Observando meu comportamento, notei que desenvolvi algum apego por tais criaturas, um apego que quase beira ao vicio; de não conseguir me manter suficientemente afastado a esperar por sua companhia para realizar tarefas rotineiras das quais, apenas comigo mesmo bastaria.
Minha capacidade de isolamento sempre me deu orgulho, mas nesses dias experimentei algo que já nem me lembrava mais: a expectativa de outro; aguardar e desejar a companhia de terceiros não pertencentes ao meu restrito grupo.
O que houve? Quando foi que isso se tornou necessário para mim? O que essas criaturas possuem que as diferenciam das demais?
No fundo possuo algum ciúme de sua habilidade para adotar vínculos e melhor, mantê-los. E agora que isso começa a ocorrer em mim, tenho com maior clareza: “Sou um desastre em ambos.” Meus diálogos são massivos e chatos para a maior parte das pessoas que me cercam, e nunca me importei verdadeiramente com isso, mas algo fez com que eu me importasse.
A convivência “forçada”, as expressões e feições familiares em um ambiente naturalmente hostil, somadas a momentos de gracejos inevitáveis da tolice humana, certamente são esses os fatores (ainda sem medicamento de cura) que me levaram a experimentar essa inquietante e inusitada experiência.
As pessoas viciam, conviver entre eles pode ser horrivelmente doce, não que seja ruim, mas ainda me é algo novo.
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