segunda-feira, 31 de maio de 2010

Mariposas

Ao receber os primeiros raios de luz refletidos em cores e formas é natural a procura para a compreensão daquilo que se apresenta de ante dos olhos e, é natural também a procura por explicações convincentes e irrefutáveis para justificar a existência útil de tudo o que é observado.

Essa atitude muito observada em crianças com pouca experiência de vida vai acompanhando a criatura em seu desenvolvimento. A procura por respostas para sanar as curiosidades pessoais vai afinando em muitos ou desaparecendo por completo em outros.

Para aqueles que chegam ao extremo do desinteresse há normalmente a ideia de que nem tudo deve ser explicado e que procurar por respostas pode ser algo frustrante e inútil. Por sua vez, o extremo na busca por respostas para tudo o que há pode fazer uma criatura infeliz e insatisfeita com tudo a sua volta.

O “curioso” extremista acaba por voar de lâmpada em lâmpada chocando-se contra o vidro na tentativa tola ou suicida de encontrar razões satisfatórias para aquilo que o cerca.

Alguns não querem procurar respostas apenas por medo da verdade, outros querem respostas por pura vaidade, a dose coerente aos humanos é procurar por respostas que não rompam com os limites de sua frágil compreensão.

sábado, 22 de maio de 2010

A Morte Das Crianças

A ideia da tabula rasa já é desacreditada há algum tempo e com o nível de informação e tecnologia chegando a todas as sociedades é notável a morte súbita dessa teoria e também das crianças, há uma espécie de amadurecimento precoce “matando” as crianças antes do fim.

Já há alguma bagagem no intelecto das criaturas recém-chegadas, são as cargas genéticas que faz a criatura ter predisposição para essa ou aquela função e isso é cada vez mais claro graças à ciência que está caminhando ainda que muito lentamente por conta da ideia anacrônica de que um Deus os vigia.

Somado a carga genética, toda a tecnologia e informação que cerca a sociedade, as crianças estão aos poucos deixando de existir muito antes do que deveriam.

Elas estão mais exigentes, elas querem dominar tudo o mais de pressa possível, parece que elas estão atrasadas o tempo todo. É sabido que quanto mais cedo entrar em contato com a tecnologia e informação mais habilidades terá sobre elas.

Porém, há algo que elas não terão de volta e, que um dia perceberão que sua frieza deriva de uma infância quase nula.

Hoje as “crianças” possuem avatares em redes sociais, muitas preferem assim para manter contato com o mundo externo, elas vão descobrindo o mundo e se educando sozinhas com a televisão e com a internet.

Elas se desprendem dos pais mais cedo do que a evolução indica, talvez, seja tudo um processo de adaptação rumo à evolução, mas seja isso ou não o futuro já pode ser previsto:

“Cientistas sem infância de dez ou onze anos, assumem o controle de uma das mais importantes pesquisas atuais.”

Para alguns isso é assustador para outros um futuro bem próximo e lógico.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A Queda De Deus

A luz é perseguida pelas trevas, pois acaba de dar mais um passo rumo ao futuro, os religiosos, talvez, por medo de verem a queda de seus deuses confrontam outra vez de forma um tanto equivocada a luz da ciência.

Os fiéis temem a queda de Deus.

Posso adiantar que Deus nunca será derrubado, pois ele não pode ser testado pela ciência moderna nem pela ciência futura, afinal, trata-se de algo que habita o imaginário dos humanos desafiando todo e qualquer conceito científico e isso o torna de fato imortal para quem acredita nele.

O que a ciência fez não foi produzir de fato uma vida sintética muito embora seja essa a proposta dos atuais experimentos, a ciência apenas modificou o que já é produzido pela natureza provando que ao menos em teoria há a probabilidade de criar sim uma vida do “nada”. O que é sintético não é a célula em si, mas sim o seu genoma que mesmo limitado é sim um avanço extraordinário num mundo que ainda é assombrado por demônios.

O que talvez, pode ser levado em conta são as consequencias racionais que isso pode causar, afinal, “Gattaca, A Experiência Genética” pode sair do imaginário para a realidade dos humanos, uma vez que os avanços da biotecnologia poderão ser usados para o aperfeiçoamento da raça.

Novas drogas criadas dentro do próprio organismo, combates eficazes contra as doenças mais temidas e, seguindo nessa direção a manipulação genética será a mais poderosa “arma” para a criação de “super-humanos”, talvez até o polêmico transhumanismo.

