Cérebros criativos e esquizofrênicos trabalham de forma semelhante com relação ao neurotransmissor, ambos secretam em excesso – por não haver uma filtragem por parte do tálamo – e com isso são capazes de encontrar padrões inusitados.
Os “Sinais” que os símios recebem no dia a dia, são resultantes de um cérebro inquieto que busca constantemente dar sentido ao mundo.
sábado, 26 de fevereiro de 2011
Vida Já Morta
A descriminalização do aborto é para a maior parte dos símios um crime, alguns acreditam que serviria de anticoncepcional, abominam tal ideia, talvez por ignorarem os becos.
Eles dizem preservar a vida e por isso repudiam o aborto, contudo eles desprezam o abandono de crianças nas ruas e nos rios, pois a mãe por desespero – proveniente de numerosos fatores – ou por ignorância – proveniente duma educação pobre – se vê “obrigada” a tal atitude.
E no futuro aquela criança cresce e sem recursos para uma vida digna de ser vivida acaba por roubar, matar e ser condenada ao sistema penitenciário que é outro caos.
Ao sair não há quem dê oportunidades para um ex-condenado – mesmo aqueles que tanto valorizam a vida – logo haverá uma repetição dos atos delinquentes e um final tão previsível quanto qualquer clichê hollywoodiano.
E então, o que lhe parece mais cruel a extração consciente de um feto não desejado – seja por falta de recursos ou estrutura mental da parte da gestante – ou a condenação inconsciente do mesmo a uma vida miserável de alguns anos ou até mesmo horas boiando num rio qualquer dentro dum saco plástico?
A atitude não é deveras louvável, mas quem é que pode condená-la?
Eles dizem preservar a vida e por isso repudiam o aborto, contudo eles desprezam o abandono de crianças nas ruas e nos rios, pois a mãe por desespero – proveniente de numerosos fatores – ou por ignorância – proveniente duma educação pobre – se vê “obrigada” a tal atitude.
E no futuro aquela criança cresce e sem recursos para uma vida digna de ser vivida acaba por roubar, matar e ser condenada ao sistema penitenciário que é outro caos.
Ao sair não há quem dê oportunidades para um ex-condenado – mesmo aqueles que tanto valorizam a vida – logo haverá uma repetição dos atos delinquentes e um final tão previsível quanto qualquer clichê hollywoodiano.
E então, o que lhe parece mais cruel a extração consciente de um feto não desejado – seja por falta de recursos ou estrutura mental da parte da gestante – ou a condenação inconsciente do mesmo a uma vida miserável de alguns anos ou até mesmo horas boiando num rio qualquer dentro dum saco plástico?
A atitude não é deveras louvável, mas quem é que pode condená-la?
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Insanidade É o Futuro
Os símios brigam entre si, eles defendem a todo o custo sua “insanidade” – dita entre aspas, pois pretendo propor uma reflexão sobre tais feitos insanos como: acreditar ser capaz de captar o que o outro sente, ver pessoas que não vivem mais, prever ocorrências futuras, entre tantos outros.
São insanos, débeis que têm de ser aprisionados em sanatórios até retornarem para o mundo do real! Eis o diagnostico.
Mas o que é real?
Que cada qual faça a sua própria definição.
Não faz muito tempo que a mesma ciência que atesta ou não a sanidade desses símios, se viu e ainda se vê, sem resposta para uma mulher – Elizabeth – capaz de visualizar as cores e sentir os sabores de todos os sons.
Seria ela outra insana, que enxerga e sente coisas que na verdade não estão ali?
Estudiosos do cérebro humano reconhecem que na “realidade” – aspas para se pensar no que é real – não existem sons, sabores ou cheiros, há apenas ondas e moléculas diversas que passam por entre os órgãos dos sentidos e enviam tais ondas ao cérebro que se encarrega de traduzi-las.
Na maior parte das pessoas cada órgão envia as informações de forma individual, com Elizabeth o que ocorre é uma sinestesia, a ciência procura decifrar como isso ocorre para estender o fenômeno – que ocorreu de forma natural com Elizabeth – para todos.
Sentidos sendo interpretados numa conexão fabulosa, ela percebe o que sempre esteve ali, porém a maior parte dos cérebros não está apta para executar tal tarefa.
