Enquanto eu procuro o local mais isolado no qual possa me sentar com minha refeição, percebo que todos ou quase todos procuram um local onde possam conversar sobre o que aquela “tela-mestre” dita ou sobre qualquer outro assunto que quase nunca me interessa.
Eles preservam o bando, aumentam o numero de membros com frequência e são quase sempre muito territoriais – em especial entre as fêmeas – não deixando qualquer um se aproximar, limitando as prosas e, excluindo de forma clara aqueles que não se adéquam as ideias do grupo.
Admirável, confesso intimamente que quase os invejo – um grupo, aquele conjunto de pessoas que possuem lá as suas diferenças, mas onde há a predominância de ideias parecidas quando não, iguais. Eles se reúnem em festas, em bares, mesmo no ambiente de trabalho – eles parecem se divertirem – marcando encontros e comentando posteriormente sobre esses.
É um instinto primário que pode ser observado nos ataques conjuntos de varias espécies animais, nas migrações e em todos os atos coletivos, os símios humanos desenvolveram muito bem esse instinto e formaram suas sociedades, mas pareço não o ter.
Então, o que há comigo?
Nem mesmo minhas amizades eu tenho cultivado ao menos da forma como os vejo cultivarem as suas – aquela, de festas, confraternizações e o que mais o bom convívio social exigir – sou mesmo um ser estranho: distante, solitário, misterioso e tantas outras qualidades ou defeitos e impressões que devo provocar naqueles que me cercam.
Não compreendo os motivos, logo não posso pedir para que os outros – aqueles a quem chamo de amigos – compreendam também.
Sei que tenho forte apego por eles, mas sei também que quando se trata de demonstrar tal afeto sou um autentico desastre. Raras são as vezes em que estou presente entre aqueles que lhes canta parabéns, raras são as vezes em que estou comemorando numa festa com eles – na verdade nem me recordo quando foi a ultima vez na qual fiz um dos dois.
Contudo, minha distancia não significa indiferença, apenas não sou muito bom quando se trata de estar em grupo – meu instinto de manada deve ter adormecido nalgum momento.
Amigos – não sei se me expressei bem, mas é o melhor que minha atual condição me permite.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário