É possível vê-los
sufocando-se em suas mentiras sociais, perdendo-se em suas faces, esquecendo o
que são, matando o que foram, vivendo uma ilusão que são incapazes de
sustentar.
Expostos aos olhos alheios
eles são o que convém, ocultando vontades, omitindo verdades, lapidando sua
imagem para nutrir o desejo inato por aprovação. Cada rejeição uma nova memória
para melhor moldar a próxima face, para exibir ao mundo e ser aceito.
São tão gentis e educados,
felizes e ponderados, são tudo o que um outro precisa ser.
É o que esperam passar:
“olhem pra mim, vejam como sou feliz!”
Somente na escuridão de si
mesmo eles são o que precisam ser, matando suas vontades, gritando verdades,
libertando-se do peso daquela imagem que criaram para sobreviver em sociedade.
É o que eles não conseguem
negar: “espero que ninguém me veja agora, seria vexatório.”
Quase sempre o peso que eles
sentem é apenas resultado das imagens que criaram, das mentiras que contaram e
das verdades que negaram para receberem assim, o abraço de uma sociedade
hipócrita.
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