Rodeado por um generoso grupo de amigos, rindo de piadas que não compreendo, entre um gole e outro de sua bebida favorita os abraços dos muitos que lhe querem o bem. Portador de um carisma admirável e uma emotividade muito maior que o próprio corpo, eis o meu revés.
Tudo o que desejei ser sem jamais consegui-lo.
Talvez isso seja a sombra daquilo que os humanos chamam de ciúme, afinal admito minha incapacidade com a relação interpessoal, mal consigo ser presente em meu limitado circulo de amizade, relacionamentos afetivos me são desastrosos e sou ainda pior quando o tema é humor.
Meu modo de agir, pensar e ser parece o oposto daquilo que os humanos dizem ser um bom estilo de vida – a solidão virou doença para esses hominídeos. A existência me parece vaga por muitas vezes, suas imposições cotidianas são falsas interpretações do essencial para uma vida plena.
E o que é essencial para tanto?
Meu revés não busca um propósito, uma razão para ser ou existir, ele está em paz com a ditadura da rotina. Ele possui uma adorável família e extenso circulo de amigos do qual ele cuida com um zelo quase maternal.
Ele sorri mais do que eu, ele sente mais do que eu, chora, ama, odeia e talvez até viva muito mais do que eu.
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