Olhos – Eu devia tê-los fechado quando noteis que estavam ligeiramente abertos, talvez assim eu caminhasse igual a eles. Não condeno a razão de seus sorrisos na verdade até os invejo, gostaria apenas de saber como é, contudo não sei ignorar como eles sabem.
Eles ignoram com assombrosa maestria a violência gratuita aplicada por todos os cantos, ignoram as emoções alheias expressando todo seu preconceito, ignoram os mortos que não se justificam por nenhuma razão, ignoram e sorriem com uma felicidade demente.
Por que despertei? Talvez para ser unicamente o bode expiatório e receber a culpa por todos os atos atrozes desses hominídeos.
Se eu tivesse parado nos primeiros livros, se eu não tivesse me questionado tanto sobre aquilo que me cerca, se eu não os observasse com sincera semelhança, talvez assim eu compreendesse a anedota da vida humana, talvez assim eu partilhasse dos sorrisos.
Contudo, finalmente compreendi que a felicidade é dos ignorantes e que não sei ignorar.
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