quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Felizes Leprosos

Por que eu deveria moldá-los? Sua doença contagiosa e corrosiva parece ser o que os torna felizes. Que cruel eu seria se mostrasse a esses tolos a dor e o sofrimento, quando o éden lhes é ofertado ao som da ignorância.

Eles estão felizes, os sorrisos, embora burros, são sinceros, eu posso abominar os meios que lhes levam ao sorriso, contudo devo aceitar que sua felicidade é real.

Sou o único infeliz, absorvendo em vão um sofrimento que suponho corroê-los, pois sei (ou creio saber) que não há muito mais que a vida fútil e tola que eles amam.

Talvez, o melhor a fazer seja desistir, desistir de mostrar-lhes um mundo sem graça e sem cor, afinal que benefícios isso lhes traria, se para mim só trouxe o isolamento (insuportável para a maior parte deles) e um tumor mental incurável?

Eles estão satisfeitos. Não há mais nada que eles queiram passar ao futuro senão a ideia hedonista que os acometeu, eles não buscam mais por conhecimento e tampouco transmitir conhecimento para que o por vir possa ser melhor.

Talvez eles sejam somente reféns, talvez já estejam mortos, mas estão felizes em sua condição de leprosos. Por que curá-los?

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