quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Nem Sempre Algo a Dizer

O corpo que tomo emprestado é limitado como o de todos os humanos, mas me é agradável. Porém, tenho notado seus efeitos nesses últimos tempos. A correria do dia a dia tem me esgotado muito, afinal, compartilho de todas essas sensações humanas, já que são mais de vinte e dois anos de adaptação.

E então, o corre-corre do dia, a tentativa inútil de transformar 24hs em 48hs. E todo aquele desejo de compartilhar pensamentos e questões vai se esvaindo, o cansaço toma o corpo e aos poucos a mente que por sua vez cansa até mesmo o que sou.

Eis que nesse momento não há o que dizer, pois não há tempo hábil para refletir sobre nada, e assim compreendo o que sempre chamei de frieza da parte dos humanos.

Os humanos não são frios como eu supunha, eles apenas não andam tendo mais tempo de sentir, os humanos não são indiferentes como eu pensava que fossem eles apenas não possuem tempo para se importarem, e é apenas quando “o mestre” (televisão) anuncia é que eles param e se mostram compadecidos com a dor do outro e são até capazes de notar que seus pesos não são os maiores.

A “frieza” que sempre disse que os humanos possuem nada mais é que reflexo de dia após dia de correria, onde não dá tempo de refletirem nem seus próprios problemas e apenas quando há um momento de hesitação é que os humanos mostram que não são assim tão apáticos.

Os humanos são maiores do que pensam e maiores do que posso imaginar, eles são admiráveis no seu jeito de errar.

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