terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sombras Do Que São

O alvorecer de novos campos do conhecimento distancia os humanos daquilo que eles acreditavam ser.

Copérnico derrubou a ideia de que os humanos estariam no centro do universo, Charles Darwin e o evolucionismo derrubaram a noção de criação a imagem e semelhança de um ser superior, Freud reduziu a consciência humana a uma parte insignificante da vida psíquica, a neurociência comprova a inexistência do livre-arbítrio, e a cada nova descoberta os humanos tornem-se mais distante daquilo que pensam ser.

O que é essa humanidade que esses animais pensantes descrevem?

Ser humano é chorar a morte tão natural de um ente querido? E esse ente querido, é adorado por escolhas próprias dos humanos? E essas escolhas são realmente voluntárias?

Animais mais primitivos também sofrem a perda, também criam elos estreitos com membros do mesmo grupo, mas suas escolhas assim como nos humanos não são voluntárias. Animais humanos e não humanos, são apenas robôs biológicos obedecendo a escolhas internas e seguindo opções premeditadas.

Pesquisas revelam que toda a escolha humana pode ser prevista com segundos de antecedência, pois o cérebro humano toma a decisão e segundos depois o “eu” que os humanos supõem ser expressam fisicamente esse desejo, e esses desejos cerebrais vêm de processos químicos despertados pelo que se há exposto a sua volta.

Se a alma imortal existir nesses pobres símios, certamente essa se encontra aprisionada pelas vontades cerebrais e se não existir os humanos estarão ainda mais longe daquilo que supõem ser.

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