Surpreendi-me recentemente com uma foto: Três jovens baleados, dois mortos e um apenas com os braços feridos, um rapaz portando a arma que disparara as balas e uma grande multidão entrono dos caídos.
Segundo a descrição, tratava-se da tentativa frustrada de um assalto, os ladrões tentaram roubar um policial civil, dois acabaram mortos e o terceiro com os braços feridos.
Particularmente a morte de pessoas que roubam e quiçá até matam para roubar, não é algo que me entristeça, ao menos não profundamente, mas os comentários sobre a imagem e mesmo os olhares dos “vivos” que rodeavam os corpos na fotografia o que me causara alguma dor.
Olhando para os corpos e para a “platéia” a volta não conseguia enxergar grande diferença, todos sem exceção me pareciam mortos, afinal, havia uma indiferença quase que absoluta para com a vida em si nos olhares e, alguns comentários reforçavam o que eu via: “É assim que devem ser tratados esses tipos!” ou, “Quem defende é por que não passou por isso!” entre outros.
Não consigo ver a morte – ao menos a que os jovens encontram – como punição, mas mais dolorosa e sofrida é a morte pela qual passaram os comentaristas e espectadores do ocorrido, afinal, morreram por dentro a ponto de não mais enxergarem nem mesmo a sombra daquilo que podiam ser.
Não acho que esses mortos que andam apressados nas calçadas e avenidas das grandes cidades, tenham notado seu avançado estado de decomposição, mas sei que logo acordarão para a sua real condição e vão perceber que quando mais precisavam estar e sentirem-se vivos, já estavam todos mortos.
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