A solidão os assusta, talvez porque tenham aprendido na história da sua espécie que quando estão sozinhos, são presas fáceis aos mais débeis predadores. Eles se uniram e aprenderam que com a formação de alianças podiam vencer.
Eles se saíram muito bem.
Multiplicaram-se e tornaram-se a espécie mais bem sucedida de primatas, já não há solidão, pois eles são numerosos. Contudo a insatisfação dentro de cada um desses seres é quase que um buraco negro, que os suga para dentro deles mesmos numa angustia interminável.
E esse efeito “inexplicável” de sofrimento é apenas a consequência de um cérebro que se desenvolveu demais.
As conexões neurais prosseguem numa velocidade incrível, e as emoções – eternas mutantes – começam a ser interpretadas por esses ignorantes como sentimentos profundos e mais erroneamente, como: sentimentos eternos.
Toda a presença, toda a experiência gera uma emoção e os sentimentos são frutos das interpretações que cada um dá para essas emoções.
A alegria de ver alguém, se agradar pela beleza de alguém ou um momento de prazer próximo de um alguém, pode gerar a interpretação do que esses símios chamam de amor e na verdade era apenas mais uma de milhares de emoções que o cérebro produzirá.
Vale à pena, jogar-se rumo ao nada como um malogrado suicida qualquer e ter a sensação de estar cometendo um honroso haraquiri?
Talvez, eu esteja exigindo demais quando lhes peço para reconhecerem a inverdade do amor, afinal, eles são seres primitivos e o amor uma ideia primata.
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O amor é muito importante, pois dele dependem a perpetuação da espécie e a evolucão.
ResponderExcluirCompreendo sua interpretação e, ela apenas reafirma o que disse: Os humanos chamam de amor as reações bioquímicas no cérebro que tem como principio básico a reprodução e perpetuação da espécie e nada além disso. O amor “romanceado” e eterno é o que o texto contesta.
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