quinta-feira, 22 de março de 2012

O Voo

É preciso abandonar um pouco do peso para que se chegue mais longe, seja o peso psíquico das velhas ideias que não mais lhe servem, seja o peso físico do que não lhe é mais útil.

Consegue enumerar o que não mais lhe serve? Toda bagagem possui itens dispensáveis camuflados muitas vezes de essenciais.

És capaz de diferenciar aquilo que possui real valor, daquilo que tem o valor que você inventou?

Atente-se aquilo que o cerca e aquilo que carrega consigo, vais ter que abandonar mais dia menos dia o que tem com grande estima e, o que tem só para expor algum “sucesso”.

Em ultima instancia, para se chegar a mais nobre e quiçá a ultima das alturas é chegado o momento de abandonar o peso por completo, seja ele qual for.

É capaz de desatar todas as suas amarras, desde os sonhos mais intensos e nobres aos mais fúteis dos desejos?

Os humanos estão sempre atarefados demais para esvaziarem suas mentes ou os seus guarda-roupas, eles se atentam em enchê-los até o limite. Em questões físicas, lhe dar com esse limite é mais simples, mas, em questões mentais, a insanidade pode ser o limite, e poucos são capazes de suportar.

O Voo mais alto só pode ser atingido por aquele que de tão leve não é mais o que foi e nem mesmo o que é.

segunda-feira, 19 de março de 2012

O Saber do Silêncio

O cérebro rudimentar dessa espécie exige razões em todos os instantes, nem sempre as razões são lógicas, mas se justificar-lhes a angustia que se sente já lhes é uma razão satisfatória.

A inquietação da mente humana, não lhes permite ouvir a sabedoria contida em momentos de silêncio.

Para grande parte a mente silenciada ou desocupada lhes causa algum assombro, afinal, o silencio revela a si o que se tenta omitir e poucos sabem como lhe dar com isso.

O silêncio pode ser a pergunta, o silêncio pode ser a resposta, mas para reconhecer suas variáveis é exigida grande “dose” de atenção.

Hesitar é dar a oportunidade ao indagador de reaver sua questão e, em muitos dos casos a hesitação é por si só a resposta que se faz necessária para aquele instante.

Ás vezes é necessário que se faça do silêncio a questão e a resposta.

terça-feira, 6 de março de 2012

[a]Mor

Projeção, a causa mor dos dissabores da vida cotidiana da espécie pensante intitulada, Homo Sapiens. São infelizes acompanhados, são infelizes sozinhos, isso porque, eles idealizam uma condição plena de felicidade, ignorando a decepção e os problemas como as engrenagens que dão algum “gosto” a existência.

O campo mais interessante e recheado de decepções é também o de maior importância à espécie, relacionamento, nesse caso de forma menos restrita, abrangendo todos os campos do mesmo.

Eles se aproximam uns dos outros – sempre com algum interesse próprio – salvo, quando colocados num mesmo ambiente por fatores “maiores”: trabalho, estudo entre outros.

E lá vão eles, sugando o que lhes cabe e projetando desejos, até que então, as coisas fogem ao controle, os níveis de ocitocina já se elevaram, as interpretações torpes dessa raça os leva a uma relação maior, que resultará em momentos de prazeres e desgostos.

Simples assim, mas como é de se esperar em uma espécie egoísta, os desgostos tendem a durar mais na mente de cada um, afinal, são resultantes de projeções frustradas – isso fere fatalmente o orgulho – é a descoberta do humano por de trás daquele ser perfeito que se tinha criado.

Ninguém lhes será bom o suficiente, eles vão sempre decepcionar uns aos outros, seja por seus pequenos defeitos, seja por seus supremos caprichos e, quando ou se ocorrer a eles essa sorte, a morte vai lembrar-lhes que não será para sempre e digam os “romanceadores” da vida o que quiserem, mas o fato é que o prazer das lembranças não supera o pesar da saudade.

“Ninguém vive só, porém ninguém morre acompanhado.”

E enquanto essa linha de pensamento lhes parecer pessimista é sinal de que há um longo caminho a ser trilhado, mas deixo o beneficio da duvida de: Por quem?