Particularmente não me apavoro com nada disso muito pelo contrario, aguardo ansiosamente os avanços da biotecnologia, porém os humanos são os maiores problemas, uma vez que sua história comprova o mau uso de seus recursos.

O que pode nascer com isso é uma nova divisão de classes entre os geneticamente perfeitos e os geneticamente imperfeitos, mas isso fica para um futuro um pouco mais distante, para o agora fica apenas os aplausos para a equipe cientifica que mesmo perseguida pelas trevas permanece na eterna busca pala luz do progresso.

Os humanos devem discutir suas atitudes de ante de tamanha responsabilidade e não temores infundados de uma ira dos céus, afinal, a ciência está a poucos passos de produzir a melhor das armas contra o colapso atual desse planeta, basta que tudo isso seja manuseado de forma correta.

A Platéia

Eles precisam da platéia, é isso que os torna poderosos. A platéia não precisa aplaudir, mas precisa apenas estar por lá, pois assim eles se sentem em evidência e podem sentir nas veias algo que não o sangue, mas tão quente e vivido quanto.

É o prazer e m sentir o poder nas mãos e ver que é capaz de controlar uma multidão, um prazer que o faz sentir-se bem maior, talvez intocável o algo parecido com a lenda deus.

Ninguém o notava, agora está sempre em foco, poucos são aqueles que compreendem a verdade frágil disso, e aquilo que estava bem guardado é exibido em plena luz do sol, ninguém mais é tão importante.

Os humanos são presas fáceis, basta dar poder e o resto fica por conta do orgulho.

Princípio Do Fim

A eternidade daquilo que sou não anula a finitude daquilo em que estou, compreendo as limitações que esse mundo impõe para qualquer criatura que se atreva a viver sobre ele, porém nesse mundo é mesmo saudável que tudo termine.

O fim é forte e algumas vezes temido, porém mesmo nele há um inicio, o inicio do novo, a oportunidade para que os próximos crescerem.

Quando For Preciso

Não estarei aqui quando achar que devo estar, mas estarei quando precisar. Sou fugitivo de todas as regras, afinal, elas só servem para aqueles que não tem consciência daquilo que são.

Sei o que sou e sei para onde vou.

Tenho consciência que nem todos abrirão os olhos, tenho consciência que aquele que procura é capaz de se achar, sei que meu brado silencioso em linhas digitas não faz muito, porém sei também que ele pode ser ouvido ainda que apenas por aqueles que naufragam comigo.

Porém semelhante aos humanos, eu ainda acredito, acredito que posso ser ouvido e que meu brado pode ser repetido com fidelidade por aqueles que também se encontram como eu.

A cada dia estou mais próximo do solo e a cada dia estou mais próximo deles, quando por fim eu tocar o solo saberei se posso ou não seguir como eles.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Não Se Jogue Fora

Hoje me lembrei de momentos que já nem me recordava de haver vivido e, percebi o quanto isso é comum entre os humanos.

Eles vivem um tempo curto e, lembra-se de muito pouco daquilo que vivem, mesmo no dia a dia, poucos são aqueles que estão realmente presentes segundo a segundo de suas vidas e, assim fica mais fácil esquecer.

Mas que é que se importa? Afinal são só memórias e, algumas parecem valer mesmo a penas jogar fora.

Os humanos não percebem, mas a cada dia uma memória é ocultada, parece pouco ou apenas um passado já distante, mas eles se esquecem de que são aquilo que vivem e deixar a memória se perder assim, mesmo que dentro de si, é perder um pouco daquilo que se é.

Durante minha existência sei que tenho me perdido muito dentro de mim mesmo, mas luto constantemente para não perder aquilo que realmente sou.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Da Janela

A vida lá fora parece tão prospera, mas ninguém tem coragem de viver, os puderes e o medo do pecado torna a vida um bem tão raro de se observar. E as faces nas janelas só lamentam a vida mal vivida como se vivessem muito bem.

Dentro de suas casas, “protegidos” por uma densa parede o único sinal de vida que se nota é metálico e frio com centenas de canais sem nada para oferecer, além de um pavor irracional de se estar aqui.

