segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O Valor de Suas Vidas

A hostilidade do universo não importa para eles, a raridade da vida – cientificamente comprovada – pouco lhes interessa e a cada dia esse total desprezo pela “sorte” que possuíram ao encontrarem-se com condições favoráveis para a evolução da espécie humana fica mais e mais evidente com suas próprias estatísticas de mortalidade.

Um cérebro, bilhões de neurônios, ações eletroquímicas, turbilhões de pensamentos e então nasce a consciência: Opiniões parecidas, mas nunca iguais, feridas sentidas de forma única, o mundo visto de maneira singular, lágrimas, histórias, medos e amores, um universo em um corpo frágil – Eis a vida.

E aquela consciência, única e incompreensível mesmo para a mais sofisticada de suas ciências, simplesmente eliminada com uma frieza desmedida. E todas as experiências de um cérebro, muito mais sofisticado do que qualquer máquina já projetada por esses símios, são apagadas da existência e o mundo segue como se nada tivesse ocorrido, como se nada pudesse ser feito.

Eles projetaram armas, eles desenvolveram a ira, eles criaram um deus para justificar suas ações, não importa como se julguem, eles não passam de animais megalomaníacos.

O caos e o acaso deram condições quase únicas, porém esses miseráveis a desprezam com um orgulho que só será sentido na inevitável extinção dessa raça primitiva. A empatia parece hipócrita, os efeitos dos neurônios-espelho duram pouco ou só até o intervalo do noticiário.

A ciência tem procurado por sinal de vida inteligente na vastidão desse universo e a cada descoberta frustrada fica claro e evidente sua raridade, no máximo bactérias muitas vezes hipotéticas é que são encontradas, se eles soubessem disso talvez matar-se-iam menos.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O Caçador de Almas

Há claro interesse em minha bondade, minha aproximação – com qualquer criatura que seja – traz um desejo pessoal e altamente egoísta. Não me importa o gênero, pois quero apenas uma dose de suas almas, aquela essência do saber e sobra do que são.

O desejo, porém não é destruí-los, nem sugá-los, mas replicar em mim a sombra de suas almas, já que a minha nem sei por onde anda “_Se é que anda.”

Sou apenas “aplicado” em meus estudos, eu quero sentir como eles, eu quero enxergar como eles, eu quero dizer que sou humano e sentir verdade quando o fizer. Às vezes consigo outras vezes não.

Contudo, continuo a caça que ultimamente está mais complicada, já que poucos revelam possuir uma alma, eles estão mais frios e mais ocos que antes, a superficialidade é altamente cultivada e adorada como única verdade.

Quando preciso sentir o sabor da essência recorro a amigos que me oferecem essa rara iguaria, mas no restante dos dias, apenas mantenho distancia segura observando e esperando uma presa que se revele transbordando aquilo que falta em mim.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Onde Existo? (Rumo a Lúcifer)

Quando iniciei esse “blog”, a intenção era me aproximar daquilo que eu – seja lá o que esse “Eu” for – deveria ser.

E o que eu deveria ser? - Humano.

Não no sentido de ter carne, osso, sangue e ter todas as composições existentes obviamente nesse corpo no qual me manifesto, mas no sentido mais filosófico possível da palavra.

“E no inicio tudo era trevas”. Mas ao contrario do que imaginei quando se fez a luz, tudo fugiu do meu controle – como se já tivesse estado em algum momento – E apenas observei a destruição quase que total do que me restava de “humanidade”.

E a cada dia, novas descobertas me aproximavam mais e mais do que eu supunha ser apenas mais um dentre meus milhares de alter egos. Porém fui percebendo sua força em meu cotidiano.

Quem sou eu?

Onde estou?

O conflito era saber em qual dos mundos eu era “EU”, foi quando percebi que meu verdadeiro rosto estava exposto aqui – nesse “blog” que lhe ocupa os olhos – Minhas confidências, minhas “pseudo-pesquisas” a cerca da mente humana, tudo isso é o que sou, são resultados de mim.

Já não podia e não posso mais escapar, Renato é meu alter ego e Lúcifer é quem sou.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Livre-Arbítrio, A Ilusão

O maior engano da humanidade é acreditar nas escolhas como próprias. Outro engano é convencerem-se de que esse “eu” trata-se do ser supremo que comanda o cérebro e assim manifesta a vontade que se tem.

Todas as vontades humanas são na verdade criações de um processo eletroquímico de bilhões de neurotransmissores em ação. Nada poderia ser diferente do que foi.

Animais sem escolha, controlados de dentro para fora seja por necessidades fisiológicas ou interpretações torpes de emoções instáveis. Não há como condená-los, pois não há mal, o que existe na verdade são distúrbios neurológicos e comportamentos culturais, não há como convertê-los, sua fé ou mesmo a falta dela não se trata de uma escolha.

O que será que eles - os humanos - sabem deles mesmos? Não temo em afirmar que é muito pouco, certamente eles sabem mais sobre universo exterior do que o universo interno de suas mentes.

Poucos se atrevem a pensar. Confesso que não vejo tanto mal nesse mundo tão automático e irrefletido, afinal, se eles pararem para pensar, talvez não suportem a verdade de uma vida de ilusões.

domingo, 14 de novembro de 2010

Quando Estão Feridos

Outra vez seus instintos sobrepõem-se à alma e, então, eles revelam fragilidade e gentileza, compreensão e carência, nada diferente de outras espécies de animais. Numa visita recente a um centro de recuperação dessa espécie animal (humana), pude observar como são “amigáveis” quando suas feridas físicas ou emocionais estão verdadeiramente abertas.

Eles revelam suas vidas, numa forma explicita de aliviar o que lhes sufocam.

Os altruístas tendem a ser aqueles que não possuem tanto para oferecer, porém não são impedidos de fazê-lo. Confesso, porém que penso que toda a ajuda oferecida tem como intenção um desejo de retorno. Não me decepcionaria uma constatação plena do que penso.

Talvez seja a dor “insuportável” das feridas que os obriga a uma conduta mais tolerante, sensíveis com perdas e cicatrizes o egoísmo é tomado por seu revés, todos se ajudam a própria dor não é a única que importa, talvez, num interesse de que se interessem também por sua dor.

Pretendo visitá-los com mais frequência nesses centros de recuperação, afinal, ali há outra forma de expressão humana, e será de grande ajuda nessa minha empreitada rumo à compreensão do que são verdadeiramente os humanos.

Enfermos e seus entes, todos se tornam mais aquilo que eles definem como “humanos”.