quarta-feira, 29 de junho de 2011

Resiliência

“_Você espanta as pessoas com o seu jeito”

A frase é uma velha conhecida minha, aos quatorze anos nessa existência a escutei de um colega de classe e hoje aos vinte e quatro, ela é pronunciada exatamente igual aquela de dez anos atrás, mas agora por um colega de trabalho.

Não sei se espanto as pessoas, sei apenas que me ponho em meu lugar.

Compreendo que para a maior parte dos humanos os bons vão para o céu, uma parte menor diz que nem ao céu e nem ao inferno. Sei que a maior parte foge da chuva e compreendo que poucos corram para senti-la no corpo cansado, para a maior parte das pessoas a solidão machuca, mas agrada uma pequena parte e eu não me encontro em nenhum dos grupos.

Entre a minoria e a maioria estou eu, um ser que se assemelha aos humanos sem sê-lo – ao menos como esperam – sou o solitário entre os solitários.

E minha solidão não é voluntária, apenas não compartilho dos anseios dos grupos que observei, logo, a solidão foi inevitável, contudo ela não me machuca e nem me agrada, apenas me oferece condições favoráveis – o silêncio é a mais nobre.

Não sei se há algum processo revesso – muito provavelmente não – mas estando numa mente e num corpo humano a resiliência é aplicável.

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