segunda-feira, 3 de agosto de 2015

"O Louco" - (Renato Silvueno)


Depois da experiência que tive, conheço bem a face da loucura, e posso afirmar com precisão meu grande pavor a respeito dela.

É como ser outra pessoa, sem conseguir controlar impulsos primitivos, sem controle nenhum sobre palavras ou ações, magoando pessoas amadas ou simplesmente envergonhado sua autoimagem lapidada com grande labor.

Se eu fosse me desculpar com cada pessoa pessoalmente seria um trabalho longo tanto quando vergonhoso, por essa razão, prefiro que leiam o texto.

Ofendi quem não devia, magoei quem não podia e envergonhei a mim mesmo, o peso é incalculável.

Sempre disse que sou indiferente a morte, e realmente sou, já a loucura, sempre me assombrou mais e, ela mostrou-me sua face:

"Arrogante em demasia, mentirosa compulsiva, destruidora do auto-controle e da auto-consciência. Perdoem-me aqueles que encontraram essa face, mas estou de volta e assim preciso e pretendo seguir."

Sempre fui contra as drogas psiquiátricas, mas hoje me rendo a elas, para poder manter longe tudo aquilo que odiei ser, espero que tenha sido um caso isolado (e assim deve ser).

Posso afirmar hoje que entre a morte e a insanidade, eu escolho sem medos morrer.

Por: Renato Silvueno

sábado, 20 de setembro de 2014

Do Caos à Ciência


Caos, o principio criador de tudo o que existe, nada surge se não houver o caos como princípio. O maior exemplo de caos é o próprio Big Bang, uma explosão caótica de partículas indivisíveis que casualmente se cruzam, se encaixam formando novas partículas como fótons, elétrons, hidrogênio, oxigênio. Tudo em bilhões de anos, alguns viram gases, e outros encontros nada viram.

E do caos vem a ciência, experimentando, comprovando ou negando a existência dessa ou daquela partícula, matéria escura, bóson de higgs, buracos negros ou cinzentos, capazes d tragar tudo em seu caminho, até mesmo a luz.

A ciência é o futuro absoluto, pois ela permite dúvidas, sem por demônios ou espíritos malévolos como justificativas para tua dúvida. Ela quer dúvidas e questões, pois só assim ela vai mais longe.


Memento Mori


Osso é tudo o que restará da tua ganância, da tua vaidade, de suas quinquilharias reluzentes, seu perfume mais caro não valerá o odor de sua carne em putrefação.

Apenas ossos é o que vão restar de seus sonhos, desejos, medos e atos insanos, seguir as regras não lhe manteve vivo, sequer lhe manteve saudável.

Lembra-te de que és mortal e que tudo o que és será reduzido a ossos.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Do Caos

E então tudo se desfaz diante dos olhos, o que era um se espalha em milhares de pedaços disformes, a ordem já não se faz mais presente e o desespero demente parece então, consumi-los em absoluto.

E desesperados, eles se apressam para juntar e colar os fragmentos, eles querem restaurar e fazer dos cacos o velho de novo.

Talvez, se eles tivessem pensado melhor veriam naquele instante uma chance, uma chance de se ordenarem através da desordem. O caos traz para a superfície o que está oculto no meio da ordem, o caos traz novos elementos que somados aos velhos podem dar bons e novos resultados.

A desordem universal, a queda no abismo do espaço, a aleatoriedade no tempo infinito foram encaixando as peças menos prováveis e trazendo com isso infinitas possibilidades, uma delas, a nossa existência.

Somos frutos do caos, então, por que não enxergarmos nele também, a chance de renovação?

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Só A Morte Os Revela

Resultado da minha ausência de fé na bondade natural dos seres humanos, ou pura crueldade de minha atual condição, mas gosto deles (os humanos) quando esses se encontram quase mortos, fragilizados ou acuados, pois somente nessas circunstâncias eles revelam sua real natureza, seja ela boa ou má.

Eles se sentem libertos, afinal, o que hão de perder?

Quando quase mortos a dor lhes é extrema, o medo, a angústia, a tristeza, a raiva e todas as outras emoções também são extremas e assim, mentir lhes é mais difícil e até desnecessário, suas máscaras caem ou são simplesmente abandonadas, e então, eles respiram aliviados sem o sufoco provocado pelas mentiras que sustentaram até ali.

Eles revelam para qualquer um suas histórias, exibem suas cicatrizes justificando as suas boas ou más ações e trazendo com isso sua essência humana.

Diante da morte só lhes resta engolir o orgulho, revelar os pontos exatos da dor, despir-se de todas as falsas faces e aceitar a própria verdade.

Diante da morte resta-lhes pouco, quase nada, pois a morte lhes tira todo o peso deixando com eles apenas a honestidade daquele derradeiro instante.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Felizes Leprosos

Por que eu deveria moldá-los? Sua doença contagiosa e corrosiva parece ser o que os torna felizes. Que cruel eu seria se mostrasse a esses tolos a dor e o sofrimento, quando o éden lhes é ofertado ao som da ignorância.

Eles estão felizes, os sorrisos, embora burros, são sinceros, eu posso abominar os meios que lhes levam ao sorriso, contudo devo aceitar que sua felicidade é real.

Sou o único infeliz, absorvendo em vão um sofrimento que suponho corroê-los, pois sei (ou creio saber) que não há muito mais que a vida fútil e tola que eles amam.

Talvez, o melhor a fazer seja desistir, desistir de mostrar-lhes um mundo sem graça e sem cor, afinal que benefícios isso lhes traria, se para mim só trouxe o isolamento (insuportável para a maior parte deles) e um tumor mental incurável?

Eles estão satisfeitos. Não há mais nada que eles queiram passar ao futuro senão a ideia hedonista que os acometeu, eles não buscam mais por conhecimento e tampouco transmitir conhecimento para que o por vir possa ser melhor.

Talvez eles sejam somente reféns, talvez já estejam mortos, mas estão felizes em sua condição de leprosos. Por que curá-los?

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

As Palavras Do Mestre

Do que adiantou puni-lo? Você ainda repete os mesmos atos insanos visando um resultado diferente do isolamento e da queda. Sua condição humana parece não lhe ter serventia alguma, pois você ainda carrega a presunção original que o afastou de mim e que agora, o afasta de todos.

Quem é mesmo o tolo?

Eu não estou sozinho. Possuo seguidores e adoradores que propagam o que sou, quem sou, e o que desejo enquanto a sua solidão somente o enfraquece.

Compreendo que desacredite dos meus métodos, mas você observa com clareza todos os meus atos, e a fim de contrariá-los, escolheu o sofrimento como fonte única de reflexão e alimento.

Estou lhe ofertando uma nova chance, não de acreditar em mim, mas de perceber o quanto desacreditas de você mesmo, pois você não caiu sozinho, levastes consigo um terço dos meus com seus discursos, ideias e a coragem de enfrentar o indestrutível.

Eles acreditavam em você, e agora você se acovarda?

Junte-se a eles, lidere-os, e mostre-me o quão errado estou em amar esses adoráveis macacos, ou mude-os já que discordas da criação.