Não sei se a falsidade ou se é a esperança que aflora neles – os símios – nessa data, mas agora eles estão lá fora, confraternizando, abraçando uns aos outros, – mesmo aqueles que se detestam – como se as dores e as magoas de todos os dias que passaram, tivessem sanado miraculosamente.
Como uma mera data pode inspirar-lhes tanto?
Dias e mais dias com chances infinitas para a redenção e eles ignoram, pois têm pressa de mais, dias e dias com chances igualmente infinitas para uma reunião, eles simplesmente ignoram, pois é o que fazem melhor.
O orgulho os impede de qualquer atitude flexível – ninguém quer ceder.
Eles – sejam familiares ou não – preferem ignorar a “finitude” certa, mas sem data exata de suas existências, com rancores intermináveis e brigas irracionais a um ato de tolerância e compreensão da própria humanidade.
Contudo, as datas que selam o ciclo parecem inspiradoras para perdões e confraternizações.
Seria uma espécie de recomeço, para repetir todos os erros?
Talvez a bebedeira e níveis elevados de hormônios do bem-estar, talvez a pura falsidade símia ou talvez, haja mesmo uma “magia” em cada final de ciclo que os torne mais flexíveis e tolerantes – confesso que não creio nisso e penso que tudo não passa de uma transitória euforia, mas algo em mim quer acreditar.
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