Alguns fenômenos de extra-sentidos têm chamado a atenção de cientistas, há muito que pesquisar nessa área uma vez que muitos supersticiosos interferem na pesquisa séria.
O cérebro dessa espécie se desenvolveu ao longo de muitos anos para supor o que o outro sente, ele pode então se desenvolver para de fato sentir o que o outro sente como alegam aqueles que se chamam de médiuns.
A Evolução é contínua, muito do que se sabe hoje era apenas imaginário, talvez muitos atos ditos “insanos” e ridicularizados por céticos pseudo-intelectuais sejam apenas o processo da seleção natural para o aperfeiçoamento da espécie homo sapiens.
Afinal, não há razões para pensar o contrário, uma vez que eles são apenas animais em evolução.
São insanos, débeis que têm de ser aprisionados em sanatórios até retornarem para o mundo do real! Eis o diagnostico.
Mas o que é real?
Que cada qual faça a sua própria definição.
Não faz muito tempo que a mesma ciência que atesta ou não a sanidade desses símios, se viu e ainda se vê, sem resposta para uma mulher – Elizabeth – capaz de visualizar as cores e sentir os sabores de todos os sons.
Seria ela outra insana, que enxerga e sente coisas que na verdade não estão ali?
Estudiosos do cérebro humano reconhecem que na “realidade” – aspas para se pensar no que é real – não existem sons, sabores ou cheiros, há apenas ondas e moléculas diversas que passam por entre os órgãos dos sentidos e enviam tais ondas ao cérebro que se encarrega de traduzi-las.
Na maior parte das pessoas cada órgão envia as informações de forma individual, com Elizabeth o que ocorre é uma sinestesia, a ciência procura decifrar como isso ocorre para estender o fenômeno – que ocorreu de forma natural com Elizabeth – para todos.
Sentidos sendo interpretados numa conexão fabulosa, ela percebe o que sempre esteve ali, porém a maior parte dos cérebros não está apta para executar tal tarefa.
Alguns fenômenos de extra-sentidos têm chamado a atenção de cientistas, há muito que pesquisar nessa área uma vez que muitos supersticiosos interferem na pesquisa séria.
O cérebro dessa espécie se desenvolveu ao longo de muitos anos para supor o que o outro sente, ele pode então se desenvolver para de fato sentir o que o outro sente como alegam aqueles que se chamam de médiuns.
A Evolução é contínua, muito do que se sabe hoje era apenas imaginário, talvez muitos atos ditos “insanos” e ridicularizados por céticos pseudo-intelectuais sejam apenas o processo da seleção natural para o aperfeiçoamento da espécie homo sapiens.
Afinal, não há razões para pensar o contrário, uma vez que eles são apenas animais em evolução.
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Amor, O Primata
A solidão os assusta, talvez porque tenham aprendido na história da sua espécie que quando estão sozinhos, são presas fáceis aos mais débeis predadores. Eles se uniram e aprenderam que com a formação de alianças podiam vencer.
Eles se saíram muito bem.
Multiplicaram-se e tornaram-se a espécie mais bem sucedida de primatas, já não há solidão, pois eles são numerosos. Contudo a insatisfação dentro de cada um desses seres é quase que um buraco negro, que os suga para dentro deles mesmos numa angustia interminável.
E esse efeito “inexplicável” de sofrimento é apenas a consequência de um cérebro que se desenvolveu demais.
As conexões neurais prosseguem numa velocidade incrível, e as emoções – eternas mutantes – começam a ser interpretadas por esses ignorantes como sentimentos profundos e mais erroneamente, como: sentimentos eternos.
Toda a presença, toda a experiência gera uma emoção e os sentimentos são frutos das interpretações que cada um dá para essas emoções.
A alegria de ver alguém, se agradar pela beleza de alguém ou um momento de prazer próximo de um alguém, pode gerar a interpretação do que esses símios chamam de amor e na verdade era apenas mais uma de milhares de emoções que o cérebro produzirá.
Vale à pena, jogar-se rumo ao nada como um malogrado suicida qualquer e ter a sensação de estar cometendo um honroso haraquiri?
