quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O Salto

Os mortais estão todos destinados a beira do abismo, muitos dizem não temer, mas no fundo todos eles estão inseguros nem sempre temerosos, mas incertos, afinal é o mistério maior que a vida lhes impõe. Quando chegarem à beira do abismo a escolha não será pular ou não e sim como preferem pular.

Confesso que vivendo entre os humanos como um humano, já me deparei com tal questão, porém diferente deles tenho certeza de minha natureza cósmica e sei bem para onde vou, mas vejo nos olhos deles o pesar que sentem ao pensarem no que eles pensam ser o fim. – Será que é?

Não sei como os humanos encaram a própria morte, mas sei como encaram a morte de alguém que amam, muitos acorrem para religiões e ali encontram todo o conforto momentâneo, outros acorrem para um processo lento de autodestruição, mas no final da própria vida os humanos não sabem como agir.

O salto então já é inevitável.

E então é chegada a hora da decisão, olhar para baixo e escolher entre pular aos berros, lamentando o final e o que deixa para trás, ou olhar para baixo, abrir os braços, encher o peito de ar e saltar com todo o prazer e desejo de descobrir o que é que vem depois.

E o mistério é revelado para a única criatura capaz de superá-lo.

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