terça-feira, 18 de dezembro de 2012

[In]Felicidade


Eles se entregam a uma ideia vaga de satisfação plena, eles anseiam o desfecho dessa enrolada trama, crentes de um final feliz, mas todo o final é apenas um final:

“Os olhos deixarão de interpretar a luz, os ouvidos ignorarão os sons, o tato as texturas, o paladar os sabores, o olfato os odores e a mente silenciara-se num absoluto vazio, sem lembranças nem sonhos, só o silencio e a escuridão.”

Em vida eles precisam correr, e buscam pelas maiores futilidades quando o objetivo é simples: “Viver”. Eles estão cegos demais para enxergarem o valor que tem a vida, e então, valorizam todas as outras coisas.

Passam a vida tentando viver, bombardeados por um fetichismo agressivo, eles acreditam precisar do que não precisam, que precisam ser o que não são, e sua propensão a insatisfação se agita a cada frustração.

Eles querem ser felizes, sorrir o sorriso como lhes disseram, e eles partem nessa busca inútil, invejando sorrisos irreais, pois a vida só lhe será satisfatória quando olharem para o que são e o que possuem e com isso sentirem-se em paz.

Procurar pela felicidade é o que torna a maior parte dos humanos infeliz.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Contagio


Já posso explicar para mim mesmo tudo o que aconteceu (talvez, eu pudesse o tempo todo), posso revelar em meias palavras o truque por trás da suposta magia, e acabar com todo o encanto sem desmerecer a habilidade do ilusionista, mas visto de dentro é uma questão de não querer.

Talvez, esse tenha sido o instante em que eu estive mais próximo de sua pele (a pele humana). Eu pude realmente vivenciar a fantasia que eles querem acreditar e é como encontrar água num imenso deserto, é como encontrar a tal da alma nessas criaturas tão rudes.

Compreendo os impulsos enviados ao meu cérebro e as interpretações errôneas ou convenientes criadas pelo ser em que abrigo, mas dessa vez, eu me permiti acreditar nessa ilusória e transitória emoção.

E através de olhos mais humanizados, pude notar que para eles não importa se é real ou não, eles só querem algo que valha a pena, eles só querem algo que de sabor a uma vida sem gosto e sem nexo.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Libertando Os Braços



Eu realmente tentei, dei o meu melhor, me permiti muito mais do que acreditava ser capaz, afinal, tudo apontava para as vantagens de um bom convívio social, contudo, as desvantagens me parecem mais tortuosas.

A beleza contida nas relações amigáveis, oculta o peso de sustentar outras vidas, o peso de ter que engolir o próprio ego em prol do bem-estar de um recém-conhecido.

Não suporto me desdobrar para ter assuntos que não me interessam em nome de uma relação qualquer com quem quer que seja, e a simples hipótese desse ato me incomoda profundamente.

Não tenho nada além daquilo que sou ou daquilo que me tornei, e meu velho orgulho ainda não me permite dar passos mais largos.

Talvez, o meu ainda jovem corpo seja grande influente nessa decisão, afinal, os processos bioquímicos desse cérebro relativamente novo ainda partem da premissa de indestrutibilidade, quiçá os anos me moldem um algo “melhor”, mas até que isso ocorra que sejam destruídos com a espada feita de orgulho e ego puro o jarro e as rosas.

Se for um problema, que seja eliminado.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Ainda Assim


A ideia de criação me incomoda, não só pela facilidade e fragilidade argumentativa, mas pelo total demérito da complexidade da vida.

Reduzir os complexos organismos que vemos a uma criação divina e instantânea me parece... Tolo, para dizer o mínimo.

A beleza da vida, tal como a conhecemos é a sua complexidade, desde o inicio até o irreversível final. Milhares de anos, de simples “replicantes” ao posto de primatas superiores, de agrupamentos celulares a um filhote formado, e em apenas alguns meses.

Dá para negar a evolução?

Dá para negar a maravilha, e o valor que tem a vida?

Eles parecem conseguir, seja por orgulho ou por conveniência, eles negam o que é fato e desprezam a vida, eles se matam numa guerra inútil, não percebem que são vítimas de seus impulsos primários estimulados por um sistema corrupto e quebrado.

E então, a vida se vai por suas próprias mãos, como lhes pareceu vir: por magia, por trás de uma fumaça de pólvora.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O Toque


Não sei expressar o que me aconteceu, mas há algum prazer em meio a esse tormento mental. Não imaginei que havia uma criatura assim, capaz de atravessar como se fossem nada as barreiras ao meu redor.

É isso o que os humanos tanto procuram? Sentirem-se necessitados de outro ser para que seu dia pareça ter valido alguma coisa?

Se for, parece que finalmente pude sentir, há algum aperto entre os órgãos vitais, e até mesmo algo que me esmaga a garganta.

