“_Não quero que meu cérebro associe a tua presença com o meu bem-estar, por isso deixe que eu melhore por mim mesmo.” – Minha resposta a uma “mão” que se estendia num momento em que me senti fraco.
De onde estou posso olhá-los com ampla clareza – símios bem-sucedidos – e é admirável vê-los, cada qual seguindo um rumo com um destino nunca sabido – mesmo por mim – Pouco lhes importa o propósito, eles estão lá e continuam fazendo na pratica aquilo que sei muito bem em teoria.
Eles acreditam.
Diferentemente de mim, eles são verdadeiramente capazes de aceitar como verdade uma ideia sem exigir qualquer evidência. Simplesmente sou incapaz de fazê-lo e se um dia eu o fui verdadeiramente, não me recordo.
Eles rezam sem a certeza de serem ouvidos, simplesmente ignoram o fato de que seus cérebros primitivos são programados para buscar padrões e, que mesmo o que é casual e aleatório acabará por receber algum “sentido” graças a esse sistema “defeituoso” do cérebro.
A luz que se apaga na calçada na qual se anda, a pessoa que não se via a muito encontrada na fila d’um banco e muitas outras casualidades são recebidas como sinais adaptados ao sistema de crença particular do símio em questão.
E eles acreditam, rezam, amam e depois, dormem aparentemente em paz.
Eu sei que a completa escuridão diante dos olhos, provoca uma titânica inquietação nos lobos e a criatividade se amplia em tentativas desordenadas de supor o que pode estar a volta de si, daí surgem o medo a ansiedade e outras sensações comuns entre os símios colocados no escuro.
O corpo que tomo emprestado tem as mesmas sensações, porém elas são anuladas antes de me acometerem de fato.
Encontro explicações satisfatórias para cada sensação que tenta me acometer, a ativação do sistema límbico provocado por uma situação desconhecida e o medo, a secreção da endorfina e outros ao contato visual de alguém agradável e a ideia de paixão, níveis elevados de dopamina e a sensação de receber um “sinal divino”.
Apenas um algo me acometeu: A “maldição” fisicalista, sou incapaz, mas há vezes e apenas às vezes em que como um desses primatas eu quero acreditar.
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