E então, a busca por vida lá fora começa a fazer sentido, afinal, aqui parece não haver. Tudo é errado, tudo é tão perigoso e a proteção é apenas uma ilusão para o conforto mental, uma vez que dentro ou fora dos pecados ninguém deixa de morrer.

Os humanos possuem o habito de medir a vida em dias, semanas, meses e anos, porém mesmo aqueles que possuem uma “vida longa” nesses padrões nem sempre viveu realmente, mas passou a vida toda olhando da janela, julgando o que era ou não era moral e condenando mentalmente os ditos pecados.

O padrão de moralidade varia em cada cultura e o que para alguns é pecado para outros é contado com alguma divindade.

Apenas viva.

Depois Da Festa

Já é possível vê-los sorrir e arrumarem-se impecavelmente para serem bem vistos durante a festa, afinal, vai ter de tudo, mas nem todos vão ganhar, pois a maior hipocrisia é o tal do “o importante é participar”.

Todos focam no lucro.

E o sorriso agora é solto, todos adoram a pátria e, durante a festa tudo parece se acalmar, não há crimes na TV, só há gol, confetes e serpentinas, parece que até mesmo a morte para pra ver.

Depois de toda a diversão e do dinheiro arrecadado a festa chega ao fim e a bagunça está toda ali.

O sorriso parece morto, todos reclamam da vida e a sujeira ninguém quer limpar, enquanto isso na TV os crimes voltam a acontecer, mas curiosamente parece que sempre estiveram lá.

sábado, 15 de maio de 2010

Eles e os Outros

Eles precisam uns dos outros para manter a sobrevivência da espécie e isso está “pré-programado” nos humanos, porém, mesmo com todas as evidências do cérebro social, que é capaz de prever atitudes, sentir “ecos” dos sentimentos alheios, entre outras capacidades desenvolvidas claramente para um equilibrado convívio social, os humanos parecem ignorar esses princípios.

Toda a empatia explicita num bocejo “contagiante” ou na sensação de dor ao observarem seu semelhante se ferir parece desaparecer sem precisar de muito.

O instinto de sobrevivência sobrepõe todo e qualquer indicio de “humanidade” nessas criaturas tão evoluídas e sabias, e o pior é que eles defendem essas atitudes alegando que a questão é mesmo a sobrevivência, porém, eles se esquecem que o caráter só pode ser medido em situações extremas e não quando tudo está em “paz”.

Nem sempre é a vida que está em jogo, mas o conforto da vida, como o conforto que o dinheiro pode proporcionar para eles, basta ter isso em jogo e o caráter já pode ser avaliado, um tentará destruir o outro e, eles são capazes de ferir literalmente os seus oponentes.

Eles tentam se diferenciar dos animais alegando a racionalidade; admito tal fato, mas quando seus limites são testados eles chegam a ser menos que ratos.

Um Instante Para Pensar

Nem sempre compreendo suas atitudes e mesmo que me depare com eles todos os dias e verifique atitudes curiosas, não é todo instante que consigo descrevê-las, às vezes é preciso um tempo para que eu consiga entender suas ações ou ao menos tentar compreende-las.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Você Existe!

A imagem revelada em fotos ou refletida nos espelhos não lhes é o bastante, as evidências comprovam sua competência, mesmo assim eles não acreditam naquilo que pode ser feito por sua frágil estrutura.

Muito já foi feito por esses seres de carne e osso e pode ser feito novamente, basta que eles admitam a própria força e existência.

Eles significam muito, porém, preferem se recolher de ante do insignificante a quem eles atribuam poder para destruir e criar e, por suas duvidas preferem não contestar e deixar as coisas como estão.

Dentro de suas “cascas de ovo”, de fato eles não são muita coisa, mas basta abrir os olhos para o mundo e exorcizar seus demônios, que a espada da razão eliminará todo o mal, não como no conto fabuloso em Har-magedon, mas numa história lógica, feita de coragem e união.

Meu ceticismo, porém, me impede de visualizar os humanos de olhos abertos para o que os cerca, porém uma parte em mim ainda acredita neles, do contrario eu não estaria aqui, mas algo me diz que acredito mais neles do que eles mesmos.

Nunca compreendi a razão para eles terem tanta fé, se quando chega o momento de acreditar neles mesmos toda aquela fé parece simplesmente inútil.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

O Dia Termina

Mais um dia chega ao fim anunciando o novo dia que virá, tornando a ideia de “fim” muito vaga, porém mantendo a curiosidade nas questões sobre como será o dia que vem, aos que tem planos é mais um dia para fazer correr suas metas, para mim é apenas um dia onde observarei atentamente para continuar a aprender e a compreender a raça humana.