O que é isso?

É como se eu sentisse aquela mão a tocar meu peito dia após dia, mas com o calor intenso de milhões de estrelas jovens, a queimar e deixar gravado feito tatuagem cada traço daquela palma em mim.

Uma dor que dá prazer para cada lembrança que repentinamente me invade a mente, sem dar-me a chance para defesa ou desvios.

Sou escravo voluntário de momentos idos, sou saudoso do que não foi visto, encaro-me no espelho com um olhar novo e talvez mais vivo.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Vidência - Maldição Fisicalista

“A velocidade que esse veículo vai, com a distância que se encontra do pequeno muro, é necessário apenas um centésimo de segundo de distração para uma colisão de danos significativos.”

A matemática nunca foi um ponto forte em mim, mas exemplifica magistralmente o que quero exprimir nas linhas que se seguem. 

A física é envolta em cálculos, faz até previsões com base nesses e, o cotidiano de um físico amante de sua função logo é tomado por seus feitos em laboratório, ele passa a calcular, e “probabilizar” tudo em seu entorno.

Quando fui tomado por essa maldição, acabei adoecendo do mal de um físico “fanático”, levando em minha vida cotidiana a capacidade de analisar e calcular as probabilidades, com base em evidências que coletei durante algum período de observação.

É como chegar ao resultado antes de ter contato com a experiência, acabando assim, com as expectativas do por vir e, o dano que essa maldição causa é imenso e doloroso mesmo para mim.

O futuro quase nunca é agradável e, as evidências apontam para seu desfecho irremediável.
Ele vai acontecer, ainda que você não consiga dizer quando, contudo, estou compreendendo que mesmo tendo visto, ainda não o vivenciei e sem chegar ao fato, nada são as evidências que tenho coletado.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Contato - O Gesso

Fui convidado a uma festa, relutei durante algum tempo, mas parte de mim quis sair de casa e demonstrar alguma consideração por aquele que me fizera o convite. No caminho tive vários impulsos para regressar ao meu “esconderijo”, contudo, tolerei as idiotices humanas explicitas no trajeto, e cheguei ao local.

Eu estava claramente transtornado, mas a educação conseguiu sobrepor-se ao meu desgosto de estar ali. Cumprimentei os que ali estavam, mas não consegui permanecer nem mesmo por 20 minutos.

“Já vai?” – questionou um dos qual me despedia. “Sim, não gosto muito de festas!” – foi minha seca e quiçá desnecessária resposta. Dei as costas e segui, mas não estava em paz.

No caminho as tolices humanas ainda me irritavam: a gritaria, as garrafas jogadas, brigas nos bares, um som ensurdecedor e sem qualquer conteúdo, as brincadeiras perigosas com veículos automotores, entre outras mais. Contudo, todos, sem exceção, divertiam-se, mesmo aqueles da discussão acalorada do bar.

Por que todos me pareciam tão imbecis? Por que não consigo gostar dessa diversão, afinal, minha idade biológica é simétrica a deles? Por que senti ciúme da “imbecilidade” deles? Por que penso tanto? Por que não consigo manter, e tenho dificuldades em criar vínculos?

A proposta de “quebrar o gesso” me pareceu boa, mas me parece demasiadamente complicada, ainda estou tentando me aproximar deles, mas não vejo futuro, talvez seja receio, talvez seja orgulho ou talvez, eu seja o único imbecil.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Desejos

Eles não querem querer e por si só, isso já é um desejo e como todos os desejos, é carregado de uma dose “cavalar” do veneno da esperança. Eles esperam alcançar a paz e sofrem por não tê-la, esperam um dia sem dor e sofrem quando dói, esperam justiça e sofrem sem conquistá-la, esperam recompensa e esperam não esperarem mais e sofrem por seus desejos, e matam ou morrem para obtê-los.

Então, eles criaram o ideal, um mundo perfeito sem qualquer sombra das variáveis impostas pelo acaso, eles chamam tal mundo de felicidade, uma palavra abstrata e sem qualquer sentido prático, mas que todos esses hominídeos desejam como um objeto físico, concreto, palpável, singular e eterno.

A busca pela felicidade é o desejo que os move e também o causador do martírio que sentem. Eles criaram o impossível, pois o real objetivo nunca foi alcançar, mas simplesmente desejar.

A paz que tanto almejam não será atingida, a menos que abram mão de todos os seus desejos, contudo são os desejos de cada um que os mantém vivos e dispostos a abrir os olhos a cada nascer do sol.

Os deuses precisam de crentes para que possam existir e os humanos de desejos para que possam sobreviver.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Rei Dos Escombros - O Empurrão

Eles estão sensíveis demais para notarem o valor de uma queda, acusam de inimigo aquele que os põe de ante dela, desperdiçando assim, o momento mais oportuno para levantar voo ou para aprenderem a se recompor com os próprios esforços.

