Os olhos brilhavam, o som era alegre e os corpos moviam-se no ritmo daquela alegria, os sorrisos saiam das profundezas dos seres que tomavam a festa. A felicidade estava realmente presente e, ninguém, ninguém podia dizer o inverso.
Não havia riqueza, ao menos não, a riqueza palpável, mas uma riqueza interna que, ali, naquele instante se podia provar.
Era apenas uma festa, uma celebração que simbolizava a passagem de mais um ciclo na vida de um dos seres.
Era real!
Os olhos choravam, o som era fúnebre e o corpo imóvel não exibia qualquer expressão para aqueles que o velava, era o fim de ideias profundas de um ser que já vivenciou muitos prazeres. A tristeza estava realmente presente e ninguém conseguiria dizer o oposto.
Havia muita riqueza palpável, mas era notória a ausência da riqueza da alma naqueles seres, ali presentes.
Era apenas mais um funeral, uma cerimônia que simbolizava a passagem final na vida de um dos seres.
E era real!
Os humanos aprenderam rápido o preço de seus desejos, mas parecem ter esquecido o valor da essência, aquilo que chamam de alma.
Os desejos por si só, trazem consigo os sofrimentos não importando o tamanho de sua nobreza. O desejo de viver trás a angustia da morte, o desejo do obter trás o receio da perda, o desejo da vitória trás a sombra da derrota e, em cada gana um pedaço de seu inverso.
Não há qualquer pessimismo nessa observação, é apenas um fato. Os humanos anseiam por prazer o tempo todo, mas são os infortúnios que os movem e, em ultima instancia o sofrimento prevalece – ninguém quer deixar a existência.
É necessário que se reconheça e que se aprenda a conviver com ele – o sofrimento.
sábado, 26 de novembro de 2011
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
O Mundo Das Lamentações – Ações e Frutos
A instabilidade e a finitude são as únicas certezas a serem levadas em consideração na experiência humana, ignorar ou negar esses fatos é enganar-se e ninguém além de si mesmo, sentirá o pesar dessas projeções fantasiosas a fim de camuflar o que é visto.
Contudo, são raros aqueles que compreendem a essência da verdade, a maior parte das pessoas prefere passar a vida se lamentado ou remoendo-se com memórias dos dias “ruins” – dito entre aspas, pois em minha compreensão não há dias ruins e sim dias de não compreensão, onde as projeções não encobrem suficientemente a verdade e nasce assim um “sofrimento”.
E as lamentações ecoam por todos os cantos, em sussurros de amigos, em gritos dementes, num silencio absoluto ou em notas harmônicas.
Os humanos sofrem, porém sentem a alegria e tantas outras boas emoções e sensações que simplesmente se perdem na confusão de seus sentidos, eles se atém mais aquilo que lhes dói ao que lhes dá algum prazer e a razão é simples:
Orgulho, a “tatuagem” intrínseca na alma desses primatas, onde qualquer contrariedade lhes dói profundamente e sua dor é sempre a maior, nada pode ser relevado ou enxergado por outro ângulo, nada possuí dois pólos, tudo deve ser como esperam e quando esperam.
Eles ainda comparam ações com frutos, acreditando de forma cega na previsibilidade do retorno num mundo instável em todos os âmbitos e quando esse – o retorno – não é o esperado eles sentem-se injustiçados por um mundo que deixa clara a sua instabilidade, surgem o desespero, a aflição e a dor do ego.
Os humanos ainda possuem pensamentos escuros acerca do mundo e de si mesmo, o mundo é aquilo que é e não o que se deseja que ele seja, mas uma visão mais iluminada transformará significativamente as experiências do cotidiano.
Contudo, são raros aqueles que compreendem a essência da verdade, a maior parte das pessoas prefere passar a vida se lamentado ou remoendo-se com memórias dos dias “ruins” – dito entre aspas, pois em minha compreensão não há dias ruins e sim dias de não compreensão, onde as projeções não encobrem suficientemente a verdade e nasce assim um “sofrimento”.
E as lamentações ecoam por todos os cantos, em sussurros de amigos, em gritos dementes, num silencio absoluto ou em notas harmônicas.
Os humanos sofrem, porém sentem a alegria e tantas outras boas emoções e sensações que simplesmente se perdem na confusão de seus sentidos, eles se atém mais aquilo que lhes dói ao que lhes dá algum prazer e a razão é simples:
Orgulho, a “tatuagem” intrínseca na alma desses primatas, onde qualquer contrariedade lhes dói profundamente e sua dor é sempre a maior, nada pode ser relevado ou enxergado por outro ângulo, nada possuí dois pólos, tudo deve ser como esperam e quando esperam.
Eles ainda comparam ações com frutos, acreditando de forma cega na previsibilidade do retorno num mundo instável em todos os âmbitos e quando esse – o retorno – não é o esperado eles sentem-se injustiçados por um mundo que deixa clara a sua instabilidade, surgem o desespero, a aflição e a dor do ego.
Os humanos ainda possuem pensamentos escuros acerca do mundo e de si mesmo, o mundo é aquilo que é e não o que se deseja que ele seja, mas uma visão mais iluminada transformará significativamente as experiências do cotidiano.
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
O Futuro
A medicina busca meios de prolongar a vida e atenuar os efeitos do envelhecimento e acabam de dar um grande passo nesse sentido, o otimismo toma conta da comunidade científica e dá esperança àqueles que sofrem com doenças oriundas do avanço da idade. Porém, não é esse o futuro que vejo, ao menos não com o mundo da forma que se apresenta de ante dos meus olhos.
Durante algum tempo optei por não mais ter contato com veículos que me trouxessem informações “nauseantes” não se faz necessário esclarecer o absoluto fracasso da tentativa, afinal, teria de me recolher do mundo e mesmo para mim seria impossível, ao menos em minha atual condição.
A ciência se ilumina a cada dia, novas curas, novas possibilidade, avanços significativos rumo a um futuro promissor e saudável aos humanos, no entanto, a cobiça, o egoísmo, o desejo sanguessuga por mais e mais não lhes dará muito tempo – às vezes é um desejo particular, às vezes efeito de simples observação comportamental desses primatas.
Jornais impressos, televisionados ou mesmo oriundos dos “chiados” de um velho rádio, destroem minha mente e minha capacidade – ainda que limitada – de manter alguma esperança de enxergar um bom futuro para essa espécie.
Minhas “apostas” continuam a ser nos jovens e na educação, não apenas a educação didática, mas àquela que exprime o amor ao próximo, a tolerância e mais do que simples tolerância, o respeito e a compreensão real sobre o valor do outro.
Com frequencia sinto uma espécie de incredulidade quanto tais aplicações, afinal, de pai para filho a intolerância é passada em palavras ou gestos de profundo preconceito e ignorância, a educação do respeito ao próximo não possuí estímulo algum e as crianças logo viram monstros incontroláveis, alimentados pelo fetichismo, o desejo de obter “quinquilharias” brilhantes e máquinas do “plim”.
Não houve espécie mais deplorável que essa que ora “domina” o planeta, guerras, fome – em sua maioria por razões políticas –, paranóias, emboscadas e uma infinidade de outras pragas acabarão por destruí-los, sem grandes cataclismos, apenas o homem em seu egoísmo.
Durante algum tempo optei por não mais ter contato com veículos que me trouxessem informações “nauseantes” não se faz necessário esclarecer o absoluto fracasso da tentativa, afinal, teria de me recolher do mundo e mesmo para mim seria impossível, ao menos em minha atual condição.
A ciência se ilumina a cada dia, novas curas, novas possibilidade, avanços significativos rumo a um futuro promissor e saudável aos humanos, no entanto, a cobiça, o egoísmo, o desejo sanguessuga por mais e mais não lhes dará muito tempo – às vezes é um desejo particular, às vezes efeito de simples observação comportamental desses primatas.
Jornais impressos, televisionados ou mesmo oriundos dos “chiados” de um velho rádio, destroem minha mente e minha capacidade – ainda que limitada – de manter alguma esperança de enxergar um bom futuro para essa espécie.