Talvez, eu esteja exigindo demais quando lhes peço para reconhecerem a inverdade do amor, afinal, eles são seres primitivos e o amor uma ideia primata.
Eles se saíram muito bem.
Multiplicaram-se e tornaram-se a espécie mais bem sucedida de primatas, já não há solidão, pois eles são numerosos. Contudo a insatisfação dentro de cada um desses seres é quase que um buraco negro, que os suga para dentro deles mesmos numa angustia interminável.
E esse efeito “inexplicável” de sofrimento é apenas a consequência de um cérebro que se desenvolveu demais.
As conexões neurais prosseguem numa velocidade incrível, e as emoções – eternas mutantes – começam a ser interpretadas por esses ignorantes como sentimentos profundos e mais erroneamente, como: sentimentos eternos.
Toda a presença, toda a experiência gera uma emoção e os sentimentos são frutos das interpretações que cada um dá para essas emoções.
A alegria de ver alguém, se agradar pela beleza de alguém ou um momento de prazer próximo de um alguém, pode gerar a interpretação do que esses símios chamam de amor e na verdade era apenas mais uma de milhares de emoções que o cérebro produzirá.
Vale à pena, jogar-se rumo ao nada como um malogrado suicida qualquer e ter a sensação de estar cometendo um honroso haraquiri?
Talvez, eu esteja exigindo demais quando lhes peço para reconhecerem a inverdade do amor, afinal, eles são seres primitivos e o amor uma ideia primata.
sábado, 29 de janeiro de 2011
Fim Do Milagre, Um Ato Cruel
“_Minha mulher não tinha movimento do pescoço para baixo após o acidente, os médicos disseram que ela nunca voltaria a andar, mas uma ‘irmã’ leu ‘a palavra’ para minha mulher – as duas eram amigas a mais de 18 (dezoito) anos, e disse que Deus iria enviar um sinal de que ela voltaria a andar dentro de quinze dias.”
Ele tomou fôlego como quem não respirava por um longo período e continuou:
“_Passaram-se os 15 (quinze) dias e nada, minha mulher estava cheia de fé a espera do sinal, 21 (vinte e um) dias após ‘a palavra’ ela mexeu o dedão do pé, e novamente ‘a palavra’ dizia que Deus a faria voltar a andar antes do final daquele ano e antes do final daquele ano ela voltou a andar.”
E após todo esse testemunho que ouvi atentamente e, onde ele – o símio que lidera minha equipe – enfatizava: “isso aconteceu na minha vida”, veio a pergunta:
“_Como você explica isso, se não foi Deus?”
O olhei fixamente, esbocei um sorriso e apenas lhe disse: “_Eu tenho a resposta, contudo seria extrema crueldade de minha parte dar-te a resposta, uma vez que noto em seu fervor uma gratidão descomunal ao que você chama de Deus.”
Ele – símio fiel – incrédulo de que eu havia de ter uma resposta disse-me: “_Pode dizer, o que você acha que é.”
“_Primeiramente não tenho por base em minhas respostas o ‘eu acho’, procuro estar convencido daquilo que digo até que me provem o contrario e nesse caso segundo sua descrição do ocorrido o efeito placebo se adéqua perfeitamente na resposta para isso que chamara de milagre.”
Percebi certa confusão que se confirmou quando ele me questionou sobre o que seria esse “efeito placebo”. Detalhei o que sei sobre e usei ainda de seu “testemunho” para enfatizar a ação do placebo:
“_Num efeito placebo, a confiança na qual o enfermo deposita em seu ‘curador’ é de extrema importância para o sucesso do efeito e, nesse caso havia muita em jogo, primeiramente a confiança de sua mulher em Deus e posteriormente a amizade de longo tempo, sua mulher estava convencida da veracidade. Sem falar no medo que ela tinha de perdê-lo e isso praticamente a obrigava a se curar.”
Notei sua expressão mudar, seu sorriso – certo de que não haveria uma resposta convincente – tornou-se lábios comprimidos e um olhar de quem segura o pranto.
Finalizei dizendo:
“_Foi você quem pediu a resposta e, eu havia lhe informado que seria de extrema crueldade eu dá-la a você.” Ele se calou e retomou seus afazeres, sem mais uma palavra posterior.
