segunda-feira, 8 de agosto de 2011

[In]Finitude

É isso, sanei todas as excitações manifestas no corpo em que me abrigo.

Agarrei com força desmedida tudo aquilo que esse mundo me ofereceu, desfrutei das tecnologias, saboreei tudo o que me pareceu agradável ao paladar, admirei todas as formas de beleza, me deixei guiar por todas as ondas traduzidas pelo olfato, deliciei-me com as vibrações passeando por meus canais auditivos, retorci esse corpo de todas as formas anatomicamente possíveis em centenas de explosões do prazer.

E é só isso?

Repetições intermináveis, o apego por tudo aquilo que é efêmero ou transitório, eis a graça contida na vida vivida por de trás dos olhos humanos, cada qual a sua maneira, traduzindo ondas como lhe cabe ou como seus cérebros permitirem, mas é apenas isso e, nada mais...

Risos, prantos, dores, prazeres, pesares, gozos e outra vez risos, prantos, dores... É um emaranhado circular de situações e emoções instáveis que se somam, multiplicam-se, dividem-se ou subtraem-se e dá aos mortais a harmonia caótica desse mundo.

Eles sofreram, sofrem e sofrerão continua e indeterminadamente por toda a existência, eis o caminho irreversível da evolução, talvez, um dia eles se tornem criaturas melhores, mas não estáveis, afinal, nem mesmo o universo o é.

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