Eles perdem tempo demasiado lamentando a própria dor, resultante de suas suposições e de seu frágil orgulho ferido, eu até posso ouvi-los: “Oh! Por que fizestes isso comigo?”, “Por que é tão pesada a minha cruz?”, “Como sofro.” E tantos outros murmúrios.

Deixe que o empurrem não se importando com as intenções de quem o faz, mesmo porque, as intenções nada significam se suas interpretações forem mais nobres.

Você cai querendo ou não, mas você escolhe como fará o trajeto e como será o pós-impacto, vire apenas um lamentoso fracassado ou faça dos escombros o mais belo dos reinados.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Primeiros Passos - O Gesso

“O que faço aqui?”, “Por que não dei uma desculpa qualquer para não vir?”, “Festas e eu somos antônimos.” – Essas frases não saiam da minha mente enquanto eu subia as escadas que me levariam ao salão de festas.

A cada passo, os ritmos cardíacos desse corpo pareciam subir drasticamente, as mãos suavam, e o olhar (embora eu não pudesse ver) certamente era um olhar assustado.

Rostos “estranhos” e então, alguém familiar (o motivo para eu ter rompido com minha misantropia) surge e me leva a uma mesa onde outro rosto conhecido estava. Os cumprimentos dão inicio a um breve diálogo, e outras pessoas me são apresentadas.

Consumo alguma dose de álcool (qualquer dose é dose uma vez que não estou habituado ao consumo do mesmo) e pareço me “soltar” mais, contudo, ainda perturbado.

Eu me limitei aos conhecidos, arrisquei-me muito brevemente por razões que desconheço, mas ainda dava passos temerosos por entre eles.

A dona da festa, embora fosse significativamente mais jovem que eu, dava passos (ainda que limitados) mais largos e desbravadores que os meus em meio aquela multidão, talvez por não conhecer a natureza cruel dessa espécie, ou talvez, por saber melhor do que eu o que eles possuem de bom.

domingo, 1 de julho de 2012

O Som Do Mar - Sombras Do Passado

A muito não o ouço, já faz muito tempo que lhe troquei pela solidão, contudo, é impossível esquecer o mau e o bem que me causara, a culpa é unicamente minha, fui eu quem projetou um futuro e quiçá um passado inexistente, apenas porque, naquele instante havia uma fragilidade que hoje, não deixa nem mesmo uma só sombra em mim.

Ao som do mar, vi algo desaparecer, minhas emoções foram levadas nas lágrimas que um dia tive, e que ao som do mar derramei. As frustrações tiveram algum espaço em minha experiência, resultando naquilo que hoje me tornei.

Sou orgulhoso do resultado que obtive, a lógica excessiva me favorece mais que me atormenta e não a teria conquistado se não tivesse o passado que possuí.

Sou grato por cada onda sonora outrora emanada por seu “balanço”, sou grato pela beleza que me fez sofrer no inferno do qual hoje sou rei, grato pelas lembranças que residem em tudo o que sou agora, mas que já não me tocam como um dia me tocaram.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Ego Sistema

Os anjos para justificar as vitórias e os demônios para atenuar o peso das derrotas, o visível não lhes basta, afinal, o mesmo os rebaixa a meros animais, e sua arrogância não suporta essa verdade.

São então, frutos d’um divino criador, portadores de uma alma eterna que subestima a carne em que habita. Eles se vêem como almas escravas de seus corpos.

Fruto do carma ou do pecado original, para eles essa vida é punitiva, eles passam então, a subestimarem a própria capacidade, rezam aos céus, aos infernos e qualquer outra divindade para aliviarem o “peso” que carregam, seu sofrimento é sempre maior e multiplicá-lo é sempre o melhor.

Passam a vida preparando a vida póstuma, vêem na morte a liberdade da poderosa e eterna alma, passam pela vida alimentando-se de desejos e sonhos inatingíveis, aumentando assim a angústia natural da existência.

Eles são vítimas da própria arrogância, eles são vítimas do pavor do desconhecido, são criadores das próprias ilusões, são crentes irremediáveis de seu ego sistema.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Revelações

As boas lembranças se apagam, a razão é tomada pela distorção emocional, e nada mais pode detê-los. Tomados pela cólera, agem apenas com instintos, não há mais diferença entre eles e os irracionais, e como fogo, destroem tudo o que cruzar o seu caminho, culpados e inocentes, pois a ira lhes roubou a razão.

E após o surto, as reações são quase iguais: “Como pude fazer isso?”, “Não estava no meu normal.”, “Saí de mim.”, “Não conseguia me controlar, pois não via nada.” E tantos outros discursos de defesa para justificar a fraqueza de renderem-se á um instante tão vil.