O fim do dia é sempre o agradável descanso, mesmo que para alguns o fim do dia seja no inicio do dia de outros, o fim é sempre o descanso.

Compreendo que seria mais fácil aos humanos lhe darem com o fim da vida como se esse fosse apenas, o fim de mais um dia, afinal, ninguém adormece quando quer adormecer, mas estão preparados para a chegada do sono que nem sempre deixa a lembrança dos sonhos.

No caso do sono há a “certeza” do acordar, no caso da morte as incertezas são maiores, mas há algo que observo e compreendo como fato mesmo entre os mortais: A morte não é o fim de tudo é apenas mais uma das centenas de mudanças que ocorrem ao longo de suas vidas.

Durante um tempo eu pensava que essa capacidade fosse impossível para eles, mas basta observar melhor para aceitar que tudo o que existe, anuncia o que virá.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Pânico

Solitários e carentes, eles procuram na “rede” um mundo que os cerque e os adore, mesmo que esse mundo os ignore atrás de um mundo também, o número elevado de “atenção” parece motivá-los a manterem-se sempre conectados e parece dar a eles até mesmo motivos para viver.

E minuto a minuto, eles checam os olhares só para terem a certeza da adoração e, quando a “rede” cai é caos e pânico, um buraco se abre dentro daqueles que só vivem através de um avatar.

Talvez ninguém mais sinta a solidão, pois agora ela está com um traje novo e nem é notada, porém é simples despi-la para reconhecê-la de novo, basta uma queda na conexão.

A tecnologia da comunicação é instrumento indispensável para aproximar aqueles que estão distantes, mas hoje estão também distanciando aqueles que vivem próximos.

“O desespero mostra sua solidão de ante de sua sociabilidade”

Silêncio

Às vezes passo horas “desconectado” desse mundo, mesmo porque não me encaixo nele em muitos aspectos e, suas regras me parecem tolas e até desnecessárias.

Fico livre em pensamentos, ultrapassando os limites da ciência atual, porém não sinto a gana de me desprender por completo daqui, não agora que, parece que finalmente estou aprendendo o que de fato vim aprender aqui.

Já sei respeitá-los e já consigo até mesmo compreender por que espero tanto deles, mesmo quando sei que eles não são capazes. Tenho algo a oferecer para eles e, sei que mesmo em silêncio serei escutado, pois aos poucos o meu brado se propaga.

Compreendo que tenho muito a aprender com eles e, compreendo também as minhas próprias limitações em aceitar aquilo que vejo.

Eu sei que ainda estou em tempo, mas não espero muito de mim.

domingo, 9 de maio de 2010

A Procura

Eles ainda não aprenderam, continuam seguindo na escuridão mesmo quando o sol brilha forte no céu, impossível fazer enxergar aquele que não quer ver.

Os livros estão expostos, as ferramentas mais que ao alcance e mesmo assim, algo os impede de aprender e evoluir, não só em suas qualificações, mas também como pessoa, parece que a mais interesse em tornar-se escravo da lógica privando-se dos experimentos como ser humano.

Não há nada escondido, há apenas aquilo que não fora procurado, o desinteresse coletivo por seus semelhantes e o pior por eles mesmos. Minhas mãos estão marcadas para ajudar e, estão sempre estendidas e bradando um: “Eu me importo”. Mas nada pode ser feito por aquele que não tem a iniciativa.

Todos os problemas são aqueles que os tem.

sábado, 8 de maio de 2010

Perdidos

Eles nem percebem a prisão na qual estão encarcerados, desconfiam da própria sombra como se isso fosse de fato algo para ser glorificado e exibido como a um troféu, eles simplesmente ignoram o fato de que estão se perdendo dentro de suas residências e perdendo tudo aquilo que dá a eles a consciência de humanidade.

Como os irracionais quando são soltos eles também se tornam agressivos uns com os outros, sempre na defensiva, talvez, por todo esse bombardeio empurrado como a única realidade a se considerar.

