sábado, 8 de maio de 2010

Perdidos

Eles nem percebem a prisão na qual estão encarcerados, desconfiam da própria sombra como se isso fosse de fato algo para ser glorificado e exibido como a um troféu, eles simplesmente ignoram o fato de que estão se perdendo dentro de suas residências e perdendo tudo aquilo que dá a eles a consciência de humanidade.

Como os irracionais quando são soltos eles também se tornam agressivos uns com os outros, sempre na defensiva, talvez, por todo esse bombardeio empurrado como a única realidade a se considerar.

Seus olhos apenas refletem vestígios do que a vida já foi para eles, nas crianças as futuras almas mortas que se perdem a cada ano vivido, nos velhos a decadência do corpo que antecede a liberdade dá alma, que foi privada de uma boa experiência em consequencia de toda a censura: religião, mídia e a própria sociedade já condicionada a aceitar por verdade aquilo que lhes empurra os “donos” do poder.

Alguns querem socorrer, mas mãos amarradas não podem ajudar, assim como aos cegos é quase impossível guiar.

Os portões estão fechados, mas não é para o perigo e sim para eles.

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