domingo, 19 de maio de 2013

Gol!


É dia de jogo, milhões se reúnem numa razão em comum, os olhos e ouvidos se concentram de maneira quase sagrada, qualquer intromissão será devidamente recriminada, afinal, essa grande partida vai ser o assunto das mesas acéfalas por semanas a fio.

Quem pode dizer que a emoção não é real?

Os gritos eufóricos, desesperados e comemorativos estão ai para mostrar o quão real ela é. Eles realmente sentem cada passo, cada deslize, cada falta cometida, cada gol perdido e expressam em voz alta cada sensação.

E então vem a vitória, e todos saem para as ruas, eles querem comemorar, mostrar que são representados por um time vencedor, eles querem mostrar que fizeram a escolha certa, a escolha que vence sempre (ou quase), mas que é a melhor.

Esses acéfalos, tempos depois de toda a euforia vão exigir melhorias na saúde, na educação, na renda do trabalhador, na justiça, porém, num grupo muito menor do que aquele que saiu para comemorar uma tola vitória, num grupo muito menor do que aquele que lota estádios ou interdita linhas telefônicas para votar num show nada real.

Mas eles estão satisfeitos, ou simplesmente merecem aquilo que têm.

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