Ele demonstrava em seu olhar a dor e a angustia de se compreender. Filho de uma família conservadora, com muitos planos para sua vida futura e domínio sobre todas as suas ações.
Mulheres “compradas” por seu pai, prontas para dar-lhe qualquer prazer, um prazer tão vago que quase o deprimia depois de ter, ele não queria aceitar o que com ele acontecia, porém nada que ele fizesse mudaria seus reais desejos.
Ele desejava seus iguais e sua família descobriu, a reação de seu pai foi pior do que previu. Sem abrigo e sem apoio, ele sabia que nada podia fazer, se fosse questão de escolha, ele certamente escolheria a “normalidade” que sua sociedade decadente oferecia.
Mas aos símios não há escolha!
Um salto rumo à morte certa foi tudo o que conseguiu, pois sabia que ali morreriam os seus desejos inaceitáveis para uma sociedade que clama por melhorias, mas que não possuí estrutura mental para efetuá-las.
A ciência ainda estuda se a sexualidade é uma questão de escolha, mas apenas ao observar alguns símios percebo que não se trata de escolha, – e com a luz da neurociência isso é ainda mais forte – afinal, o transtorno e o índice de suicídio entre aqueles que não se adaptam a sociedade só fortalece a ideia de não escolha.
Eles querem, mas não podem mudar. E quando “mudam” – entre aspas, pois nunca é verdadeiramente – vivem infelizes ou com uma vida dupla, como tenho observando pesquisando sobre esse comportamento.
A maior parte apenas se esconde, e vivem muito melhor em cima do muro e para compreendê-los fica a questão:
Se houvessem escolhas, escolheria encarar uma multidão pronta para massacrá-lo ou escolheria ser parte dela?
Omissão!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Esse é meu tema preferido..... teremos muito o que conversar no msn rs.
ResponderExcluir