sábado, 22 de junho de 2013

Dois Mundos

Abrir-lhe-ei duas portas, escolha em qual vai entrar, uma é a verdade e a outra é a que quer acreditar:

A morte é uma mentira, as doenças são erradicadas e envelhecer, nunca mais. Não há tempos de guerra, não há desastres, não há confusões, os mortos são revividos para alegrar entes queridos, os bandidos vão para as eternas prisões, os bons são recompensados após uma vida amarga, e cheia de hesitações, a justiça existe em peso igual para todos.

Eis o mundo perfeito, o sonho de todos os tolos.

A morte é a única verdade, as doenças são indiferentes, às vezes sem cura e também cruéis, e envelhecer é inevitável. Há um eterno confronto em busca da paz, desastres por toda a parte, ninguém se entende, os mortos continuam mortos sob as lágrimas de seus amados entes, os bandidos nem sempre são punidos, os bons quase nunca recompensados, e a justiça é de quem pagar mais.

Eis o mundo real, insuportável para quase todos.

Alguns misturam os dois mundos, dizendo que um vem depois do outro, talvez seja mesmo necessário acreditar em um para suportar viver no outro.

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