Respirando com mais calma em meus momentos de meditação, deparei-me com cenas cotidianas, onde os humanos oferecem auxílio num gesto aparentemente nobre e recheado de boa-vontade. É um belo gesto e digno de profunda contemplação, como quando os humanos vêem outros animais “avessos” – gato e rato – interagindo entre si como iguais.
E em algum dos momentos recordei-me de uma cena que, mostrou-me outro ponto não tão belo, a pena; quando um humano enxergando alguma “limitação” no outro o olha como um incapaz e então, lhe oferece maior apoio ou auxílio contínuo.
Um ato de pura nobreza?
Felicita-me dizer que em sua maioria o é, mas pura pena em outra parte. O excesso de “zelo” pelo frágil apenas acentua sua fragilidade é como dizer de forma velada e em excesso: “Deixe-me fazer, pois sabes que não o pode.”
A linha entre a bondade e a pena é demasiadamente tênue.
É necessária profunda reflexão para notar quando se esta a ser piedoso ou apenas bondoso é comum ouvir – ao menos nos ambientes aos quais o cotidiano me empurra – frases como: “Coitado! Ele não consegue!”, “Nossa! Dá uma dó né?” ou, uma revés “São todos muito bons, adoro todos eles!” – como meio de expulsar de si a visão clara da limitação existente no humano a frente, invertendo os fatos para não culpar-se do que verdadeiramente sente.
A hipocrisia é desnecessária em qualquer situação, cegar-se aos fatos é a verdadeira limitação desses hominídeos e essa sim carece de um zelo excessivo para que seja tratada.
A bondade e seu oposto são inerentes a qualquer humano, tenha ele limitações físicas ou não, e as limitações físicas nem sempre são tão grandes quanto o é para aqueles que as vê, pois as maiores limitações são as psíquicas, essas sim capazes de forjar a poderosa “gleipnir”.
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