Não lhes importa o tamanho
da dor, eles continuam tentando, crentes num por vir melhor, não há pesar que
os faça desistir e entregar os pontos, eles são apenas parasitas, mas parasitas
admiráveis.
Eles possuem uma gana pela
vida que se reflete em seus mitos de eternidade, contudo, há um grupo pequeno
entre eles que me desperta atenção e curiosidade, um grupo que não suporta o
fardo e chegam ao extremo inimaginável de entregar-se ao nada.
Todos, absolutamente todos
se cansam e pensam em desistir da vida, mas há sempre algo que os faz seguir,
seja a crença em algo ou a ideia de dias melhores, afinal, ninguém quer morrer,
principalmente quando são jovens e saudáveis.
Por essa razão os suicidas
me atraem a atenção, pois mesmo cientes de um dia após o outro, eles preferem
dar cabo de tudo.
Que dor seria essa? Que
desespero seria esse? O que será que sentiam? O que lhe faria entregar os
pontos e será que entregaria?
Alguns os chamam de
covardes e alimentam um ódio sem sentido por eles, outros vêem valentia
demasiada em antecipar o inevitável.
Eu os vejo apenas, como
sofredores extremos, como céticos desiludidos, penso que todo o suicida deseja
que a eternidade não exista (com exceção dos suicídios ritualísticos, claro),
afinal, o que é o suicídio, senão a vontade máxima de acabar com tudo o que se
refere ao próprio ser?
Os crentes em Deus se
asseguram na ideia de que Deus não dá uma cruz maior do que se pode carregar,
mas e quanto a esses desistentes infelizes? Seriam eles (para os que creem) a
prova da ineficiência divina?
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