Seus olhos apenas refletem vestígios do que a vida já foi para eles, nas crianças as futuras almas mortas que se perdem a cada ano vivido, nos velhos a decadência do corpo que antecede a liberdade dá alma, que foi privada de uma boa experiência em consequencia de toda a censura: religião, mídia e a própria sociedade já condicionada a aceitar por verdade aquilo que lhes empurra os “donos” do poder.

Alguns querem socorrer, mas mãos amarradas não podem ajudar, assim como aos cegos é quase impossível guiar.

Os portões estão fechados, mas não é para o perigo e sim para eles.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Cuidado!

A procura por respostas nem sempre traz resultados agradáveis aos questionadores, e aos humanos, isso é extremamente comum, mesmo assim nenhum deles consegue lhe dar com as oposições.

Eles resistem o quanto puderem, defendendo teses já derrubadas, sustentando paredes desestruturadas e alimentando uma ideia que mal se sustenta, eis o comportamento humano de ante daquilo que é contrario ao que acreditou durante toda a vida.

Na empreitada por respostas às perguntas infinitas do homem, há uma sinalização no interior de cada um, que indica até onde esse ou aquele pode chegar e ultrapassá-las, muitas vezes é letal.

Há uma linha de resistência, e poucos são os humanos que ousam atravessá-la, pois ali o céu ainda é agradável de admirar, afinal, eles sabem que ao cruzar aquela linha nada do que for visto será apagado e eles serão obrigados a conviver com o que viram aceitando ou não aquilo que agora lhes é fato.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

"Santos"

Vejo os futuros santos, estirados nas calçadas ignorados por quem tem pressa e visualizados pelo pouco de alma que ainda resta por aqui, os santos cegos e mancos, ignorados por Deus e atendidos por ateus, não abriram mão de uma vida de luxo para aproximarem-se do divino, apenas não tiveram oportunidades além do martírio.

Parecem enfeites por todas as cidades, pedintes vagando por entre ruas e causando medo naqueles que se aprisionaram pelas vozes que gritam em seus ouvidos a maldade que há na sociedade.

Expondo suas feridas em carne viva, eles esperam o milagre de uma contribuição.

Os futuros santos, muitas das vezes já se conformaram com seu martírio e nem lutam mais, afinal, é mais fácil pedir e esperar, porém, diferentes dos santos do passado, não haverá dignidade nem na vida e nem na morte, talvez, o único reconhecimento desses santos do futuro seja para as estatísticas da pobreza e violência nas cidades.

Enquanto para eles seus destinos pertencerem a outros, eles nunca tomaram as rédeas de nenhuma situação.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Afogados

Hoje caminhando entre eles, percebi o movimento apressado, parecia até que eles tinham destinos e que de fato soubessem para onde estavam indo, mas em seus olhos havia alguma dose de “desproposito”.

Percebi que eles sabiam para onde ir, mas não compreendiam o motivo, alguns nem mesmo prestavam atenção em seus movimentos, pareciam desligados de tudo o que os cercava e inconscientemente eram empurrados àquilo que estão habituados a fazer.

Eles correm desvairadamente, sentem todo o medo ao ver o tempo passar, mas não sabem a razão de tudo isso, alguns criam seus objetivos e metas pessoais para dar motivo para cada dia que se levanta e mesmo nesses percebia a distancia de seus olhares.

O mundo que os rodeia já não parece mais tão vistoso e é completamente ignorado, pois os humanos estão mergulhados e sem perceberem estão também se afogando no mar da rotina, que os torna automáticos e alheios a própria vida.

Movimentos inconscientes são movimentos sem vida.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Razão Nos Sentimentos

Neurotransmissores em ação e a liberação dos hormônios corretos trazem a sensação de conforto e bem estar para eles. A interpretação de toda essa combinação química fica por conta dos sentidos e da consciência humana.

Os antidepressivos são bons exemplos disso, afinal, o que está sendo feito é uma estimulação para que os neurotransmissores equilibrem o organismo.

Portanto, sentimentos são resultados das diferentes interpretações do corpo o que prova o quanto são reais para os humanos, mas prova também o quanto são involuntários e as canções “melancólicas” nascem do “sofrimento” causado por essa desavença entre o consciente que não compreende o que ocorre e o inconsciente que estimula o corpo para o futuro da espécie.

A verdade por traz dos sentimentos elimina por completo a sua magia, é como descobrir os truques por traz das façanhas dos mágicos.

