Fui convidado a uma festa, relutei durante algum tempo, mas parte de mim quis sair de casa e demonstrar alguma consideração por aquele que me fizera o convite. No caminho tive vários impulsos para regressar ao meu “esconderijo”, contudo, tolerei as idiotices humanas explicitas no trajeto, e cheguei ao local.
Eu estava claramente transtornado, mas a educação conseguiu sobrepor-se ao meu desgosto de estar ali. Cumprimentei os que ali estavam, mas não consegui permanecer nem mesmo por 20 minutos.
“Já vai?” – questionou um dos qual me despedia. “Sim, não gosto muito de festas!” – foi minha seca e quiçá desnecessária resposta. Dei as costas e segui, mas não estava em paz.
No caminho as tolices humanas ainda me irritavam: a gritaria, as garrafas jogadas, brigas nos bares, um som ensurdecedor e sem qualquer conteúdo, as brincadeiras perigosas com veículos automotores, entre outras mais. Contudo, todos, sem exceção, divertiam-se, mesmo aqueles da discussão acalorada do bar.
Por que todos me pareciam tão imbecis? Por que não consigo gostar dessa diversão, afinal, minha idade biológica é simétrica a deles? Por que senti ciúme da “imbecilidade” deles? Por que penso tanto? Por que não consigo manter, e tenho dificuldades em criar vínculos?
A proposta de “quebrar o gesso” me pareceu boa, mas me parece demasiadamente complicada, ainda estou tentando me aproximar deles, mas não vejo futuro, talvez seja receio, talvez seja orgulho ou talvez, eu seja o único imbecil.
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
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