Eles não querem querer e por si só, isso já é um desejo e como todos os desejos, é carregado de uma dose “cavalar” do veneno da esperança. Eles esperam alcançar a paz e sofrem por não tê-la, esperam um dia sem dor e sofrem quando dói, esperam justiça e sofrem sem conquistá-la, esperam recompensa e esperam não esperarem mais e sofrem por seus desejos, e matam ou morrem para obtê-los.
Então, eles criaram o ideal, um mundo perfeito sem qualquer sombra das variáveis impostas pelo acaso, eles chamam tal mundo de felicidade, uma palavra abstrata e sem qualquer sentido prático, mas que todos esses hominídeos desejam como um objeto físico, concreto, palpável, singular e eterno.
A busca pela felicidade é o desejo que os move e também o causador do martírio que sentem. Eles criaram o impossível, pois o real objetivo nunca foi alcançar, mas simplesmente desejar.
A paz que tanto almejam não será atingida, a menos que abram mão de todos os seus desejos, contudo são os desejos de cada um que os mantém vivos e dispostos a abrir os olhos a cada nascer do sol.
Os deuses precisam de crentes para que possam existir e os humanos de desejos para que possam sobreviver.
terça-feira, 24 de julho de 2012
sexta-feira, 6 de julho de 2012
Rei Dos Escombros - O Empurrão
Eles estão sensíveis demais para notarem o valor de uma queda, acusam de inimigo aquele que os põe de ante dela, desperdiçando assim, o momento mais oportuno para levantar voo ou para aprenderem a se recompor com os próprios esforços.
Eles perdem tempo demasiado lamentando a própria dor, resultante de suas suposições e de seu frágil orgulho ferido, eu até posso ouvi-los: “Oh! Por que fizestes isso comigo?”, “Por que é tão pesada a minha cruz?”, “Como sofro.” E tantos outros murmúrios.
Deixe que o empurrem não se importando com as intenções de quem o faz, mesmo porque, as intenções nada significam se suas interpretações forem mais nobres.
Você cai querendo ou não, mas você escolhe como fará o trajeto e como será o pós-impacto, vire apenas um lamentoso fracassado ou faça dos escombros o mais belo dos reinados.
Eles perdem tempo demasiado lamentando a própria dor, resultante de suas suposições e de seu frágil orgulho ferido, eu até posso ouvi-los: “Oh! Por que fizestes isso comigo?”, “Por que é tão pesada a minha cruz?”, “Como sofro.” E tantos outros murmúrios.
Deixe que o empurrem não se importando com as intenções de quem o faz, mesmo porque, as intenções nada significam se suas interpretações forem mais nobres.
Você cai querendo ou não, mas você escolhe como fará o trajeto e como será o pós-impacto, vire apenas um lamentoso fracassado ou faça dos escombros o mais belo dos reinados.
quarta-feira, 4 de julho de 2012
Primeiros Passos - O Gesso
“O que faço aqui?”, “Por que não dei uma desculpa qualquer para não vir?”, “Festas e eu somos antônimos.” – Essas frases não saiam da minha mente enquanto eu subia as escadas que me levariam ao salão de festas.
A cada passo, os ritmos cardíacos desse corpo pareciam subir drasticamente, as mãos suavam, e o olhar (embora eu não pudesse ver) certamente era um olhar assustado.
Rostos “estranhos” e então, alguém familiar (o motivo para eu ter rompido com minha misantropia) surge e me leva a uma mesa onde outro rosto conhecido estava. Os cumprimentos dão inicio a um breve diálogo, e outras pessoas me são apresentadas.
Consumo alguma dose de álcool (qualquer dose é dose uma vez que não estou habituado ao consumo do mesmo) e pareço me “soltar” mais, contudo, ainda perturbado.
Eu me limitei aos conhecidos, arrisquei-me muito brevemente por razões que desconheço, mas ainda dava passos temerosos por entre eles.
A dona da festa, embora fosse significativamente mais jovem que eu, dava passos (ainda que limitados) mais largos e desbravadores que os meus em meio aquela multidão, talvez por não conhecer a natureza cruel dessa espécie, ou talvez, por saber melhor do que eu o que eles possuem de bom.
A cada passo, os ritmos cardíacos desse corpo pareciam subir drasticamente, as mãos suavam, e o olhar (embora eu não pudesse ver) certamente era um olhar assustado.
Rostos “estranhos” e então, alguém familiar (o motivo para eu ter rompido com minha misantropia) surge e me leva a uma mesa onde outro rosto conhecido estava. Os cumprimentos dão inicio a um breve diálogo, e outras pessoas me são apresentadas.
Consumo alguma dose de álcool (qualquer dose é dose uma vez que não estou habituado ao consumo do mesmo) e pareço me “soltar” mais, contudo, ainda perturbado.
Eu me limitei aos conhecidos, arrisquei-me muito brevemente por razões que desconheço, mas ainda dava passos temerosos por entre eles.
A dona da festa, embora fosse significativamente mais jovem que eu, dava passos (ainda que limitados) mais largos e desbravadores que os meus em meio aquela multidão, talvez por não conhecer a natureza cruel dessa espécie, ou talvez, por saber melhor do que eu o que eles possuem de bom.
domingo, 1 de julho de 2012
O Som Do Mar - Sombras Do Passado
A muito não o ouço, já faz muito tempo que lhe troquei pela solidão, contudo, é impossível esquecer o mau e o bem que me causara, a culpa é unicamente minha, fui eu quem projetou um futuro e quiçá um passado inexistente, apenas porque, naquele instante havia uma fragilidade que hoje, não deixa nem mesmo uma só sombra em mim.
Ao som do mar, vi algo desaparecer, minhas emoções foram levadas nas lágrimas que um dia tive, e que ao som do mar derramei. As frustrações tiveram algum espaço em minha experiência, resultando naquilo que hoje me tornei.
Sou orgulhoso do resultado que obtive, a lógica excessiva me favorece mais que me atormenta e não a teria conquistado se não tivesse o passado que possuí.
Sou grato por cada onda sonora outrora emanada por seu “balanço”, sou grato pela beleza que me fez sofrer no inferno do qual hoje sou rei, grato pelas lembranças que residem em tudo o que sou agora, mas que já não me tocam como um dia me tocaram.
Ao som do mar, vi algo desaparecer, minhas emoções foram levadas nas lágrimas que um dia tive, e que ao som do mar derramei. As frustrações tiveram algum espaço em minha experiência, resultando naquilo que hoje me tornei.
Sou orgulhoso do resultado que obtive, a lógica excessiva me favorece mais que me atormenta e não a teria conquistado se não tivesse o passado que possuí.
Sou grato por cada onda sonora outrora emanada por seu “balanço”, sou grato pela beleza que me fez sofrer no inferno do qual hoje sou rei, grato pelas lembranças que residem em tudo o que sou agora, mas que já não me tocam como um dia me tocaram.
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