Eles não querem querer e por si só, isso já é um desejo e como todos os desejos, é carregado de uma dose “cavalar” do veneno da esperança. Eles esperam alcançar a paz e sofrem por não tê-la, esperam um dia sem dor e sofrem quando dói, esperam justiça e sofrem sem conquistá-la, esperam recompensa e esperam não esperarem mais e sofrem por seus desejos, e matam ou morrem para obtê-los.
Então, eles criaram o ideal, um mundo perfeito sem qualquer sombra das variáveis impostas pelo acaso, eles chamam tal mundo de felicidade, uma palavra abstrata e sem qualquer sentido prático, mas que todos esses hominídeos desejam como um objeto físico, concreto, palpável, singular e eterno.
A busca pela felicidade é o desejo que os move e também o causador do martírio que sentem. Eles criaram o impossível, pois o real objetivo nunca foi alcançar, mas simplesmente desejar.
A paz que tanto almejam não será atingida, a menos que abram mão de todos os seus desejos, contudo são os desejos de cada um que os mantém vivos e dispostos a abrir os olhos a cada nascer do sol.
Os deuses precisam de crentes para que possam existir e os humanos de desejos para que possam sobreviver.
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