Ocorreu um milagre em sua vida? Se fores menos egoísta reflita sobre a frase a baixo e reavalie o seu “milagre”:
Com tantas desgraças e problemas que assolam o mundo porque o tal Deus só ouvira o seu?
Ele tomou fôlego como quem não respirava por um longo período e continuou:
“_Passaram-se os 15 (quinze) dias e nada, minha mulher estava cheia de fé a espera do sinal, 21 (vinte e um) dias após ‘a palavra’ ela mexeu o dedão do pé, e novamente ‘a palavra’ dizia que Deus a faria voltar a andar antes do final daquele ano e antes do final daquele ano ela voltou a andar.”
E após todo esse testemunho que ouvi atentamente e, onde ele – o símio que lidera minha equipe – enfatizava: “isso aconteceu na minha vida”, veio a pergunta:
“_Como você explica isso, se não foi Deus?”
O olhei fixamente, esbocei um sorriso e apenas lhe disse: “_Eu tenho a resposta, contudo seria extrema crueldade de minha parte dar-te a resposta, uma vez que noto em seu fervor uma gratidão descomunal ao que você chama de Deus.”
Ele – símio fiel – incrédulo de que eu havia de ter uma resposta disse-me: “_Pode dizer, o que você acha que é.”
“_Primeiramente não tenho por base em minhas respostas o ‘eu acho’, procuro estar convencido daquilo que digo até que me provem o contrario e nesse caso segundo sua descrição do ocorrido o efeito placebo se adéqua perfeitamente na resposta para isso que chamara de milagre.”
Percebi certa confusão que se confirmou quando ele me questionou sobre o que seria esse “efeito placebo”. Detalhei o que sei sobre e usei ainda de seu “testemunho” para enfatizar a ação do placebo:
“_Num efeito placebo, a confiança na qual o enfermo deposita em seu ‘curador’ é de extrema importância para o sucesso do efeito e, nesse caso havia muita em jogo, primeiramente a confiança de sua mulher em Deus e posteriormente a amizade de longo tempo, sua mulher estava convencida da veracidade. Sem falar no medo que ela tinha de perdê-lo e isso praticamente a obrigava a se curar.”
Notei sua expressão mudar, seu sorriso – certo de que não haveria uma resposta convincente – tornou-se lábios comprimidos e um olhar de quem segura o pranto.
Finalizei dizendo:
“_Foi você quem pediu a resposta e, eu havia lhe informado que seria de extrema crueldade eu dá-la a você.” Ele se calou e retomou seus afazeres, sem mais uma palavra posterior.
Ocorreu um milagre em sua vida? Se fores menos egoísta reflita sobre a frase a baixo e reavalie o seu “milagre”:
Com tantas desgraças e problemas que assolam o mundo porque o tal Deus só ouvira o seu?
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Instinto De Manada – Mais De Mim
Enquanto eu procuro o local mais isolado no qual possa me sentar com minha refeição, percebo que todos ou quase todos procuram um local onde possam conversar sobre o que aquela “tela-mestre” dita ou sobre qualquer outro assunto que quase nunca me interessa.
Eles preservam o bando, aumentam o numero de membros com frequência e são quase sempre muito territoriais – em especial entre as fêmeas – não deixando qualquer um se aproximar, limitando as prosas e, excluindo de forma clara aqueles que não se adéquam as ideias do grupo.
Admirável, confesso intimamente que quase os invejo – um grupo, aquele conjunto de pessoas que possuem lá as suas diferenças, mas onde há a predominância de ideias parecidas quando não, iguais. Eles se reúnem em festas, em bares, mesmo no ambiente de trabalho – eles parecem se divertirem – marcando encontros e comentando posteriormente sobre esses.
É um instinto primário que pode ser observado nos ataques conjuntos de varias espécies animais, nas migrações e em todos os atos coletivos, os símios humanos desenvolveram muito bem esse instinto e formaram suas sociedades, mas pareço não o ter.
Então, o que há comigo?
Nem mesmo minhas amizades eu tenho cultivado ao menos da forma como os vejo cultivarem as suas – aquela, de festas, confraternizações e o que mais o bom convívio social exigir – sou mesmo um ser estranho: distante, solitário, misterioso e tantas outras qualidades ou defeitos e impressões que devo provocar naqueles que me cercam.
