Eles não aceitam a natureza em seu irreversível caminho e se abatem por motivos poucos, porém sempre maiores que os dos outros, vêm em si o malogrado e nos outros seus culpados, auto-iludidos arquitetos de seu declínio.
Posso vê-los esmorecidos a amaldiçoar o próprio destino.
Eles cravam as mãos no peito para inutilmente amenizar seu desespero, elaboram mirabolantes conjecturas para justificar as amarguras, provenientes das projeções frustradas que seu orgulho incessantemente tece.
A razão por traz de suas dores e o anseio pela vasca da morte é a compreensão cega que têm da vida.
Eles sonham com amores eternos, com mundo cheio de flores, são egos desesperados pela satisfação dos próprios desejos, contudo são amnésicos à verdade transitória e sofrem a cada mudança indo aos extremos.
O que os leva a crer que a dor que sentem é maior que a de outro, que compartilha das mesmas composições? Só por que é a dor pessoal?
Escravos da própria ilusão de um éden póstumo, onde os sonhos anularão todas as dores, eles buscam no cotidiano ao menos a sombra disso e sofrem por que não a encontram.
Não importa o quanto e o que digam os seguidores de superstições, a felicidade é transitória como tudo o mais na vida desses hominídeos.
A ideia de uma eternidade de glória é apenas uma forma de dizer a si mesmo que sofrer aqui e agora vale à pena, afinal eles não conseguem abandonar o egoísmo e precisam ter seus anseios atendidos seja na vida, seja na morte.
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