Resultado da minha ausência de fé na bondade
natural dos seres humanos, ou pura crueldade de minha atual condição, mas gosto
deles (os humanos) quando esses se encontram quase mortos, fragilizados ou
acuados, pois somente nessas circunstâncias eles revelam sua real natureza,
seja ela boa ou má.
Eles se sentem libertos, afinal, o que hão de
perder?
Quando quase mortos a dor lhes é extrema, o medo, a
angústia, a tristeza, a raiva e todas as outras emoções também são extremas e
assim, mentir lhes é mais difícil e até desnecessário, suas máscaras caem ou
são simplesmente abandonadas, e então, eles respiram aliviados sem o sufoco
provocado pelas mentiras que sustentaram até ali.
Eles revelam para qualquer um suas histórias, exibem
suas cicatrizes justificando as suas boas ou más ações e trazendo com isso sua
essência humana.
Diante da morte só lhes resta engolir o orgulho,
revelar os pontos exatos da dor, despir-se de todas as falsas faces e aceitar a
própria verdade.
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