domingo, 31 de outubro de 2010

É Proibido

Esse planeta é riquíssimo em todos os sentidos, mas o sentido a qual quero me dirigir é o dos costumes culturais, a proibição de atos em alguns grupos e absorção desses mesmos atos noutros grupos.

Entres os humanos há dois grupos que me preocupo verdadeiramente em escutar, são eles os grupos de crianças ou jovens e os idosos, afinal, os jovens estão em processo de formação intelectual e precisam de atenção para seus questionamentos e aprendo com suas perguntas, já os idosos possuem vasta experiência de vida e possuem muito a me oferecer no que diz respeito ao comportamento humano.

Hoje fui rodeado por crianças que me disseram que um homem lhes condenou a atitude de sinalizarem em seu corpo a cruz, compreendo que para alguns seguidores de superstição o sinal da cruz é benéfico e traz proteção e que para outros é sinal de atraso ou desrespeito ao suposto sacrifício de um redentor, mas fiquei indignado com a atitude do homem ao censurar crianças.

Quantas religiões existem? Quantos costumes sociais variam de país para país ou de região para região? Condenar e proibir são os para ignorantes.

Aqui, no país e na região em que habito, seria desrespeitoso eu festejar em cima de um caixão ou simplesmente devorar o corpo morto, mas em algumas tribos indígenas e em algumas regiões da Ásia é natural festejar a morte e lamentar o nascimento, comer a carne de seus mortos é tradição para os Aghoris e nada é proibido entre os mesmos.

Essas atitudes podem deixar alguns espantados, porém, eles devem se recordar que aquilo é um costume regional e não uma brutalidade ou desrespeito, a antropologia cultural deveria ser lecionada para ao menos ensiná-los a respeitar costumes e crenças diversificadas sem dizer o: “_Isso é proibido.”

sábado, 30 de outubro de 2010

Em Bando

Eles precisam sentir-se inseridos, há uma necessidade extrema de que eles se sintam queridos e adorados por outros membros da sociedade em que habitam mesmo os pequenos grupos de minorias.

Nunca compreendi essa necessidade quase desesperada que os humanos possuem, e recentemente fui indagado por me isolar tanto.

Não me excluo do mundo, sou apenas um observador e a melhor forma de observar é ficar de fora de todo o grupo social, não há sofrimento da minha parte, afinal, me dou verdadeiramente bem com a solidão, mesmo que a serotonina fique em baixa no corpo em que resido logo se estabiliza e tudo segue tranquilo.

Porém, parece não haver compreensão plena dessa minha atitude, a maior parte dos símios insiste na ideia de que sou infeliz ou louco, a verdade é que, a felicidade é feita de momentos muito curtos e a loucura existe em todos os símios pensantes.

O que é são para alguns é loucura para outros, assim sendo, todos são loucos para alguém.

Humanos

Símios que não se importam com nada nem ninguém a menos que tenha algo a lhes oferecer, possuem uma peçonha mortal e não há tempo para tratá-la, mil faces é o que consegui contar sem me enojar, porém é claro que há muitas mais.

Nunca lhes vire as costas nem mesmo os fite em seus olhos.

Eles caçam a própria espécie, destroem seus descendentes e todos os de mais, são criaturas apavorantes, fazem o que querem, pois acreditam num tal de amor que justifica qualquer ação.

Eles vivem em sociedade, mas é só para o bem pessoal, afinal, um humano sozinho não dura muito tempo, eles precisam uns dos outros é só o extinto de sobrevivência, não há compaixão e nem decência quando a fome aperta.

Seu habitat é a destruição, seu elo é a ilusão, a união é para assegurar seus genes e criar clones de si, a educação é a afirmativa de que eles continuarão ali.

Sem a mentira e a falsidade os humanos já estariam extintos.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Peça

Não importa o quanto esses símios possuam, haverá sempre algo que eles desejam ter, pois há um vazio eterno causado por sua esperança e é esse vazio que os faz mover. Alguns dizem que o vazio é preenchido quando se encontra o tal amor, outros quando se encontra a deus, porém, mesmo para esses a falta continua.

O fetichismo instigado pelas propagandas lhes faz crer que precisam de itens que nunca precisaram para seguirem a vida. Mas se eles já tivessem tudo não haveria porque viver.

A mitologia humana tenta em diversas passagens explicar o vazio, as religiões e costumes tentam completar o vazio e é exatamente a peça faltante que lhes dá sentido, estar perdido é a razão para se procurar, estar sofrendo é a razão para se alegrar.

