Já quase não enxergo mais as sutis e nem mesmo as pronunciadas singularidades entre os indivíduos da espécie humana. O meu respeito por cada um é o mesmo, um respeito para com a vida da forma mais pura e sólida, seja a vida bem vivida ou não – E mesmo eu, não posso fazer a distinção entre uma forma ou outra de vida.
É irreversível.
Minha tolerância para com seus equívocos, para os mesmos é pura frieza. Contudo, não consigo me deixar sentir qualquer emoção, proveniente dessas ações tão impulsivas, afinal, sei que cada gesto, cada diálogo em cada grupo é resultado de impulsos bioquímicos d’um cérebro particular, egoísta e (aos místicos) escravagista.
Como responsabilizá-los? Religiosos, loucos e suas epilepsias, criminosos, suicidas e seus distúrbios bioquímicos.
Eles não passam de máquinas biológicas, obedecendo cega e involuntariamente as programações de seus circuitos orgânicos.
Eles sempre souberam, e deixam claro em seus: “Eu não tive escolha” – De fato eles nunca tiveram controle algum, de fato suas singularidades são repetições recodificadas de códigos genéticos, são heranças indesejadas, conversões a revelia, vontades a contra gosto e o sofrimento passou a ser inevitável desde que o egoísmo do cérebro criou a ilusão eterna na invencibilidade da alma.
terça-feira, 24 de maio de 2011
sexta-feira, 13 de maio de 2011
“Humanos Apenas Humanos.”
Já perdi o numero de vezes que fiz uso dessa expressão – a que intitula a reflexão – para com tais criaturas, contudo eles não se enxergam assim, há uma preferência clara nas divisões, subdivisões e todas as formas de divisões existentes.
Há algum tempo tentei não deixar meu ateísmo manifestar-se em minhas reflexões acerca do que observo, mas nesse caso não vejo saída.
A CNBB e evidentemente as bancadas Evangélicas são a razão irracional por de trás de toda essa acalorada e atávica briga. Eles lêem um livro envolto de traças e poeira do qual aderem retrógrados pensamentos para guiarem suas vidas, mas não se limitam às próprias vidas, querem impor o mesmo para todos os cidadãos como se fosse uma verdade absoluta e não uma interpretação torpe de mitologias antigas.
Afinal, para quê serve mesmo a religião? Serve única e exclusivamente de anestésico aos que sofrem por crises psíquico-emocionais e deveria limitar-se a essa única função.
O debate sobre a aprovação da união entre humanos e humanos – assim fica mais clara a tolice – ou como eles preferem: “a união entre pessoas do mesmo sexo.” Vai durar o tempo necessário para que essas mentes primitivas evoluam e tomem consciência do atraso.
Eles falam em preservação da família e, mal sabem o quanto seus atos as destroem dentro de cada jovem que sem escolha rumam à ilusão de drogas e/ou ao suicídio.
Digam-me que a família não se destrói com isso?
Se eles enxergassem o que eu enxergo, se eles enxergassem como eu enxergo toda essa discussão jamais teria existido, contudo o anacronismo imposto pelos seguidores de superstição e por aqueles céticos influenciados por essa moral faz do progresso uma hipótese que nunca virá.
E assim mantém-se viva a sociedade com as ideias da idade média.
Há algum tempo tentei não deixar meu ateísmo manifestar-se em minhas reflexões acerca do que observo, mas nesse caso não vejo saída.
A CNBB e evidentemente as bancadas Evangélicas são a razão irracional por de trás de toda essa acalorada e atávica briga. Eles lêem um livro envolto de traças e poeira do qual aderem retrógrados pensamentos para guiarem suas vidas, mas não se limitam às próprias vidas, querem impor o mesmo para todos os cidadãos como se fosse uma verdade absoluta e não uma interpretação torpe de mitologias antigas.
Afinal, para quê serve mesmo a religião? Serve única e exclusivamente de anestésico aos que sofrem por crises psíquico-emocionais e deveria limitar-se a essa única função.
O debate sobre a aprovação da união entre humanos e humanos – assim fica mais clara a tolice – ou como eles preferem: “a união entre pessoas do mesmo sexo.” Vai durar o tempo necessário para que essas mentes primitivas evoluam e tomem consciência do atraso.
Eles falam em preservação da família e, mal sabem o quanto seus atos as destroem dentro de cada jovem que sem escolha rumam à ilusão de drogas e/ou ao suicídio.
Digam-me que a família não se destrói com isso?
Se eles enxergassem o que eu enxergo, se eles enxergassem como eu enxergo toda essa discussão jamais teria existido, contudo o anacronismo imposto pelos seguidores de superstição e por aqueles céticos influenciados por essa moral faz do progresso uma hipótese que nunca virá.
E assim mantém-se viva a sociedade com as ideias da idade média.
terça-feira, 10 de maio de 2011
Insolúveis Na Espécie
“Você acha que ela é uma pessoa legal?” – Veio subitamente a pergunta misturada ao som das maquinas em movimentos frenéticos.
Não pensei muito para responder, mas houve certa dificuldade: “Não consigo diferenciar pessoas legais ou não, boas ou ruins, pois quando as olho, o que vejo é tão uniforme que torna-se insolúvel.” O rapaz que me havia feito a questão calou-se e seguimos a rotina.
Afinal, o que as diferencia?
Talvez em tempos mais remotos eu soubesse responder a tal pergunta com a precisão que ele desejava, mas agora, que diferença há entre um humano e outro?
Seus humores são tão instáveis que não há lógica em fazer a afirmação positiva ou negativa para tal questão, no máximo um: “hoje ela é uma pessoa legal.”
A estabilidade emocional é alheia a vontade do homem o que faz das classificações algo extremamente subjetivo.