Não compreendo os motivos, logo não posso pedir para que os outros – aqueles a quem chamo de amigos – compreendam também.
Sei que tenho forte apego por eles, mas sei também que quando se trata de demonstrar tal afeto sou um autentico desastre. Raras são as vezes em que estou presente entre aqueles que lhes canta parabéns, raras são as vezes em que estou comemorando numa festa com eles – na verdade nem me recordo quando foi a ultima vez na qual fiz um dos dois.
Contudo, minha distancia não significa indiferença, apenas não sou muito bom quando se trata de estar em grupo – meu instinto de manada deve ter adormecido nalgum momento.
Amigos – não sei se me expressei bem, mas é o melhor que minha atual condição me permite.
Eles preservam o bando, aumentam o numero de membros com frequência e são quase sempre muito territoriais – em especial entre as fêmeas – não deixando qualquer um se aproximar, limitando as prosas e, excluindo de forma clara aqueles que não se adéquam as ideias do grupo.
Admirável, confesso intimamente que quase os invejo – um grupo, aquele conjunto de pessoas que possuem lá as suas diferenças, mas onde há a predominância de ideias parecidas quando não, iguais. Eles se reúnem em festas, em bares, mesmo no ambiente de trabalho – eles parecem se divertirem – marcando encontros e comentando posteriormente sobre esses.
É um instinto primário que pode ser observado nos ataques conjuntos de varias espécies animais, nas migrações e em todos os atos coletivos, os símios humanos desenvolveram muito bem esse instinto e formaram suas sociedades, mas pareço não o ter.
Então, o que há comigo?
Nem mesmo minhas amizades eu tenho cultivado ao menos da forma como os vejo cultivarem as suas – aquela, de festas, confraternizações e o que mais o bom convívio social exigir – sou mesmo um ser estranho: distante, solitário, misterioso e tantas outras qualidades ou defeitos e impressões que devo provocar naqueles que me cercam.
Não compreendo os motivos, logo não posso pedir para que os outros – aqueles a quem chamo de amigos – compreendam também.
Sei que tenho forte apego por eles, mas sei também que quando se trata de demonstrar tal afeto sou um autentico desastre. Raras são as vezes em que estou presente entre aqueles que lhes canta parabéns, raras são as vezes em que estou comemorando numa festa com eles – na verdade nem me recordo quando foi a ultima vez na qual fiz um dos dois.
Contudo, minha distancia não significa indiferença, apenas não sou muito bom quando se trata de estar em grupo – meu instinto de manada deve ter adormecido nalgum momento.
Amigos – não sei se me expressei bem, mas é o melhor que minha atual condição me permite.
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Impacto
“_A redução na secreção de endorfina em meu organismo, fez com que me sentisse ‘carente’, sendo assim, resolvi vir aqui e com SEXO causal estabilizar-me.”
Simples assim.
Colocando a prova tudo o que compreendo da mente humana, experimentando cada “receita” e analisando sua veracidade em mim, fiz da minha existência um laboratório, onde procuro as causas de todos os efeitos.
Esse é o mundo regido pelas emoções: tristeza, alegria e muitas as outras. E é essa instabilidade que faz desse, o mundo dos humanos.
Dizer que não compartilho de tais emoções seria uma grande falácia, mas o que posso dizer é que observo seus efeitos em mim e procuro compreender suas origens em todos os níveis e quando chego a isso descubro o “truque” e então, elas perdem a “magia”.
Será que ainda sou humano?
Sei que a falta de sono que me acomete por esses dias é grande influente em meu mau-humor, no entanto, compreendo também que uma barra de chocolate estimularia a produção de serotonina e meu humor ficaria estabilizado novamente – e assim o faço.
Entendo que alguém com níveis baixos do mesmo hormônio citado acima pode me destratar – e eu também poderia se no mesmo estado – e seria injusto de minha parte condenar esse alguém, uma vez que ele não tem controle sobre sua produção hormonal.
A terra não é o centro do universo, foi o homem quem criou Deus a sua imagem e semelhança e a consciência humana é uma parte insignificante da vida psíquica e agora suas ações e emoções “livres” não passam de efeitos inevitáveis causados por bioquímica.
