quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Pátria Burra

Que futuro esperar de uma espécie que supervaloriza seus esportistas – em especial no país de origem do corpo no qual me manifesto, com o ‘endeusamento’ do futebol – e desprezam seus educadores?

Talvez, alimentar-se-ão de bola num futuro muito próximo.

Meu intuito durante algum tempo – posto no passado, embora ainda sinta essa gana – foi tornar-me um educador, onde traria “luz” – entenda-se por conhecimento – aos desprovidos dela, porém me vi frustrado ao observar o desrespeito que esse país tem com os seus instrutores.

Sou realista e compreendo a necessidade de sentir-se bem e valorizado e num mundo como esse o valor e o bem-estar estão diretamente ligados ao valor financeiro que se ganha.

E aqui não há valor para aquele que ensina, mas paga-se muito bem para quem souber chutar corretamente uma bola, ou para quem estiver num cargo onde se pode aumentar o próprio salário.

O que os motiva?

No fundo não importa, afinal, mesmo que o motivo seja o grande afino com a profissão escolhida, não há condições de caminhar sonhando no mundo real – eles precisam pagar para viverem.

Por fim, o resultado de uma má remuneração é o que se vê, profissionais desmotivados ou sobrecarregados, pois procuram outras fontes de renda, mas quem é que pode condená-los?

Eles são apenas resultados de um país que lhes empurra a labuta e nos momentos de laser oferecem o velho “pão e circo” que em nada contribuí para um desenvolvimento mental.

Alguns menos feios outros monstruosos, mas todos, filhos de uma pátria burra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário