A realidade lhes dói em demasia e, mesmo imersos num cotidiano real, a rotina lhes cega seja qual for sua crença ou mesmo ausência de uma.
Eles ainda não despertaram e já não sei se um dia irão.
Andando pelas ruas, observo seus movimentos, as mãos que vão às revistas de produtos exóticos, como “máquinas do plim” e a jardins mais verdes, ouço as canções que vendem a ilusão do amor e, também os berros que vendem os céus aos miseráveis de toda espécie e os infernos aos injustiçados.
O sistema funciona, mas só não se ativeram a que tipo de sistema.
E como o som ensurdecedor de uma britadeira, a realidade se apresenta para todos em forma de frustrações contínuas, mas a rejeição – tipicamente humana – lhes dá apenas alguns instantes de dissonância cognitiva e logo, todos voltam a sonhar.
Os sonhos agradam e acalmam a todos os fracos que, por medo, ignorância ou conformismo não querem abrir os olhos, ainda que o “relógio os chame”.
A mão vai aos ouvidos e eles clamam por mais dez minutos de: sonho do consumo, sonho do amor, sonho da justiça póstuma...
O sonho de todos, ou o sonho de um só, ainda é um sonho e a realidade o reduzirá a pó.
Uma vez despertos não há mais controle.
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