São mais belos os sentimentos que eles projetam do que os sentimentos que eles provam.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Depois Do Céu

Todas as noites, todos os dias, os olhos humanos se voltam para o céu interrogativos, como se além do céu houvessem respostas para suas aflições, ou um sinal de que de alguma forma eles não estão sozinhos, ou simplesmente olham, sem esperar por nada, mas intrigados com sua vastidão.

Para uns além do céu vem as respostas, para outros além do céu vem o futuro de todas as espécies conscientes, ou então o nada.

A grande procura dos humanos é o encontro de vida inteligente fora da terra, mas os humanos estariam prontos para isso? Mal sabem lhe dar com a vida existente em seu próprio planeta. Porém, eles seguem, desbravando e procurando por algo além do céu.

Os humanos sabem mais do que há no espaço do que o que existe em seu próprio planeta, deixando claro o desejo de conhecê-lo a qualquer custo.

A curiosidade da natureza humana não é suficiente para explicar tal desejo, talvez, seja resultado da solidão coletiva, procurar no espaço algo que preencha suas vidas.

domingo, 2 de maio de 2010

A Máquina Segue A Rota

Os humanos sempre julgaram e julgam injusto o ciclo que a vida segue, porém nem teriam mesmo condições para enxergá-la com outros olhos, afinal, eles dormem os mesmos e acordam os mesmos, seguindo uma sequencia sem surpresas tentando evitar qualquer acaso.

O ciclo da vida não pode ser modificado, muito embora os humanos estejam trabalhando arduamente para isso, porém o que torna a vida dos humanos desagradável de ser vivida é a maneira como é trabalhada.

Todos os humanos passam por momentos de prazer, dor, alegria, tristeza, e todos os outros sensos, muito bem conhecidos por qualquer humano e mesmo passando pelos mesmos estágios sentimentais, de perda e de vitória, uns amam e outros odeiam a vida.

A trajetória da vida não é injusta quando se sabe viver plenamente cada um desses instantes, mas é injusta quando um desses instantes se torna um constante. Não é injusta quando se tem conhecimento pleno da “partida”, mas é injusta quando se pensa em tudo o que vai deixar para trás.

A repetição num circulo fechado é o que torna injusta a vida do homem, pois com um mundo todo para explorar, doloroso é ficar prisioneiro no mesmo lugar.

O medo de viver leva os homens a trilhar eternamente no caminho “seguro” evitando qualquer passo nas sombras do desconhecido.

sábado, 1 de maio de 2010

Adoração Através do Medo

A censura através do medo é com toda a certeza a melhor das celas para a raça humana, é extremamente eficaz, mais do que uma ratoeira aos ratos. O medo é constantemente usado para fazer com que os mais fracos realizem os desejos dos mais fortes, porém deixar isso muito as claras não é o real interesse daquele que faz uso de tal artifício.

Nasce então, um sistema “perfeito”, que camufla o medo atrás de uma fina cortina de possíveis recompensas.

E então, alguns homens começam a “ouvir” as vozes de seres supremos que ditam através dos mortais as suas vontades, que uma vez desrespeitadas trariam aos humanos graves consequencias, a partir de então, os homens que se “comunicavam” com os chamados, deuses, tornaram-se indispensáveis e respeitados como uma autoridade.

Os deuses foram então, reduzidos a um único deus que demonstra múltiplas personalidades, deixando claro que sua real origem nas dezenas de deuses ainda está vibrante, com esse único ser supremo surge ideias mais complexas e assustadoras de punição, e como o ser humano é incapaz de criar algo sem um oposto nasce também a sombra desse único deus, nasce então, o algoz que pune os pecadores.

Os pecadores são todos aqueles que não seguem o desejo de seu deus, desejo esse, que modifica em cada cultura de acordo com os padrões instalados naquela sociedade através de superstições e mitos arrastados ao longo dos tempos. Fica claro então que o desejo do tal deus é na verdade reflexo do desejo de seus criadores.

Uma vez prisioneiros da superstição, os humanos em sua maioria, são incapazes de contestar e quando o fazem arrependem-se pouco depois, pois temem a ira divina e o castigo que pode vir com isso, mesmo que no fundo todos um dia já tenham contestado poucos levam isso adiante e permanecem prisioneiros pelo medo de ideias atávicas.

Não há humano que creia no inferno e deseje ir para ele e para não ir para o inferno, o crente fará qualquer coisa que “deus” lhe peça.