Alguns aguardam atentamente, estão às vezes implorando para que alguém a diga, para só assim libertarem-se da prisão de seu eu. Eles temem e por isso alguém precisa iniciar, dar a palavra que destrancará as palavras daquele pobre ser.
Vejo nos olhos de alguns a angustia de viverem dentro de si num transporte coletivo, e esses pedem uma palavra para dar inicio a um momento de libertação, outros preferem mesmo a solitária na qual foram confinados sem nem mesmo perceberem e colocam seus fones e isolam-se num mundo intocável.
O fato que me acalma é ver que ainda resta uma dose de alma, e ainda há aqueles que se importam, porém um fato me assusta, é que essa dose pertence aqueles que já estão no final de uma vida sempre curta e ninguém mais os quer ouvir ou então naqueles que a iniciam e ninguém quer com eles aprender.
Os humanos sentem a distancia, mas não fazem muito para mudá-la e a palavra que devia ser a inicial nem chega a ser sequer a final.
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