É dia de jogo, milhões se
reúnem numa razão em comum, os olhos e ouvidos se concentram de maneira quase
sagrada, qualquer intromissão será devidamente recriminada, afinal, essa grande
partida vai ser o assunto das mesas acéfalas por semanas a fio.
Quem pode dizer que a
emoção não é real?
Os gritos eufóricos,
desesperados e comemorativos estão ai para mostrar o quão real ela é. Eles
realmente sentem cada passo, cada deslize, cada falta cometida, cada gol
perdido e expressam em voz alta cada sensação.
E então vem a vitória, e
todos saem para as ruas, eles querem comemorar, mostrar que são representados
por um time vencedor, eles querem mostrar que fizeram a escolha certa, a
escolha que vence sempre (ou quase), mas que é a melhor.
Esses acéfalos, tempos
depois de toda a euforia vão exigir melhorias na saúde, na educação, na renda
do trabalhador, na justiça, porém, num grupo muito menor do que aquele que saiu
para comemorar uma tola vitória, num grupo muito menor do que aquele que lota
estádios ou interdita linhas telefônicas para votar num show nada real.
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