A descriminalização do aborto é para a maior parte dos símios um crime, alguns acreditam que serviria de anticoncepcional, abominam tal ideia, talvez por ignorarem os becos.
Eles dizem preservar a vida e por isso repudiam o aborto, contudo eles desprezam o abandono de crianças nas ruas e nos rios, pois a mãe por desespero – proveniente de numerosos fatores – ou por ignorância – proveniente duma educação pobre – se vê “obrigada” a tal atitude.
E no futuro aquela criança cresce e sem recursos para uma vida digna de ser vivida acaba por roubar, matar e ser condenada ao sistema penitenciário que é outro caos.
Ao sair não há quem dê oportunidades para um ex-condenado – mesmo aqueles que tanto valorizam a vida – logo haverá uma repetição dos atos delinquentes e um final tão previsível quanto qualquer clichê hollywoodiano.
E então, o que lhe parece mais cruel a extração consciente de um feto não desejado – seja por falta de recursos ou estrutura mental da parte da gestante – ou a condenação inconsciente do mesmo a uma vida miserável de alguns anos ou até mesmo horas boiando num rio qualquer dentro dum saco plástico?
A atitude não é deveras louvável, mas quem é que pode condená-la?
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