Minhas “apostas” continuam a ser nos jovens e na educação, não apenas a educação didática, mas àquela que exprime o amor ao próximo, a tolerância e mais do que simples tolerância, o respeito e a compreensão real sobre o valor do outro.
Com frequencia sinto uma espécie de incredulidade quanto tais aplicações, afinal, de pai para filho a intolerância é passada em palavras ou gestos de profundo preconceito e ignorância, a educação do respeito ao próximo não possuí estímulo algum e as crianças logo viram monstros incontroláveis, alimentados pelo fetichismo, o desejo de obter “quinquilharias” brilhantes e máquinas do “plim”.
Não houve espécie mais deplorável que essa que ora “domina” o planeta, guerras, fome – em sua maioria por razões políticas –, paranóias, emboscadas e uma infinidade de outras pragas acabarão por destruí-los, sem grandes cataclismos, apenas o homem em seu egoísmo.
sábado, 12 de novembro de 2011
Entre a Pena e a Bondade
Respirando com mais calma em meus momentos de meditação, deparei-me com cenas cotidianas, onde os humanos oferecem auxílio num gesto aparentemente nobre e recheado de boa-vontade. É um belo gesto e digno de profunda contemplação, como quando os humanos vêem outros animais “avessos” – gato e rato – interagindo entre si como iguais.
E em algum dos momentos recordei-me de uma cena que, mostrou-me outro ponto não tão belo, a pena; quando um humano enxergando alguma “limitação” no outro o olha como um incapaz e então, lhe oferece maior apoio ou auxílio contínuo.
Um ato de pura nobreza?
Felicita-me dizer que em sua maioria o é, mas pura pena em outra parte. O excesso de “zelo” pelo frágil apenas acentua sua fragilidade é como dizer de forma velada e em excesso: “Deixe-me fazer, pois sabes que não o pode.”
A linha entre a bondade e a pena é demasiadamente tênue.
É necessária profunda reflexão para notar quando se esta a ser piedoso ou apenas bondoso é comum ouvir – ao menos nos ambientes aos quais o cotidiano me empurra – frases como: “Coitado! Ele não consegue!”, “Nossa! Dá uma dó né?” ou, uma revés “São todos muito bons, adoro todos eles!” – como meio de expulsar de si a visão clara da limitação existente no humano a frente, invertendo os fatos para não culpar-se do que verdadeiramente sente.
A hipocrisia é desnecessária em qualquer situação, cegar-se aos fatos é a verdadeira limitação desses hominídeos e essa sim carece de um zelo excessivo para que seja tratada.
A bondade e seu oposto são inerentes a qualquer humano, tenha ele limitações físicas ou não, e as limitações físicas nem sempre são tão grandes quanto o é para aqueles que as vê, pois as maiores limitações são as psíquicas, essas sim capazes de forjar a poderosa “gleipnir”.
E em algum dos momentos recordei-me de uma cena que, mostrou-me outro ponto não tão belo, a pena; quando um humano enxergando alguma “limitação” no outro o olha como um incapaz e então, lhe oferece maior apoio ou auxílio contínuo.
Um ato de pura nobreza?
Felicita-me dizer que em sua maioria o é, mas pura pena em outra parte. O excesso de “zelo” pelo frágil apenas acentua sua fragilidade é como dizer de forma velada e em excesso: “Deixe-me fazer, pois sabes que não o pode.”
A linha entre a bondade e a pena é demasiadamente tênue.
É necessária profunda reflexão para notar quando se esta a ser piedoso ou apenas bondoso é comum ouvir – ao menos nos ambientes aos quais o cotidiano me empurra – frases como: “Coitado! Ele não consegue!”, “Nossa! Dá uma dó né?” ou, uma revés “São todos muito bons, adoro todos eles!” – como meio de expulsar de si a visão clara da limitação existente no humano a frente, invertendo os fatos para não culpar-se do que verdadeiramente sente.
