A psiquiatria não pode me ajudar, tudo o que me propôs foi dopar-me, numa constante prostração da mente e do corpo com drogas legais como a amitriptilina, uma vez que fora constatado – em 30 minutos de conversa – que minhas crises derivavam de estresse e ansiedade.
O som alegre, vulgar e burro desses miseráveis humanos alimenta uma chama destrutiva e autodestrutiva dentro desse corpo que habito e percebo então, o aumento na frequência de minhas crises de paralisia noturna.
Pedia apenas uma razão para eu compreender todos os sorrisos e consiga por fim digerir essa sensação inexplicável e inexpressível que me traz algum tormento e a resposta fora calar minha mente e danificar meu corpo com medicações psicoativas.
É só isso? Inútil e inadmissível para mim.
Seja por conselhos de variáveis psicólogos, seja por drogas alteradoras de humor, não há de minha parte intenção de “mutar” aquilo que sou, com conformismo e comodismo, pois sinto prazer em sofrer pelas razões que sofro, em odiar aquilo que odeio enfim tenho extremo orgulho de meus defeitos e minhas qualidades, afinal isso me torna distante dessa indiferença toda contida no egoísmo desses tolos.
Minhas perturbações noturnas continuam e continuarão enquanto eu me importar mais com esses miseráveis do que comigo, enquanto o correr das horas tiver alguma relevância para mim, enquanto o imaginário desses hominídeos impedir o progresso com superstições, enquanto a violência for o único ato, enquanto eu me importar – e espero sempre dizer que me importo – essas perturbações existiram em mim, levando-me às vezes a beira da loucura.
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