quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Contato - Mais De Mim

Faces escoradas pelos vidros sujos de rancor, dor e cansaço e às vezes lavados com suor e lágrimas, eles tentam recuperar ali alguma energia para manterem-se atrás de seus anseios, o motivo que os move.

Todos comprimidos, dividindo um espaço pouco numa mistura quase homogenia de distintas raças e ideias, mas isolados e demasiadamente distantes uns dos outros na mais profunda solidão dos pensamentos paralelos e alheios aos “solavancos” mecânicos do transporte coletivo.

Eles ainda sonham, mas um sonho só, um sonho só de cada um.

O egoísmo os motiva, a felicidade individual parece real e possível para eles, e volto às origens de minha queda ao sentir uma quase “inveja” de seus traços e metas, talvez, se eu os tocasse poderia sentir o que sentem e sonhar como sonham sem precisar despertá-los ou acidentalmente feri-los, pois sei que há alguma frieza em minhas mãos e há algumas lâminas em minhas palavras.

Sempre os observei de “longe” ainda que a queda me tenha aproximado deles, tentei aprender – como eles – por imitação, o êxito de meu aprendizado é inexistente, acreditei quando me disseram que logo eu não mais me importaria, acreditei quando me disseram que meu egoísmo logo surgiria e me traria alguma paz, acreditei também quando me disseram que lágrimas alheias não mais me tocariam, mas ainda me importo, ainda me dôo, ainda me tocam.

Busco no contato mais próximo que pude obter a compreensão do que nem mesmo sei.

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