A hipocrisia é desnecessária em qualquer situação, cegar-se aos fatos é a verdadeira limitação desses hominídeos e essa sim carece de um zelo excessivo para que seja tratada.
A bondade e seu oposto são inerentes a qualquer humano, tenha ele limitações físicas ou não, e as limitações físicas nem sempre são tão grandes quanto o é para aqueles que as vê, pois as maiores limitações são as psíquicas, essas sim capazes de forjar a poderosa “gleipnir”.
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Contato - Mais De Mim
Faces escoradas pelos vidros sujos de rancor, dor e cansaço e às vezes lavados com suor e lágrimas, eles tentam recuperar ali alguma energia para manterem-se atrás de seus anseios, o motivo que os move.
Todos comprimidos, dividindo um espaço pouco numa mistura quase homogenia de distintas raças e ideias, mas isolados e demasiadamente distantes uns dos outros na mais profunda solidão dos pensamentos paralelos e alheios aos “solavancos” mecânicos do transporte coletivo.
Eles ainda sonham, mas um sonho só, um sonho só de cada um.
O egoísmo os motiva, a felicidade individual parece real e possível para eles, e volto às origens de minha queda ao sentir uma quase “inveja” de seus traços e metas, talvez, se eu os tocasse poderia sentir o que sentem e sonhar como sonham sem precisar despertá-los ou acidentalmente feri-los, pois sei que há alguma frieza em minhas mãos e há algumas lâminas em minhas palavras.
Sempre os observei de “longe” ainda que a queda me tenha aproximado deles, tentei aprender – como eles – por imitação, o êxito de meu aprendizado é inexistente, acreditei quando me disseram que logo eu não mais me importaria, acreditei quando me disseram que meu egoísmo logo surgiria e me traria alguma paz, acreditei também quando me disseram que lágrimas alheias não mais me tocariam, mas ainda me importo, ainda me dôo, ainda me tocam.
Busco no contato mais próximo que pude obter a compreensão do que nem mesmo sei.
Todos comprimidos, dividindo um espaço pouco numa mistura quase homogenia de distintas raças e ideias, mas isolados e demasiadamente distantes uns dos outros na mais profunda solidão dos pensamentos paralelos e alheios aos “solavancos” mecânicos do transporte coletivo.
Eles ainda sonham, mas um sonho só, um sonho só de cada um.
O egoísmo os motiva, a felicidade individual parece real e possível para eles, e volto às origens de minha queda ao sentir uma quase “inveja” de seus traços e metas, talvez, se eu os tocasse poderia sentir o que sentem e sonhar como sonham sem precisar despertá-los ou acidentalmente feri-los, pois sei que há alguma frieza em minhas mãos e há algumas lâminas em minhas palavras.
Sempre os observei de “longe” ainda que a queda me tenha aproximado deles, tentei aprender – como eles – por imitação, o êxito de meu aprendizado é inexistente, acreditei quando me disseram que logo eu não mais me importaria, acreditei quando me disseram que meu egoísmo logo surgiria e me traria alguma paz, acreditei também quando me disseram que lágrimas alheias não mais me tocariam, mas ainda me importo, ainda me dôo, ainda me tocam.
Busco no contato mais próximo que pude obter a compreensão do que nem mesmo sei.
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Cresce, Cresce e Cresce – A Decadência Humana
Recentemente li três matérias muito interessantes e, tão próximas entre si que, resolvi juntar suas informações na mesma reflexão.
O crescimento no numero de evangélicos neopentecostais do Brasil é evidente, incontestável e constante, há quem preveja um aumento tão significativo nesse numero que, levará 50% da população deste país já mencionado a tornar-se evangélica até 2020.
A comunidade evangélica comemora e, em seus “sítios” é possível ver tal orgulho, afinal, a missão dos neopentecostais é o proselitismo.
Os neopentecostais seguem a doutrina da prosperidade: sucesso, bens matérias e contínua prosperidade são sinais de um verdadeiro fiel e servo de Deus, fracasso e pobreza são indícios de seu revés e maldições segundo a doutrina.
