quarta-feira, 9 de junho de 2010

Além Do Sexo?

Em minha experiência atual sou incapaz de enumerar a quantidade de corpos diversos com os quais me elevei ao nível de sexo, sou incapaz de dizer o nome de todos com quem compartilhei um repentino prazer. Todas as atenções eram focadas ao ato, em meu prazer e no prazer alheio. Eram doações recíprocas, porém vazias de qualquer elo maior que a afinidade por amizade, a atração e até pelo simples desejo de satisfação mutua.

Não há arrependimento algum em minhas palavras, mas é que uma questão me fez pensar se haveria mesmo algo mais sublime no prazer sexual quando praticado por um elo maior do que aqueles que citei.

A pergunta simplesmente composta: “Você sabe que é muito mais prazeroso o sexo com amor do que o sexo por sexo?”

Não me demorei na resposta, afinal, o amor para mim não é nada mais que compostos químicos liberados no cérebro que dá a ideia de satisfação ao organismo. Porém mesmo com a rápida resposta, ainda refletia sobre aquela breve prosa.

Era evidente a sensação de maior prazer no sexo com um parceiro de longa data, afinal, a afinidade seria mesmo maior do que todas as que eu já experimentei e isso não me abalara de forma alguma no momento, pois com o que já havia observado aprendi que machos “alfas” são reconhecidos por terem numerosas parceiras sexuais, além de alguns atributos de individualidade e liderança, mas após algum tempo de reflexão a indiferença dava lugar a duvida.

A espécie humana é complexa e os sentimentos são tão supervalorizados entre eles que senti algo parecido com o que eles dizem de ciúme, pois muitos com quem conversei posteriormente davam “sim” para a tal pergunta e eu mesmo num corpo humano cercado por toda a cultura humana era incapaz de ao menos fazer comparação entre sexo por prazer e sexo por um sentimento maior.

Não encontrei nem mesmo uma prova real disso que eles supervalorizam, mas estou disposto a aceitar a teoria, quem sabe algum dia durante minhas experiências eu possa fazer a analise factual dessa questão e respondê-la com conhecimento de causa.

sábado, 5 de junho de 2010

A Queda

É irreversível, não há lugar onde eu possa me agarrar e deter o caminho violento rumo ao solo. O impacto será tão profundo como inevitável, perderei muito mais da metade de tudo aquilo que eu prezava e agarrava com todas as forças durante o trajeto.

Ao contrario do que imaginei ao observá-los não me aproximo deles, mas percebo com mais clareza o quão distante estamos e isso aumenta cada vez que os vigio como um pesquisador. Tudo o que consigo é compreendê-los sem jamais entendê-los da forma que gostaria.

Quando me atirei num salto voluntário rumo ao conhecimento pratico daquilo que sou através daquilo que não sou percebi ao longo do caminho que aquele salto se tornara uma queda irreversível e autodestrutiva.

Em minhas primeiras lágrimas eu estava mais próximo deles do que podia supor e, apenas hoje percebo que a cada dia e a cada reflexão eu não estava me aproximando deles e sim me distanciando ainda mais e agora não posso voltar.

Porém vou continuar admirando a queda e observando, afinal é de longe que apreciamos belas obras de arte, talvez segundos antes do fim eu finalmente os veja de longe o bastante para entendê-los.

Não sei o que vai sobrar de tudo isso, mas tenho a convicção de que de mim sobrará muito pouco.

terça-feira, 1 de junho de 2010

As Duas Faces De Platão

O vazio humano é evidente em cada ato de loucura cometido por essas pobres criaturas que procuram por elas mesmas ao longo de toda a existência. A satisfação plena parece não existir entre eles, há sempre algo que os torna vazios e isso os faz correr mais e mais e, muitas vezes, sem direção.

O campo mais atordoado por esse vazio entre os humanos é aquele que eles chamam de amor, uma palavra que para mim não significa outra coisa que não, uma palavra.

Porém mesmo para mim é incontestável as consequencias físicas e "reais" desse tal amor, posso ouvir aqui numerosas canções de numerosas regiões que parecem descrever coisas muito similares quando não, idênticas com aquilo que eles atribuem ao já mencionado sentimento.

Todos eles procuram por uma espécie de metade de si. É como se por alguma razão eles tivessem sido divididos ao meio e condenados a vagar em busca de sua outra parte e eles acreditam nisso, chegando ao ponto de sofrerem verdadeiramente por às vezes amarem sozinhos.

Mesmo entre os “alfas” da espécie humana há evidências do tal sentimento ainda que direcionados para mais de uma fêmea ou macho.

Particularmente não compreendo tal afeto, por mais de uma vez declarei conhecer e reconhecer a amizade e o elo fraternal, porém mesmo sem compreender não posso negar que há muitas evidências que sustentam a teoria das duas faces de Platão.