É só o fim de tudo o que tentei acreditar – o choque do impacto, menos doloroso do que esperava, porém mais destrutivo do que pude imaginar.
Simples assim.
Colocando a prova tudo o que compreendo da mente humana, experimentando cada “receita” e analisando sua veracidade em mim, fiz da minha existência um laboratório, onde procuro as causas de todos os efeitos.
Esse é o mundo regido pelas emoções: tristeza, alegria e muitas as outras. E é essa instabilidade que faz desse, o mundo dos humanos.
Dizer que não compartilho de tais emoções seria uma grande falácia, mas o que posso dizer é que observo seus efeitos em mim e procuro compreender suas origens em todos os níveis e quando chego a isso descubro o “truque” e então, elas perdem a “magia”.
Será que ainda sou humano?
Sei que a falta de sono que me acomete por esses dias é grande influente em meu mau-humor, no entanto, compreendo também que uma barra de chocolate estimularia a produção de serotonina e meu humor ficaria estabilizado novamente – e assim o faço.
Entendo que alguém com níveis baixos do mesmo hormônio citado acima pode me destratar – e eu também poderia se no mesmo estado – e seria injusto de minha parte condenar esse alguém, uma vez que ele não tem controle sobre sua produção hormonal.
A terra não é o centro do universo, foi o homem quem criou Deus a sua imagem e semelhança e a consciência humana é uma parte insignificante da vida psíquica e agora suas ações e emoções “livres” não passam de efeitos inevitáveis causados por bioquímica.
É só o fim de tudo o que tentei acreditar – o choque do impacto, menos doloroso do que esperava, porém mais destrutivo do que pude imaginar.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Revelia
No meio do jantar uma prosa curiosa de um símio humano fêmea sobre minha descrença. “_Posso te fazer uma pergunta? É só curiosidade minha.” – Assim disse a moça que se encontrava diante de mim durante a refeição – minha resposta foi positiva e ela então questionou:
“_Por que você não acredita em Deus?”
Não precisei pensar para dar a resposta, afinal, essa questão eu me fiz algumas vezes e a resposta era quase um texto decorado:
“_Não se trata d’uma escolha pessoal, aconteceu. Fui percebendo ao longo de minha vida que todas as sociedades projetavam um deus equivalente aos próprios costumes, e o deus no qual acreditei até os 13 (treze) anos de minha atual existência não era uma exceção. Percebi que ele era apenas mais um dentre milhares de projeções, daí reconheci que o único ser responsável por meus méritos e tropeços era eu.”
Ela refletiu por um tempo, não comentou a resposta, mas prossegui:
“_Crer ou descrer não é algo que se escolha.” Percebendo sua “confusão” inverti a pergunta para ela, para que assim ela pudesse compreender melhor o que eu dizia:
“_Por que você acredita em Deus?”
Não obtive resposta, apenas uma risada nervosa com palavras que não se fizeram entender, apenas compreendi um: “_Porque eu sinto.”
Notando sua reação a acalmei: “_Notou? Você não escolheu acreditar, apenas sente isso como uma verdade, porém é pessoal de mais para que possa transmitir para alguém e é o mesmo comigo.”
Após um curto silêncio ela pediu licença para retornar a labuta.
Uns em deuses, outros em amuletos, outros na lógica e na razão, mas todos acreditam em alguma coisa, porém como tudo na existência desses símios, não são passiveis de escolha, é tudo a revelia.
Você escolheu crer no que crê ou amar a quem ama?
Muito provavelmente a resposta é não e isso pode ser observado em cada angustia desses miseráveis símios ao chorarem por amar quem não os ama, ou por questionarem a própria crença e mesmo assim não livrarem-se dela.
“_Por que você não acredita em Deus?”
Não precisei pensar para dar a resposta, afinal, essa questão eu me fiz algumas vezes e a resposta era quase um texto decorado:
“_Não se trata d’uma escolha pessoal, aconteceu. Fui percebendo ao longo de minha vida que todas as sociedades projetavam um deus equivalente aos próprios costumes, e o deus no qual acreditei até os 13 (treze) anos de minha atual existência não era uma exceção. Percebi que ele era apenas mais um dentre milhares de projeções, daí reconheci que o único ser responsável por meus méritos e tropeços era eu.”
