Os olhos brilhavam, o som era alegre e os corpos moviam-se no ritmo daquela alegria, os sorrisos saiam das profundezas dos seres que tomavam a festa. A felicidade estava realmente presente e, ninguém, ninguém podia dizer o inverso.
Não havia riqueza, ao menos não, a riqueza palpável, mas uma riqueza interna que, ali, naquele instante se podia provar.
Era apenas uma festa, uma celebração que simbolizava a passagem de mais um ciclo na vida de um dos seres.
Era real!
Os olhos choravam, o som era fúnebre e o corpo imóvel não exibia qualquer expressão para aqueles que o velava, era o fim de ideias profundas de um ser que já vivenciou muitos prazeres. A tristeza estava realmente presente e ninguém conseguiria dizer o oposto.
Havia muita riqueza palpável, mas era notória a ausência da riqueza da alma naqueles seres, ali presentes.
Era apenas mais um funeral, uma cerimônia que simbolizava a passagem final na vida de um dos seres.
E era real!
Os humanos aprenderam rápido o preço de seus desejos, mas parecem ter esquecido o valor da essência, aquilo que chamam de alma.
Os desejos por si só, trazem consigo os sofrimentos não importando o tamanho de sua nobreza. O desejo de viver trás a angustia da morte, o desejo do obter trás o receio da perda, o desejo da vitória trás a sombra da derrota e, em cada gana um pedaço de seu inverso.
Não há qualquer pessimismo nessa observação, é apenas um fato. Os humanos anseiam por prazer o tempo todo, mas são os infortúnios que os movem e, em ultima instancia o sofrimento prevalece – ninguém quer deixar a existência.
É necessário que se reconheça e que se aprenda a conviver com ele – o sofrimento.
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