Alguém que lhe agrade hoje pode não lhe agradar tanto assim num futuro não tão distante, não por vontade da pessoa em questão, mas pela natureza transitória de suas emoções.
Não há humano bom em período integral ou ruim da mesma forma, do contrário não seriam humanos, todos possuem seus momentos e não há razões para condená-los – ao menos não para um ser como eu – mas entre eles a instabilidade é tamanha que mal conseguem notar o quão são fúteis suas distinções, mesmo aquelas que não se referem ao humor.
Crentes ou céticos, heterossexuais ou homossexuais, fiéis ou traidores no final das contas são apenas insolúveis dentro de uma espécie animal, a espécie humana.
Não pensei muito para responder, mas houve certa dificuldade: “Não consigo diferenciar pessoas legais ou não, boas ou ruins, pois quando as olho, o que vejo é tão uniforme que torna-se insolúvel.” O rapaz que me havia feito a questão calou-se e seguimos a rotina.
Afinal, o que as diferencia?
Talvez em tempos mais remotos eu soubesse responder a tal pergunta com a precisão que ele desejava, mas agora, que diferença há entre um humano e outro?
Seus humores são tão instáveis que não há lógica em fazer a afirmação positiva ou negativa para tal questão, no máximo um: “hoje ela é uma pessoa legal.”
A estabilidade emocional é alheia a vontade do homem o que faz das classificações algo extremamente subjetivo.
Alguém que lhe agrade hoje pode não lhe agradar tanto assim num futuro não tão distante, não por vontade da pessoa em questão, mas pela natureza transitória de suas emoções.
Não há humano bom em período integral ou ruim da mesma forma, do contrário não seriam humanos, todos possuem seus momentos e não há razões para condená-los – ao menos não para um ser como eu – mas entre eles a instabilidade é tamanha que mal conseguem notar o quão são fúteis suas distinções, mesmo aquelas que não se referem ao humor.
Crentes ou céticos, heterossexuais ou homossexuais, fiéis ou traidores no final das contas são apenas insolúveis dentro de uma espécie animal, a espécie humana.
sábado, 7 de maio de 2011
Sob O Silêncio
Poucas são as madrugadas que possuo livre, pois é na virada da noite que engulo a labuta como uma condição de habitar um corpo mortal, mas quando a tenho nas mãos faço o melhor que posso, e o melhor é caminhar por entre ela, na maior parte das vezes como gosto de estar, solitário e oculto.
Antes que as ruas e estradas fiquem livres para o vazio e o silêncio, os humanos as dominam, e percebo que raramente andam a sós.
A solidão me agrada, talvez por nunca haver conhecido a face de seu revés, afinal esse meu comportamento é praticamente inato segundo os biologicamente mais velhos do meu único grupo, o familiar.
Já para os humanos, a solidão se assemelha a alguma dor da qual eles fogem o mais rápido e máximo que podem de todas as formas que lhes é cabível. Eles sofrem na companhia de um relacionamento frustrado, sofrem a perda inevitável de membros de um grupo que ele mesmo criou, eles sofrem sozinhos por razões de grupo.
Eles só não querem passar despercebidos por esse mundo, querem 1 milhão de amigos e não importa se vão sofrer a inevitável perca de alguns integrantes do bando é apenas a obediência de uma necessidade inata, a necessidade de atenção.
Certa vez questionei uma jovem cujo seu jeito comunicativo lhe levou a conhecer um numero realmente elevado de pessoas: _ “O que lhe proporciona possuir tantos conhecidos? Não se torna mais fácil sofrer por uma dor que não é sua devido ao elo?” – Sua resposta veio sem muita reflexão: _ “Faço isso, por que tenho medo de ficar sozinha no futuro. E quanto mais pessoas eu conhecer menor é essa chance.”
Viajando por dentro da madrugada era notório que o medo da solidão não era exclusividade daquela jovem, mas da maioria senão de todos os humanos. Talvez a morte seja menos pavorosa, quando encarada numa companhia que se agrade ou, talvez não seja o medo da morte, mas o medo de não serem notados que os persegue.
Antes que as ruas e estradas fiquem livres para o vazio e o silêncio, os humanos as dominam, e percebo que raramente andam a sós.
A solidão me agrada, talvez por nunca haver conhecido a face de seu revés, afinal esse meu comportamento é praticamente inato segundo os biologicamente mais velhos do meu único grupo, o familiar.
Já para os humanos, a solidão se assemelha a alguma dor da qual eles fogem o mais rápido e máximo que podem de todas as formas que lhes é cabível. Eles sofrem na companhia de um relacionamento frustrado, sofrem a perda inevitável de membros de um grupo que ele mesmo criou, eles sofrem sozinhos por razões de grupo.
Eles só não querem passar despercebidos por esse mundo, querem 1 milhão de amigos e não importa se vão sofrer a inevitável perca de alguns integrantes do bando é apenas a obediência de uma necessidade inata, a necessidade de atenção.
Certa vez questionei uma jovem cujo seu jeito comunicativo lhe levou a conhecer um numero realmente elevado de pessoas: _ “O que lhe proporciona possuir tantos conhecidos? Não se torna mais fácil sofrer por uma dor que não é sua devido ao elo?” – Sua resposta veio sem muita reflexão: _ “Faço isso, por que tenho medo de ficar sozinha no futuro. E quanto mais pessoas eu conhecer menor é essa chance.”
Viajando por dentro da madrugada era notório que o medo da solidão não era exclusividade daquela jovem, mas da maioria senão de todos os humanos. Talvez a morte seja menos pavorosa, quando encarada numa companhia que se agrade ou, talvez não seja o medo da morte, mas o medo de não serem notados que os persegue.
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