As lembranças ruins são maquiadas, a razão é tomada pela distorção emocional e nada mais pode detê-los. Possuídos por amor e tolerância, agem apenas com instintos, mas negam. E então, absorvem tudo para si, relevam o insuportável, culpados e inocentes, pois o amor lhes roubou a razão.

E após a decepção, as reações são quase iguais. Eles choram a mágoa que passaram, deprimem-se pelo orgulho que engoliram, nunca tiveram coragem de expressarem-se, por compaixão, pois temiam sempre ferir alguém.

Se estivessem munidos de razão, o autocontrole viria fácil, mas eles ainda sustentam a ideia de que as emoções são as amigas, e a razão, a fria vilã, nem mesmo dosar é uma arte praticada ou sequer exercitada por esses “romanceadores” daquilo que é real.

As emoções oferecem poucos caminhos: a destruição ou a autodestruição.

terça-feira, 5 de junho de 2012

O Ateu E O Rebelde

A guerra contra Deus nunca será tramada por um ateu, pois o mesmo possuí a clara ideia de que não há com o que ou com quem lutar, digam os militantes o que quiserem.

A religião é o alvo, contra essa sim os movimentos fazem jus, minhas visitas em redes sociais me mostram uma mistura ridícula entre os ateus (dignos de respeito) e os rebeldes (jovens tolos em busca d’uma identidade ou de atenção).

O ateu argumenta contra a moral imposta pelas religiões, morais destorcidas e danosas, morais que subestimam a capacidade da espécie mais bem sucedida de que se tem notícia. Ele alimenta o bom debate com respeito, clareza e doses necessárias de orgulho ou humildade.

Por sua vez, o rebelde carece de argumentos, e cria frases odiosas normalmente voltadas a um deus e não há uma moral religiosa, ele tende a ridicularizar (tal como religiosos com outras religiões) a crença alheia com imagens ou textos “torpes” são dignos de desprezo e não podem ser distinguidos dos próprios religiosos.

Em minha atual experiência me reconheço Ateu, e tive belas oportunidades de debates inteligentes com religiosos e com verdadeiros ateus.

Aos rebeldes: “Continuem, pois falta pouco para montarem a religião dos “sem-deus”.”

sábado, 2 de junho de 2012

O Jarro De Rosas

Seus pés descalços sangram, o peso que carrega nos braços o puxa a cada instante mais e mais para baixo, e a cada passo o peso aumenta dramaticamente. E nos braços, a mais maravilhosa recordação, o mais intenso desejo, o mais belo dos seus sonhos, o mais próximo de um amor e somados, resultam no fardo que lhe puxa para o mais intenso sofrimento.

Você precisa mesmo atravessar com esse peso?

Os pés já não sustentam o corpo, e os joelhos já fragilizados se dobram abruptamente, chocando-se violentamente contra o solo. As lágrimas são inevitáveis, você acaba de reconhecer, o peso que carrega é, além de tudo, o mais danoso de seus problemas.

São doces, belos e amados, mas estão sugando a força que é só tua, e que se faz necessária para que você obtenha algum progresso.

Ainda quer carregá-los nos braços?

A responsabilidade é mais nobre que a atitude covarde de não saber aniquilar o que lhe prejudica, por mais valioso que lhe pareça.

domingo, 27 de maio de 2012

Algo Novo - O Gesso

Observando meu comportamento, notei que desenvolvi algum apego por tais criaturas, um apego que quase beira ao vicio; de não conseguir me manter suficientemente afastado a esperar por sua companhia para realizar tarefas rotineiras das quais, apenas comigo mesmo bastaria.

Minha capacidade de isolamento sempre me deu orgulho, mas nesses dias experimentei algo que já nem me lembrava mais: a expectativa de outro; aguardar e desejar a companhia de terceiros não pertencentes ao meu restrito grupo.

O que houve? Quando foi que isso se tornou necessário para mim? O que essas criaturas possuem que as diferenciam das demais?

No fundo possuo algum ciúme de sua habilidade para adotar vínculos e melhor, mantê-los. E agora que isso começa a ocorrer em mim, tenho com maior clareza: “Sou um desastre em ambos.” Meus diálogos são massivos e chatos para a maior parte das pessoas que me cercam, e nunca me importei verdadeiramente com isso, mas algo fez com que eu me importasse.

A convivência “forçada”, as expressões e feições familiares em um ambiente naturalmente hostil, somadas a momentos de gracejos inevitáveis da tolice humana, certamente são esses os fatores (ainda sem medicamento de cura) que me levaram a experimentar essa inquietante e inusitada experiência.