Seguindo o mesmo ritmo de crescimento está a “loucura”, estima-se que até 2020 a depressão será a segunda doença mais danosa para a saúde humana levando até mesmo a morte, perdendo somente para doenças do coração.
Um dos motivos para o crescimento da “loucura” - ainda segundo uma das matérias – é o mais interessante se levarmos em conta o atual crescimento evangélico: a falta de ESPIRITUALIDADE – observando a doutrina do segmento crescente isso não é de surpreender.
Os neopentecostais têm a espiritualidade – em seu amplo sentido –, como algo secundário: “Esteja bem materialmente e sua felicidade virá.” É uma visão abominável – ao menos para mim –, afinal, basta observar um pouco para notarmos a competitividade feroz criada com base nisso e o total apreço pelo consumo supérfluo e exacerbado de uma sociedade intelectualmente – espiritualmente – atrasada.
Ela – sociedade – quer carro do ano, TV de ultima geração, talheres de prata e uma infinidade de itens de alto preço, mas de “baixíssimo” valor. Os humanos esquecem a essência de si, cobiçam, atribuem e transferem valores inexistentes, o resultado é o que assistimos impotentes: humanos escravizados pelo egoísmo.
O ultimo crescimento é o mais aterrador: cresce – nesse país tão misto – a intolerância religiosa. Praticantes de religiões afro-brasileiras são vitimas de preconceito por parte dos crescentes evangélicos, as agressões não se limitam a nível verbal.
Não é necessário ir muito longe para lembrar-se de casos, pois ainda que a matérias seja recente a intolerância já tem algum tempo: terreiros são destruídos por jovens evangélicos, imagens são destruídas, agressões indiretas são vistas rotineiramente em programas evangélicos e, recentemente uma criança de 3 anos fora agredida por uma senhora evangélica no Maranhão em Outubro desse ano.
As agressões – verbais e/ou físicas – são frutos do proselitismo, afinal, existe uma espécie de “meta” para bater entre os neopentecostais e aparentemente, como em uma loja vale de tudo para se obter novos clientes.
O numero de evangélicos cresce junto à loucura e à agressividade de um povo misto, cego para suas igualdades, cego também para a sua condição de animal aprendiz e, intolerantes para as suas insignificantes diferenças.
O crescimento no numero de evangélicos neopentecostais do Brasil é evidente, incontestável e constante, há quem preveja um aumento tão significativo nesse numero que, levará 50% da população deste país já mencionado a tornar-se evangélica até 2020.
A comunidade evangélica comemora e, em seus “sítios” é possível ver tal orgulho, afinal, a missão dos neopentecostais é o proselitismo.
Os neopentecostais seguem a doutrina da prosperidade: sucesso, bens matérias e contínua prosperidade são sinais de um verdadeiro fiel e servo de Deus, fracasso e pobreza são indícios de seu revés e maldições segundo a doutrina.
Seguindo o mesmo ritmo de crescimento está a “loucura”, estima-se que até 2020 a depressão será a segunda doença mais danosa para a saúde humana levando até mesmo a morte, perdendo somente para doenças do coração.
Um dos motivos para o crescimento da “loucura” - ainda segundo uma das matérias – é o mais interessante se levarmos em conta o atual crescimento evangélico: a falta de ESPIRITUALIDADE – observando a doutrina do segmento crescente isso não é de surpreender.
Os neopentecostais têm a espiritualidade – em seu amplo sentido –, como algo secundário: “Esteja bem materialmente e sua felicidade virá.” É uma visão abominável – ao menos para mim –, afinal, basta observar um pouco para notarmos a competitividade feroz criada com base nisso e o total apreço pelo consumo supérfluo e exacerbado de uma sociedade intelectualmente – espiritualmente – atrasada.
Ela – sociedade – quer carro do ano, TV de ultima geração, talheres de prata e uma infinidade de itens de alto preço, mas de “baixíssimo” valor. Os humanos esquecem a essência de si, cobiçam, atribuem e transferem valores inexistentes, o resultado é o que assistimos impotentes: humanos escravizados pelo egoísmo.
