Vejo os futuros santos, estirados nas calçadas ignorados por quem tem pressa e visualizados pelo pouco de alma que ainda resta por aqui, os santos cegos e mancos, ignorados por Deus e atendidos por ateus, não abriram mão de uma vida de luxo para aproximarem-se do divino, apenas não tiveram oportunidades além do martírio.
Parecem enfeites por todas as cidades, pedintes vagando por entre ruas e causando medo naqueles que se aprisionaram pelas vozes que gritam em seus ouvidos a maldade que há na sociedade.
Expondo suas feridas em carne viva, eles esperam o milagre de uma contribuição.
Os futuros santos, muitas das vezes já se conformaram com seu martírio e nem lutam mais, afinal, é mais fácil pedir e esperar, porém, diferentes dos santos do passado, não haverá dignidade nem na vida e nem na morte, talvez, o único reconhecimento desses santos do futuro seja para as estatísticas da pobreza e violência nas cidades.
Enquanto para eles seus destinos pertencerem a outros, eles nunca tomaram as rédeas de nenhuma situação.
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