As pessoas viciam, conviver entre eles pode ser horrivelmente doce, não que seja ruim, mas ainda me é algo novo.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Vítimas Dos Céus

O sofrimento lhes é todo, o sofrimento lhes é tudo, rastejar é o destino e condenado está o orgulho. Erguer-se é arrogância, curvar-se é a nobreza, a nobreza que os nobres negam, mas que os miseráveis carregam como a mais bela beleza.

E orgulhosos de sua miséria, eles abstêm-se dessa vida, doando-se aos mais fortes, pedindo aos deuses a melhor vida. Enquanto os fortes vivem o agora, gozando do ar que se respira, os pobres esperam a morte para obter o que queria.

Dizem então, os fortes aos miseráveis: “Entrega-se a outra face, quando uma já se há ferida, pois humilhar-se é o caminho para o céu que se aproxima.” Prosseguem então, os fortes aos malogrados: “Passam-se camelos por fendas de agulhas, pois, os céus são para os sofredores, os céus são para os mártires em vida.”

Só são santos os que sofrem, só são santos quando morrem.

E por fim, a promessa será cumprida, pois a miséria é sanada, assim como as feridas, afinal, após a morte nenhuma delas será sentida.

Os camelos entram nos céus e trazem com eles as suas vítimas.

domingo, 20 de maio de 2012

O Castigo - Origens

A idade era pouca, mas havia sensações demasiadamente amadurecidas em mim. Olhava ao meu redor com a fixa ideia: “Não vou me adaptar”. A maior parte daquelas criaturas de idades biológicas simétricas a minha, pareciam se divertir.

E isolado em meu mundo, eu os observava.

Em meu mundo, minhas criações, minhas criaturas, sempre foram minhas companheiras fiéis, feitas de massa ou de papel, e quando permitido (com o doce castigo) feitas dessa “matéria fantástica” chamada, imaginação.

E minhas amadas criações foram o “gatilho” para os primeiros contatos: “Faz um desses pra mim com a minha massa”, “Nossa! Que legal!”, “Faz igual pra mim?”.

Os contatos foram me revelando intenções, e emoções alheias, estava descobrindo quem eram aquelas criaturas e pior, o que eu poderia ser.

Os espelhos sempre me atormentaram, a imagem que eu via nunca correspondia à imagem que eu gostaria de ver.

A fragilidade do corpo que tomo emprestado sempre foi minha maior desilusão, sempre soube ser mais do que refletia, mas nem sempre tive capacidade de enxergar o orgulho (a razão mais apontada como minha queda) contido nessa afirmativa.

Eu pairei sobre os céus e agora rastejo sob o solo, sentindo o peso do castigo de ver refletidos em minha atual condição os erros que abomino, tentando compreender, aprender e reparar os estranhos costumes dessa frágil e imperfeita raça.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Visto De Dentro

A consciência estava ligeiramente alterada, mas a percepção ainda era a mesma, entre um gole e outro com meu seleto grupo de amigos, eu observava o comportamento “exótico” desses animais.

Seus olhares fixos um para o outro quando em casal, sua risada “frouxa” quando em grupo e desatentos ao mundo quando sós.

O que os diferencia?

Qual a fórmula que os torna individualmente únicos?

É sabido que em condições extremas eles são totalmente previsíveis, afinal, seguem o impulso instintivo do sistema primitivo do cérebro. E a cada dia um passo novo nas sinapses do cérebro revela o quão exata é a máquina humana. Contudo, há algo de único em cada um deles, um algo que se diz imortal, um algo que chama a si mesmo de “Eu”.

Esse “eu” avalia a própria história, direciona ao outro e averigua a melhor alternativa para a circunstancia, frequentemente confrontando com o impulso primário e vencendo-o em grande parte dos casos, mas sucumbindo prazerosamente em outros.

Se pudesse separá-los desse “eu” o que restaria, uma vez que esse “eu” atribuído a consciência é comprovadamente parte insignificante da vida psíquica?

Após esse breve “passeio” sobre o que pode ser essa espécie retornei (em nível psíquico) à mesa e ao meu grupo, com minha consciência intacta e livre nesse admirável e aglomerado mundo cinzento de massa encefálica.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Big Crunch

As nuvens se afastaram como quem dá passagem a uma nobre presença e então, caminhando sobre o ar, era possível reconhecê-los: Altos, andrógenos, magros e belos.

A salvação dos estertores, a redenção dos arrependidos e a misericórdia aos iludidos. Era possível ouvir os prantos e suspiros de alivio, todos, céticos e crentes olhavam para a beleza inédita do céu, como no fim de uma novela, os vilões pagavam por seus crimes e os inocentes vivenciavam o seu final feliz.

A tão esperada paz, finalmente se fez presente e eterna.

Eles aprenderam a verdade absoluta da existência, superaram os seus defeitos, eles atingiram a perfeição, eliminando assim, qualquer desejo, extinguindo também, o momento chamado “depois”.

A verdadeira inquietação para a mente humana é a absoluta ausência de conflitos, uma vez sanada todas as dores, pesares, anseios e outros “déficits” a mente humana encontrará o seu colapso, pois não está suficientemente capacitada para o fim dos desejos.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Todos Sob-Controle

A realidade lhes dói em demasia e, mesmo imersos num cotidiano real, a rotina lhes cega seja qual for sua crença ou mesmo ausência de uma.

Eles ainda não despertaram e já não sei se um dia irão.

Andando pelas ruas, observo seus movimentos, as mãos que vão às revistas de produtos exóticos, como “máquinas do plim” e a jardins mais verdes, ouço as canções que vendem a ilusão do amor e, também os berros que vendem os céus aos miseráveis de toda espécie e os infernos aos injustiçados.

O sistema funciona, mas só não se ativeram a que tipo de sistema.

E como o som ensurdecedor de uma britadeira, a realidade se apresenta para todos em forma de frustrações contínuas, mas a rejeição – tipicamente humana – lhes dá apenas alguns instantes de dissonância cognitiva e logo, todos voltam a sonhar.

Os sonhos agradam e acalmam a todos os fracos que, por medo, ignorância ou conformismo não querem abrir os olhos, ainda que o “relógio os chame”.

A mão vai aos ouvidos e eles clamam por mais dez minutos de: sonho do consumo, sonho do amor, sonho da justiça póstuma...

O sonho de todos, ou o sonho de um só, ainda é um sonho e a realidade o reduzirá a pó.

Uma vez despertos não há mais controle.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Tudo Vai Passar - O Regresso

A hesitação de todo o desprazer é temporária, como tudo nesse universo do acaso, a eternidade é mais um sonho mortal que mais dia, menos dia encontrará seu destino final.

Não importa a longitude de um bom período, ele sempre chegará ao fim; desperta-se do doce sonho, encerra-se o bom encontro, termina-se o agradável filme e então, recomeça-se a vida crua quase cruel.

E esse regresso é sempre incômodo, seja por desejar intensamente o momento ou por desejar nunca ter que fazê-lo, contudo, existe uma impossibilidade real e física de regressar como partiu.

Volta-se com um sonho a mais ou um sonho a menos, um encontro a mais ou um encontro a menos, um filme a mais ou um filme a menos, volta-se com uma lembrança a mais ou, com uma lembrança a menos.

Você não retorna quem foi, mas decide quem será quando voltas, pois, o regresso lhe faz um ser a mais, o regresso lhe faz um ser a menos.

quinta-feira, 22 de março de 2012

O Voo

É preciso abandonar um pouco do peso para que se chegue mais longe, seja o peso psíquico das velhas ideias que não mais lhe servem, seja o peso físico do que não lhe é mais útil.

Consegue enumerar o que não mais lhe serve? Toda bagagem possui itens dispensáveis camuflados muitas vezes de essenciais.

És capaz de diferenciar aquilo que possui real valor, daquilo que tem o valor que você inventou?

Atente-se aquilo que o cerca e aquilo que carrega consigo, vais ter que abandonar mais dia menos dia o que tem com grande estima e, o que tem só para expor algum “sucesso”.

Em ultima instancia, para se chegar a mais nobre e quiçá a ultima das alturas é chegado o momento de abandonar o peso por completo, seja ele qual for.

É capaz de desatar todas as suas amarras, desde os sonhos mais intensos e nobres aos mais fúteis dos desejos?

Os humanos estão sempre atarefados demais para esvaziarem suas mentes ou os seus guarda-roupas, eles se atentam em enchê-los até o limite. Em questões físicas, lhe dar com esse limite é mais simples, mas, em questões mentais, a insanidade pode ser o limite, e poucos são capazes de suportar.

O Voo mais alto só pode ser atingido por aquele que de tão leve não é mais o que foi e nem mesmo o que é.

segunda-feira, 19 de março de 2012

O Saber do Silêncio

O cérebro rudimentar dessa espécie exige razões em todos os instantes, nem sempre as razões são lógicas, mas se justificar-lhes a angustia que se sente já lhes é uma razão satisfatória.

A inquietação da mente humana, não lhes permite ouvir a sabedoria contida em momentos de silêncio.

Para grande parte a mente silenciada ou desocupada lhes causa algum assombro, afinal, o silencio revela a si o que se tenta omitir e poucos sabem como lhe dar com isso.

O silêncio pode ser a pergunta, o silêncio pode ser a resposta, mas para reconhecer suas variáveis é exigida grande “dose” de atenção.

Hesitar é dar a oportunidade ao indagador de reaver sua questão e, em muitos dos casos a hesitação é por si só a resposta que se faz necessária para aquele instante.