Ela refletiu por um tempo, não comentou a resposta, mas prossegui:
“_Crer ou descrer não é algo que se escolha.” Percebendo sua “confusão” inverti a pergunta para ela, para que assim ela pudesse compreender melhor o que eu dizia:
“_Por que você acredita em Deus?”
Não obtive resposta, apenas uma risada nervosa com palavras que não se fizeram entender, apenas compreendi um: “_Porque eu sinto.”
Notando sua reação a acalmei: “_Notou? Você não escolheu acreditar, apenas sente isso como uma verdade, porém é pessoal de mais para que possa transmitir para alguém e é o mesmo comigo.”
Após um curto silêncio ela pediu licença para retornar a labuta.
Uns em deuses, outros em amuletos, outros na lógica e na razão, mas todos acreditam em alguma coisa, porém como tudo na existência desses símios, não são passiveis de escolha, é tudo a revelia.
Você escolheu crer no que crê ou amar a quem ama?
Muito provavelmente a resposta é não e isso pode ser observado em cada angustia desses miseráveis símios ao chorarem por amar quem não os ama, ou por questionarem a própria crença e mesmo assim não livrarem-se dela.
domingo, 2 de janeiro de 2011
Simuladores De Vida
Quando quem lhes devia ensinar lhes rouba a identidade, empurrando goela abaixo padrões comportamentais – religião, filosofia e tudo o que é tão particular – eles passam a ser o que quer que sejam e não o que querem ser.
Prisioneiros eternos do “statu quo”, passando de geração para geração ideias idas e sonhos mortos, talvez, reflexo de um intenso desejo de enxergarem-se em suas proles, eles empurram os mesmos desejos que tiveram, eles querem viver uma juventude outra vez.
E os jovens símios se vêm em confronto com os próprios instintos e vontades.
Não bastasse o dever de viver os sonhos dos pais, da porta para fora há ainda o dever de viver os sonhos sociais. Eles seguem com a cega obediência aos velhos valores, simulam emoções e a própria vida.
Todos os dias eu os vejo passarem por mim, uns com pressa, outros alheios ao mundo, mas todos simulando perfeitamente uma vida.
Nos diálogos, capto as insatisfações e os verdadeiros anseios, em cada suicídio percebo a incapacidade de viver verdadeiramente após longo tempo de simulação, nas vidas duplas o ato de enganarem a si mesmos.
O que eles pensam ser a vida? Deixarem-se tomar por um altruísmo destrutivo, privando-se de tudo o que a vida realmente podia ser.
Talvez simular a vida seja o melhor que esses miseráveis símios conseguem, afinal, já faz muito tempo que eles fazem isso muito bem.
Dentro de casa eles são os desejos dos pais, fora dela os desejos sociais e quando é que eles são o que desejam?
Prisioneiros eternos do “statu quo”, passando de geração para geração ideias idas e sonhos mortos, talvez, reflexo de um intenso desejo de enxergarem-se em suas proles, eles empurram os mesmos desejos que tiveram, eles querem viver uma juventude outra vez.
E os jovens símios se vêm em confronto com os próprios instintos e vontades.
Não bastasse o dever de viver os sonhos dos pais, da porta para fora há ainda o dever de viver os sonhos sociais. Eles seguem com a cega obediência aos velhos valores, simulam emoções e a própria vida.
Todos os dias eu os vejo passarem por mim, uns com pressa, outros alheios ao mundo, mas todos simulando perfeitamente uma vida.
Nos diálogos, capto as insatisfações e os verdadeiros anseios, em cada suicídio percebo a incapacidade de viver verdadeiramente após longo tempo de simulação, nas vidas duplas o ato de enganarem a si mesmos.
O que eles pensam ser a vida? Deixarem-se tomar por um altruísmo destrutivo, privando-se de tudo o que a vida realmente podia ser.
Talvez simular a vida seja o melhor que esses miseráveis símios conseguem, afinal, já faz muito tempo que eles fazem isso muito bem.
Dentro de casa eles são os desejos dos pais, fora dela os desejos sociais e quando é que eles são o que desejam?
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