O ultimo crescimento é o mais aterrador: cresce – nesse país tão misto – a intolerância religiosa. Praticantes de religiões afro-brasileiras são vitimas de preconceito por parte dos crescentes evangélicos, as agressões não se limitam a nível verbal.
Não é necessário ir muito longe para lembrar-se de casos, pois ainda que a matérias seja recente a intolerância já tem algum tempo: terreiros são destruídos por jovens evangélicos, imagens são destruídas, agressões indiretas são vistas rotineiramente em programas evangélicos e, recentemente uma criança de 3 anos fora agredida por uma senhora evangélica no Maranhão em Outubro desse ano.
As agressões – verbais e/ou físicas – são frutos do proselitismo, afinal, existe uma espécie de “meta” para bater entre os neopentecostais e aparentemente, como em uma loja vale de tudo para se obter novos clientes.
O numero de evangélicos cresce junto à loucura e à agressividade de um povo misto, cego para suas igualdades, cego também para a sua condição de animal aprendiz e, intolerantes para as suas insignificantes diferenças.
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Todos Mortos, Deitados Ou Não
Surpreendi-me recentemente com uma foto: Três jovens baleados, dois mortos e um apenas com os braços feridos, um rapaz portando a arma que disparara as balas e uma grande multidão entrono dos caídos.
Segundo a descrição, tratava-se da tentativa frustrada de um assalto, os ladrões tentaram roubar um policial civil, dois acabaram mortos e o terceiro com os braços feridos.
Particularmente a morte de pessoas que roubam e quiçá até matam para roubar, não é algo que me entristeça, ao menos não profundamente, mas os comentários sobre a imagem e mesmo os olhares dos “vivos” que rodeavam os corpos na fotografia o que me causara alguma dor.
Olhando para os corpos e para a “platéia” a volta não conseguia enxergar grande diferença, todos sem exceção me pareciam mortos, afinal, havia uma indiferença quase que absoluta para com a vida em si nos olhares e, alguns comentários reforçavam o que eu via: “É assim que devem ser tratados esses tipos!” ou, “Quem defende é por que não passou por isso!” entre outros.
Não consigo ver a morte – ao menos a que os jovens encontram – como punição, mas mais dolorosa e sofrida é a morte pela qual passaram os comentaristas e espectadores do ocorrido, afinal, morreram por dentro a ponto de não mais enxergarem nem mesmo a sombra daquilo que podiam ser.
Não acho que esses mortos que andam apressados nas calçadas e avenidas das grandes cidades, tenham notado seu avançado estado de decomposição, mas sei que logo acordarão para a sua real condição e vão perceber que quando mais precisavam estar e sentirem-se vivos, já estavam todos mortos.
Segundo a descrição, tratava-se da tentativa frustrada de um assalto, os ladrões tentaram roubar um policial civil, dois acabaram mortos e o terceiro com os braços feridos.
Particularmente a morte de pessoas que roubam e quiçá até matam para roubar, não é algo que me entristeça, ao menos não profundamente, mas os comentários sobre a imagem e mesmo os olhares dos “vivos” que rodeavam os corpos na fotografia o que me causara alguma dor.
Olhando para os corpos e para a “platéia” a volta não conseguia enxergar grande diferença, todos sem exceção me pareciam mortos, afinal, havia uma indiferença quase que absoluta para com a vida em si nos olhares e, alguns comentários reforçavam o que eu via: “É assim que devem ser tratados esses tipos!” ou, “Quem defende é por que não passou por isso!” entre outros.
Não consigo ver a morte – ao menos a que os jovens encontram – como punição, mas mais dolorosa e sofrida é a morte pela qual passaram os comentaristas e espectadores do ocorrido, afinal, morreram por dentro a ponto de não mais enxergarem nem mesmo a sombra daquilo que podiam ser.
Não acho que esses mortos que andam apressados nas calçadas e avenidas das grandes cidades, tenham notado seu avançado estado de decomposição, mas sei que logo acordarão para a sua real condição e vão perceber que quando mais precisavam estar e sentirem-se vivos, já estavam todos mortos.
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