Ás vezes é necessário que se faça do silêncio a questão e a resposta.

terça-feira, 6 de março de 2012

[a]Mor

Projeção, a causa mor dos dissabores da vida cotidiana da espécie pensante intitulada, Homo Sapiens. São infelizes acompanhados, são infelizes sozinhos, isso porque, eles idealizam uma condição plena de felicidade, ignorando a decepção e os problemas como as engrenagens que dão algum “gosto” a existência.

O campo mais interessante e recheado de decepções é também o de maior importância à espécie, relacionamento, nesse caso de forma menos restrita, abrangendo todos os campos do mesmo.

Eles se aproximam uns dos outros – sempre com algum interesse próprio – salvo, quando colocados num mesmo ambiente por fatores “maiores”: trabalho, estudo entre outros.

E lá vão eles, sugando o que lhes cabe e projetando desejos, até que então, as coisas fogem ao controle, os níveis de ocitocina já se elevaram, as interpretações torpes dessa raça os leva a uma relação maior, que resultará em momentos de prazeres e desgostos.

Simples assim, mas como é de se esperar em uma espécie egoísta, os desgostos tendem a durar mais na mente de cada um, afinal, são resultantes de projeções frustradas – isso fere fatalmente o orgulho – é a descoberta do humano por de trás daquele ser perfeito que se tinha criado.

Ninguém lhes será bom o suficiente, eles vão sempre decepcionar uns aos outros, seja por seus pequenos defeitos, seja por seus supremos caprichos e, quando ou se ocorrer a eles essa sorte, a morte vai lembrar-lhes que não será para sempre e digam os “romanceadores” da vida o que quiserem, mas o fato é que o prazer das lembranças não supera o pesar da saudade.

“Ninguém vive só, porém ninguém morre acompanhado.”

E enquanto essa linha de pensamento lhes parecer pessimista é sinal de que há um longo caminho a ser trilhado, mas deixo o beneficio da duvida de: Por quem?

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O Inimigo

Eles passam a maior parte do tempo combatendo, agredindo e criando inimigos externos, muitas das vezes imaginários, apenas, para terem um alguém para culpar.

Milhões de desculpas, porém, todas tão vagas quanto aquilo que trazem em seu interior. É apenas a maneira que encontraram para atenuarem o peso de seu fracasso, culpados sem nomes nem rostos, mas com o gosto de: “Minha culpa não é total.”

Aos naturalmente fracassados tudo e todos são inimigos, pois no final das contas, o inimigo real é aquele, no espelho refletido.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Uma Gota De Sangue – A Outra Face

Hoje, uma observação externa me fez sentir-me assim, – humano – e já nem me lembrava o quão doloroso isso me soava, contudo, reconheci que minha atitude foi meramente errônea, logo, humana e carregada d’um preconceito letal.

A sensação foi péssima, afinal, me vi no que mais desprezo da natureza humana. O peso da total ignorância caiu sobre meus ombros, mal pude esconder o impacto que senti ao constar a veracidade do que fora dito: “Tão inteligente e tão ignorante.”

Ainda posso sangrar como eles sangram, e como é que pude me esquecer que minha atual condição também me dá margem para erros?

O suor que escorre de minha face e do corpo que hora abrigo, também deveria ser um lembrete, de que ainda preciso me policiar mais e, me atentar para o entorno, para não cometer deslizes tolos.

Sentir-me humano e lembrar que é essa a minha atual condição, ainda me é doloroso e extremamente ofensivo, mas percebo que necessário em alguns momentos, apenas, para que eu me distancie ainda mais de seus equívocos e assim, seguir sempre a frente deles, anulando aos poucos a minha outra face.

Em Poucas Palvras

Talvez, mais quatro milhões e meio de anos sejam o bastante para um salto evolutivo como nunca antes. Uma mutação que, expulse o gene da estupidez de forma definitiva e, renda ao mundo futuros seres, de fato pensantes, capazes até, de algum diálogo, já que a evolução da linguagem mostra-se inútil nos tempos atuais.

O bom selvagem nunca existiu e a natureza podre dessa raça é imutável.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A Crosta Terrestre

Eles conhecem o preço
Porém negam o valor
É um orgulho imenso
São só sinais do horror
Que eles trazem no peito
Herdado de seus ancestrais
E renegando ao avanço
Eles são só animais

Ninguém baixa a guarda
Todos possuem razão
São canibais insaciáveis
Em sua plena ascensão
Destruidores da paz
Devotos da desunião
São orgulhosos demais
Para estenderem a mão

E para eles, humildade
É avessa ao ato de vencer
Pois empurrar o caído
É mais fácil que o erguer
Nem em toda a lama
A flor de lótus floresce
Alguns serão para sempre
A crosta podre terrestre

sábado, 14 de janeiro de 2012

O Analfabeto Social – A Alma Impar

Li há pouco tempo uma matéria sobre a chamada “inteligência social”, confesso não ter havido flexibilidade para levá-la até o fim, mas do pouco que digeri nasceu a reflexão que se segue:

Quando a sós, eles procuram se agrupar buscando “sanar” a aflição que a solidão ainda lhes causa e, não há demérito em tal atitude, eles ainda desconhecem o valor da solidão. Talvez, seja a minha natureza solitária que não me permite compreendê-los, ainda sou o que fui ao criar a frase: “Ninguém vive só, porém ninguém morre acompanhado.”

Por vezes confronto suas ideias romanceadas das eventualidades da vida, contudo não nego que já me propus a “sentir” como eles, a sorrir e chorar como fazem, porém, minha proposta não é nada além de uma proposta já rejeitada.

Quando em grupo, eles procuram um diálogo qualquer, afinal, compreendem as regras para o bom convívio, beneficiados pela genética – com o gene da gentileza – ou apenas, moldadores da própria psique, eles são portadores de uma inteligência que me escapa ao controle, a mesma inteligência que lhes garantiu o sucesso evolutivo.

Eles aprenderam que a formação de elos pode lhes garantir um futuro promissor nesses dias não menos predatórios que os dias de outrora.

Das habilidades dessa “nova” inteligência, só me coube uma empatia mal administrada. Compreendo em demasia por me colar em um lugar que não deveria, me importo com o futuro que vejo de uma sociedade totalmente doente.

Sou um desastre social, incapaz de estabelecer e/ou manter vínculos afetivos que passem os limites de minha compreensão e, também “estranho” em minhas amizades. Sou solitário a sós ou em grupo e lógico ao ponto de encontrar padrões exatos na natureza humana.

Mantenho-me só, “sofrendo” com a estupidez do homo sapiens, pois sou apenas um analfabeto social.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Exaustos Da Razão - Catatônia

E sem trombetas ou qualquer outro alarde, os anjos retornam, trazendo paz, saúde e proteção para esses seres já esgotados de um mundo que é simplesmente o que se vê. Os anjos trazem companhia, invasores espaciais em naves tecnologicamente avançadas, eles são cinza, são verdes ou azuis, são como os humanos achar conveniente.

O cotidiano e as impossibilidades do mundo real trouxeram a eles um não tão novo, mas admirável mundo, um mundo onde as leis da física se mostram totalmente inúteis, onde a jurisdição jamais irá tocá-los, um lugar onde a lógica é deixada de lado.

Uma exaustão que sempre esteve presente no imaginário desses primatas superiores. Outrora refletido nas religiões, o cansaço da razão fora se espalhando e abraçou novos campos; cinema, literatura, artes e tantos outros.

Eles sabiam com assombrosa precisão a “crueldade” e crueza da razão.

Os mais primitivos assentaram então, seus paraísos póstumos acrescentando tudo o que lhes há de mais conveniente em seus mundos ideais. Outros criaram contos míticos, com base em seus impulsos primários, medos infundados e sonhos impossíveis.

E hoje é possível notar que estão mais fartos do que nunca, dando oportunidade para novos sonhos “loucos”, resgatando ideias, alimentando suas fadas e seus contos.

Sejam eles céticos ou crentes, sejam sãos ou dementes, eles se encheram da era da lógica e querem uma dose de ficção cientifica, querem uma dose de milagre redentor, um sonho lúcido e sem lógica.

Eles abriram por fim as portas do mundo interno que foram trancadas após a infância, as portas daquele mundo, onde o tempo não significa nada e o impossível é inexistente, eles são o que quiserem ser, por fracasso no mundo cru ou por prazer de viajar, eles chegaram ao mundo que chamo de “Catatônia”.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Ameaças

E armados até os dentes, com suicidas inconsequentes, uma desculpa qualquer fará a guerra estourar, talvez o excesso de pessoas e a falta de recursos sejam bons discursos para manipular.

Eles vão caçar a própria espécie, apenas para testar o poder de suas armas, eles querem é recursos, disputar o topo do mundo como se houvesse algum sentido chegar lá. Se todos os profetas não conseguirem acertar a data derradeira, eles darão um jeito para o mundo desintegrar.

Aos mortos menções honrosas, aos vivos os traumas de um pós-guerra e a perda de seus iguais, aos lideres a vitória, mesmo com a derrota, pois eles não vão lutar além de um tabuleiro de estratégias.

O desejo sanguessuga ainda os moverá e mesmo que hoje o mundo não se acabe, logo eles vão acertar, talvez seja apenas a ignorância primata ou quem sabe, a voz da evolução, dizendo que esses mamíferos não são bons o bastante e destruí-los é a chave para que o processo siga a diante.

E nesse contexto qualquer um pode concordar, pois para o mundo não houve em milhares de anos uma espécie mais danosa.