Nada do que vivo para mim é desperdício, afinal, sei filtrar de qualquer situação aquilo que é útil para mim. E numa das minhas tentativas de experimentar os tais sentimentos afetivos que os humanos dizem dar um sentido para a vida, me defrontei com uma questão interessante quanto ao meu ateísmo.
Durante o diálogo surge essa frase remetida a mim: _ “Você deve receber evidencias demasiadas da existência de Deus e fica tentando desesperadamente refutá-las para se declarar ateu e no fundo você sabe que não pode.” Eu apenas esbocei um sorriso e respondi que o ponto de vista fora interessante, porém não convincente, afinal, não há mérito em ser ateu.
A prosa então tomou rumos tolos depois disso, entrando em todo aquele padrão de conversa de interessados num relacionamento afetivo, coisa que eu particularmente já dispensava. Minha “frieza” afetiva fez do encontro o que eles chamam de “um tremendo fracasso”, porém não penso assim.
No caminho de volta fui digerindo aos poucos o tal ponto de vista e percebi que estava correto ao avesso, não recebia demasiadas evidencias da existência de Deus, mas sim de sua inexistência e o que queria era apenas uma, uma única prova do contrário.
Não há revolta em meu ateísmo há apenas lógica, o contrário do que vejo com muitos “ateus”. Eu defendia a todo custo a existência de Deus, mas fui percebendo que posso também defender a existência de um unicórnio invisível, em ambos a questão é crenças contra evidências.
Particularmente, gostaria mesmo que houvesse um deus, alguém que olhasse para mim nos momentos em que um declínio de serotonina e endorfina no organismo me acometessem (provocando a ideia de solidão), sei que seria reconfortante crer nisso e é por essa razão compreendo aqueles que acreditam em um ou mais deuses, mas sei que jamais vou compartilhar de suas crenças e sei que o ‘Jamais’ não é exagero, uma vez que lutei muito para acreditar.
“Não é fácil abrir os olhos e encarar a realidade, pois mesmo que tente fechá-los as imagens estarão em sua memória gritando fatos que você não pode negar.”
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