Alguns símios preferem ajoelhar-se e esperar pela peça faltante, mas a maior parte procura, talvez, desejando nunca encontrá-la, pois o objetivo é correr sem se importar se um dia iram mesmo chegar lá.

A peça que lhes falta é a mesma que lhes faz mover.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Filho Da Luz

Ninguém modifica mais, os humanos preferem a zona do conforto, e desejam viver felizes para todo o sempre. Porém, há um equivoco, pois o sempre, não existe para os miseráveis mortais.

As mudanças movem o mundo, o caos impera soberano no universo e eu sou aquele que deseja o caos frenético, rompendo as limitações de uma sociedade quase morta em paradigmas.

A realidade cristã não deve ser abraçada como absoluta nem a realidade islâmica, e nem qualquer outra realidade, as questões devem ser feitas acerca de todo e qualquer tema.

Não discutir é cegar-se, é caminhar na escuridão, não discutir é morrer em vida.

Não importa em qual mitologia você acredita, ela não é a única.

Houve um tempo em que tudo era questionado, revoluções mentais eram frequentes, os humanos pensavam mais em mudar, mas de repente tudo parou. Tudo fica como está. O amor é mágico, a religião absoluta e todos os “pensadores” atuais simplesmente confirmam.

Vou contra o comodismo e por essa razão, sou o anticristão, sou o provocador, sou aquele que cega os podres de alma e ilumina os verdadeiramente cegos.

"Cristo pode ser o traidor, e eu (Lúcifer) aquele que foi odiado por toda a humanidade o redentor injustiçado."

Tempo de pensar e discutir.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Nascimento Revés

Inimiga final de todo e qualquer ser vivo. Hoje, me deparei com mais um de seus “atos”. Alguém de quem o corpo que tomo emprestado certamente herdou alguma carga genética fora tomado pela “temida” morte. Por aqui, todos seguiram o ritual tradicional dessa cultura e foram prestar as ultimas homenagens. Eu, não senti essa gana.

Confesso não ter sentido tanto a perda, sei que deveria, mas também não consigo me punir severamente por isso, afinal, eu não alimentava tanto vinculo emocional para com ele. Essa ocorrência é comum entre eles, mas me faz questionar e ao mesmo tempo observar mais atentamente a “brevitude” da vida humana.

Por que nascem? Por que significam tanto uns para os outros? Por que parecem deixar tanto vazio, quando a natureza segue o conhecido ciclo?

Todos os dias, eles levantam e fazem o melhor de si para manterem-se vivos e sóbrios, combatem as instáveis emoções que dominam esse mundo, suportam dor física e mental e agradecem a seus deuses por tudo, e então, o final.

Talvez, o pesar que paira sobre os humanos ao se depararem com a morte de um ente amado, não se restrinja apenas à perda, mas também abranja o impacto da realidade inevitável de seu próprio réquiem.

Os humanos se vêm mortais e frágeis novamente.

sábado, 23 de outubro de 2010

O Despertar De Um Mito

Não há ferida capaz de imobilizá-los, seja uma ferida na mente (alma), ou ferida no corpo, eles continuarão a cada dia sobrevivendo, mesmo que seja apenas o suficiente para chegarem às suas “casas”.

Deve haver algo de imortal neles.

Eles vão se rastejar se necessário, mas não conseguem desistir, talvez, seja apenas o seu extinto de sobrevivência, porém, ainda assim é surpreendente. Eles simplesmente não se rendem com facilidade, mesmo sabendo da inutilidade de seus esforços.

Eles acreditam num milagre; Símios admiráveis.

Alguns lutam tudo o que podem a espera do réquiem, outros lutam como podem a espera de um tesouro dos céus e, ao observá-los é possível notar que a imortalidade está realmente contida neles e, num sentimento quiçá, particular desses símios.

A esperança, talvez, a única coisa imortal nesses miseráveis.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sombras Do Que São

O alvorecer de novos campos do conhecimento distancia os humanos daquilo que eles acreditavam ser.

Copérnico derrubou a ideia de que os humanos estariam no centro do universo, Charles Darwin e o evolucionismo derrubaram a noção de criação a imagem e semelhança de um ser superior, Freud reduziu a consciência humana a uma parte insignificante da vida psíquica, a neurociência comprova a inexistência do livre-arbítrio, e a cada nova descoberta os humanos tornem-se mais distante daquilo que pensam ser.

O que é essa humanidade que esses animais pensantes descrevem?

Ser humano é chorar a morte tão natural de um ente querido? E esse ente querido, é adorado por escolhas próprias dos humanos? E essas escolhas são realmente voluntárias?

Animais mais primitivos também sofrem a perda, também criam elos estreitos com membros do mesmo grupo, mas suas escolhas assim como nos humanos não são voluntárias. Animais humanos e não humanos, são apenas robôs biológicos obedecendo a escolhas internas e seguindo opções premeditadas.

Pesquisas revelam que toda a escolha humana pode ser prevista com segundos de antecedência, pois o cérebro humano toma a decisão e segundos depois o “eu” que os humanos supõem ser expressam fisicamente esse desejo, e esses desejos cerebrais vêm de processos químicos despertados pelo que se há exposto a sua volta.

Se a alma imortal existir nesses pobres símios, certamente essa se encontra aprisionada pelas vontades cerebrais e se não existir os humanos estarão ainda mais longe daquilo que supõem ser.

domingo, 17 de outubro de 2010

Tahu

Ignorância, a benção que garante aos humanos uma vida plenamente segura e repleta de paz mental. Alguns mitos oferecem aos ignorantes o paraíso e uma vida eterna, até hoje (usando de metáforas mitológicas) é possível observar aqueles que preferem a paz do “céu” do que a realidade do conflito do “inferno”.

O pensamento próprio é calado com doses de sermões, shows da fé, coquetéis de drogas ou absorção instantânea do pensamento do outro. Os pensadores ou aqueles que ouvem o próprio pensamento estão em extinção.

A maior parte desses símios ignorou o fruto do conhecimento e da razão, escolheram fechar seus olhos para a realidade a sua volta e evocam forças sobrenaturais para explicar tudo a sua volta, afinal, a ignorância lhes garante a vida eterna.

Os verdadeiros pensadores preferem o conflito, e aceitam a realidade não por lhes trazer alguma paz de consciência, mas porque compreendem que essa é a realidade que a lógica e a razão lhes proporciona.

Uma antiga mitologia traz a estória de humanos vivendo num paraíso sem dores ou sofrimentos, mas que ao comerem o fruto que lhes proporcionaria o conhecimento são condenados a todas as vicissitudes humanas.

Hoje a maior parte dos humanos prefere rejeitar o tal fruto e acorrem desesperados aos braços “seguros” da santa ignorância.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Ciência de Si

O egocentrismo humano é a maravilha que lhes torna a mais peçonhenta dentre todas as espécies que habitam o planeta e que lhes fecha os olhos para a sua verdadeira essência. E todo esse orgulho tolo é fruto da ideia ficciosa de que os humanos são seres privilegiados com a consciência de si próprios ou daquilo que eles chamam de “alma”.

A maior parte das religiões define a alma como algo próximo daquilo que se conhece por consciência e que tem origens espirituais. Para a ciência a consciência é um dos maiores mistérios, afinal, não se sabe o que é nem ao certo de onde vem, porém a ideia de que apenas os humanos compartilham desse átomo de uma “alma” já foi desmentida pela luz da ciência.

Hoje é sabido que cães, chimpanzés e muitas outras espécies de animais, apresentam frações do que os místicos e supersticiosos chamam de alma. Alguns grupos de chimpanzés da Tanzânia mostram atitudes quase religiosas perante uma cachoeira, outros se unem para derrubar lideres, ensinam membros do grupo e outras atitudes que revelam a consciência de si próprio.

Afeto também é algo muito presenciado o que derruba a ideia de privilégio dos humanos de possuírem uma “alma”. Talvez, os humanos se destaquem apenas por possuírem um orgulho exacerbado e altamente destrutivo.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Me Esqueci

Algumas marcas ficaram para trás e não há nada que possa ser feito para resgatar o motivo delas, elas apenas permanecem ali e me acompanharão por toda a minha eterna existência, porém já não sei se terei uma eterna resistência.

Desistir?

Não há como negar que há vezes em que tudo parece me enlouquecer, porém a desistência é muito primitiva e deve restringir-se a criaturas primitivas e obviamente esse não é meu caso.

Mesmos sem algumas memórias que certamente já me foram importantes eu permaneço aqui, convivendo e tentando não odiá-los tanto, sei que perdi completamente o “tato” de como comunicar-me com eles, mas estou me esforçando para combater o que definiram para mim como misantropia.

Sei também que há algo muito importante que o espelho me diz, porém, já nem me lembro o que é...